sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Homenagem a quem nos ensinou.

Vivo confortavelmente cercado de professoras – e professores – toda minha vida.
Eu mesmo dei aulas de inglês e fui cem por cento na aprovação dos meus alunos; todos passaram na “segunda época”, que era como se chamava a “recuperação” de então.
Filho de professora, quero saudar a todos da minha família que sei que são formados, dão aulas ou foram um dia professoras e professores.
As queridas Elisa, Januária e Fernanda;
Dona Marília e Odette,
Meu querido irmão José Antonio e família: Anete, Mariana e Eliel, Luciano e Vera,
As cunhadas Fátima e Célia,
Léo e Juliana,
Meus carinhos também para a Isabel, prima da Elisa,
o primo Juca,

E a lembrança daquela que me ensinou a amar, ler e escrever.
Com carinho, mãe, e com saudades.












Aceitam um cappuccino?

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quem venceu o debate presidencial?

Iniciada a nova rodada de debates, onde os candidatos à Presidência da República puderam se enfrentar, olho no olho, sem máscaras ou desculpas, o Brasil tremeu face a tantas alternativas para nosso voto mais nobre.
Os vermelhos afirmam, com isenção, que a candidata foi a melhor.
Já os azuis garantem que o melhor foi seu candidato e afirmam que seu julgamento também não foi tendencioso.
Mais ou menos com a mesma isenção que fariam as pessoas que nascem com sangue vermelho ou azul, em Parintins, enquanto julgam o desfile do Garantido e Caprichoso.

Sabem que ganhou esse debate?
Fui eu, que ao invés de assistir essa lengalenga mentirosa, enganosa e aborrecida, resolvi colocar em ordem as 1.276 fotos que mandei revelar recentemente.

Com o advento da câmara digital ficou mais fácil disparar fotos em qualquer ocasião e o único custo está em arquivar esses flagrantes e depois colocarmos em pastas ou arquivos.
Sou caprichoso nesse mister e organizo tudo por aniversários, viagens, para meu jardim, outros jardins e aí ficam guardadas minhas belezas e alegrias, meu passado.
Entretanto, como disse para mim uma vez minha amiga Rita, nada como a foto impressa, no álbum, para não correr riscos com a formatação do computador ou uma pane solar.
Fiz uma seleção e mandei imprimir.

Enquanto os postulantes à presidência juravam que não vai haver mais roubo no futuro e que a Educação e Saúde serão as efetivas prioridades – como se alguma alternativa à palavra prioridade – eu me divertia com minhas lembranças, revendo lugares, pessoas, pranteando memórias das perdas que doem, gozando a alegria de primeiros passos, sorrisos, segundos passos e outros sorrisos.
Queria saber qual seria a foto mais bonita.
Despreocupei-me com o debate porque desde que os candidatos foram estipulados eu formulei o meu voto, para o primeiro e segundo turno. Tenho testemunhas disso e posso citar meu amigo Renato e uma conversa que tivemos ao telefone quando entrevistava candidatos.

Então, querem saber para quem vai meu voto?
Fácil:




Meu voto vai para esta foto feita pela Elisa, de uma estátua que fica num pequeno parque na esquina da Sexta avenida com a Rua Lincoln, em Carmel, na Califórnia.

Ela traduz o carinho, a cumplicidade, a amizade, sinceridade e, acima de tudo, o amor mais puro que pode haver entre dois companheiros.




Companheiros?
Putz, é capaz do pessoal confundir tudo...


Aceitam um cappuccino?

domingo, 10 de outubro de 2010

Molly Malone

Várias seriam as Mollys Malone que existiram na Irlanda e sobre uma delas se fez uma canção que hoje é o hino informal da cidade de Dublin.
Os primeiros versos de sua canção dizem:
In Dublin’s fair city,
(Na bela cidade de Dublin)
Where the girls are so pretty,
(onde as moças são lindas,)
I first set my eyes on sweet Molly Malone,
(Pela primeira vez vi a doce Molly Molone)
As she wheeled her wheel-barrow,
(como ela empurrava seu carrinho-de-mão)
Trough streets broad and narrow,
(por ruas largas e estreitas)
Crying cockles and mussels, alive, alive, oh!
(Gritando berbigões e mexilhões, vivos, vivos, oh!)

Como lendas tomam vida, a Comissão Organizadora das comemorações do milênio da capital irlandesa estabeleceu que o dia 13 de junho passaria a ser o “Dia de Molly Malone” porque uma Molly teria morrido nesse dia em 1.699 e entronaram na Rua Grafton uma estátua feita pela artista plástica Jeanne Hinhart.
Curioso terem estabelecido a data de sua morte e não haver menção ao seu nascimento.


A Molly dessa Comissão e a da canção teria sido uma mulher pobre e lutadora, como de resto sempre foi a população da ilha da Irlanda.
Ainda jovem faleceu de febre, coisa muito possível em um país gelado onde a pneumonia se esconde em cada esquina e é repelida com grandes doses de remédios a base de álcool: cerveja, gim, uísque, etc.

