segunda-feira, 21 de junho de 2010

Solstício de Inverno

O Inverno começou hoje às 09 horas e 29 minutos e, apesar de não gostar de frio, tenho carinho por essa estação que brindou à Elisa e eu com uma de nossas flores mais preciosas.
Não me importa saber que o sol esteja muito longe porque, a partir das nove e meia, ele voltou a se aproximar de nós.
Se você tiver a curiosidade de entrar no anuário do Observatório Nacional para ver dados como calendário de feriados, horários das trocas de Luas, vai reparar que na data de hoje consta Solstício de Verão às 12 horas e 29 minutos. Lá consta a observação de que tal informação acompanha os horários do Hemisfério Norte.
Talvez haja uma razão técnica para isso, mas a raiz da questão é cultural.
Meu saudoso e amado tio Tarcísio Leite escreveu um livro chamada “Brasil 500 anos porquê”, onde contestou de forma veemente que o início de nossa existência estava condicionada ao dia 22 de abril de 1500.
Tinha razão; afinal de contas, dizer que o Brasil atual se consistiu de uma nação a partir do descobrimento pelos portugueses, além de negar a existência de nações indígenas - que apesar de dizimadas em grande parte, ainda conseguem manter suas raízes - nega também todas as fases da construção da unidade do país.
Da mesma forma agiram os espanhóis com o resto da América, quanta cultura e conhecimento não foram queimados e destroçados pelas armas e deixaram como herança pobres nacões fragmentadas pela geografia e pela caudilhismo importado da Europa.
Mas os europeus se sentem tão superiores ao resto da humanidade que, para eles, a América, Antártida e a Oceania só existem, de fato, após a descoberta por ibéricos e ingleses.

Talvez seja meio ininteligível um prefácio dessa natureza para tratar do assunto que vou tratar, mas aguarde.

Encerraram-se hoje metade dos 64 jogos das Finais da Copa do Mundo.
Boa parte da imprensa brasileira e a especializada em esportes tratavam, antes da competição, de dois tipos de seleções:
Os candidatos ao título e as coadjuvantes.
Na primeira lista estavam colocadas “a poderosa Espanha”, campeã européia, a Holanda que goleou no seu último amistoso, o timaço da Inglaterra, a França vice-campeã mundial, as sempre candidatas Itália e Alemanha, e por aí foram os comentários e alertas ao Brasil e Argentina, esquadras que compõe o quadro de favoritas.
Como diria o filósofo Manuel Francisco dos Santos, o Garrincha, só faltou combinar com os adversários.

Encerradas duas rodadas iniciais, as cinco equipes sul-americanas e o México lideram seus grupos, enquanto entre as européias somente a Holanda não decepcionou.
Quanto à África anfitriã, provavelmente nenhum dos seus times passará sequer para a segunda fase.

É muito curioso vermos as escalações européias e lá encontrarmos, por exemplo, cinco estrangeiros adotando a nacionalidade alemã e compondo o ataque dessa seleção.
A França que possui um quinto da população racista e seus treze jogadores negros e três estrangeiros.
A Suíça também adotou cinco estrangeiros, a maioria para jogar do meio campo para frente.
A Itália que tem um argentino no seu quadro foi confiante na sua defesa e precisou de um pênalti, no mínimo discutível, para empatar com a Nova Zelândia!

Então eu me pergunto: porque uma vitória sobre as Ilhas Faroe ou Monaco ou Hungria valem cem por cento dos pontos no ranking da Fifa, e uma vitória contra o Brasil, Chile ou Equador vale cinco por cento a menos.

Vamos esperar o final da Copa e ver se eles abaixam um pouco a crista, principalmente se a Final for entre o Brasil e o México ou aquele outro país...

Aceitam um cappuccino?


dedicada ao meu querido sobrinho Francisco, para que se recupere bem, e ao Luiz Antonio D'Elboux Couto, aniversariante que se preocupa em unir pessoas.

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