Uma incongruência me inquietou:

O lugar onde fica essa estátua está há pouco mais de 100 metros da Sede do Banco da Irlanda, um prédio soturno e cinza, que um dia já teve dezenas de janelas. Então o governo resolveu tributar as propriedades justamente pelo número de janelas.
Qual foi a solução?
Os banqueiros mandaram fechar todas as janelas sem se importar com sua própria saúde, a os bancários e clientes passaram a viver dentro daquele ambiente infecto e sem luz natural. Para eles falou mais alto a segunda prioridade na vida de um banqueiro: o lucro.

Daí podemos depreender que os pobres morrem à toa pelas ruas e casebres, ao longo da História.
Quanto aos banqueiros, bom, banqueiros são banqueiros e sempre disputaram com advogados a primazia de entrar primeiro no Inferno.
Até que surgissem juízes de futebol e os políticos brasileiros...

Para matar sua curiosidade, a primeira prioridade do banqueiro é o seu dinheiro, leitor.


Minha homenagem a essa mulher que se tornou símbolo em uma cidade milenar, e minha tristeza registrada pela ida, antes do combinado - como diria Rolando Boldrin - de minha amiga de infância Elisabete.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Saudades, coisa troncha.

A vida insiste em correr e nessa pressa leva os poucos momentos que conseguimos nos despregar da correria para vivermos a alegria de um reencontro, a fascinação de conhecermos novos lugares e a mágica de aninhar nossas crias.

Dia desses fomos conhecer onde vive nossa Fernanda e desvendar os mistérios do país dos Leprechauns.
Como a propaganda é efetivamente a alma do negócio!
Sei de muita coisa que acontece em cidades mínimas da América do Norte e me sinto um ignorante em relação ao resto do mundo.

A Irlanda tem muitas belezas, naturais ou criadas pela mão humana como, por exemplo, os Penhascos de Moher e os muros de pedra que se vê por todo o país.

Os penhascos de Moher, oeste da Ilha da Irlanda.

Os primeiros são gigantes que avançam sobre o mar e travam uma constante luta com as ondas para estabelecer limites de seus domínios.
Os segundos criam desenhos fabulosos, uma espécie de moldura para os verdes campos de pastagens.





Vi, fascinado, o valor que os irlandeses dão à paisagem a marítima, a ponto de colocar no meio da rua, protegido por pilastras, um banco só para contemplar o mar. O Bono mora nesta rua.







Os locais tomam, e tomam bastante, uma cerveja escura e densa que é um grande orgulho nacional, assim como seu time de rúgbi.
Sua Meca divide-se entre o Temple Bar e a fábrica São Jaime da Guinness .




Dançam sapateado, com o tronco e braços estáticos, de forma mágica e ligeira, arte que vi de perto com Roma e Michelle.



Respeitam os pedestres como se fossem ídolos. Nas estradas muito estreitas, as pessoas caminham sem olhar para trás e sem se preocupar com os carros que passam muito próximos ao limite legal de 100 quilômetros por hora. Eles têm a certeza de que o motorista vai se desviar dele, caminhe a pé ou de bicicleta.
Confesso que senti inveja dessa civilidade. Nenhum daqueles transeuntes sobreviveria dois dias no Brasil.

São apaixonados por flores, vendidas a cada esquina, roseiras cultivadas com orgulho.

Seus castelos fazem contrastes perenes com o horizonte, com a frieza de um gigante adormecido.

Este é o Castelo de Ashford, que hoje é um hotel.


Onça Turismo, ao seu dispor.





Castelo de Dúnguaire a esquerda.












A direita o Castelo de Trim, onde foi filmado Coração Valente.

Aproveitamos a viagem para encontramos um parte da família que passava por Portugal.




Entre fados, vinhos e caminhadas sem fim, entreguei meu coração a Lisboa.



As imagens do sol nascendo por detrás do Castelo de São Jorge ou coroando a Torre de Belém serão eternas em minha memória.

Rever a casa onde meu sogro nasceu e viveu sua infância foi uma alegria que pudemos dar a Elisinha.


Em Fátima pude pisar, pela primeira vez, em um Campo Santo. Rezei por todos, nominalmente por alguns.




Ovos moles, pastéis de Belém, fado vadio, dor e pecado.
Bons e poucos dias de convivência com minha pequenina.
A tarde caiu e lá se foi nosso girassol atrás do sol no sul.


De verdade, o que mais me impressionou nessa viagem foi descobrir uma nova visão da saudade: Ela morre de forma definitiva no primeiro olhar e renasce com o mesmo vigor de antes no adeus; a saudade que se foi no aeroporto de Dublin voltou com o pôr-do-sol de Lisboa.

Aceitam um Porto?