quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Justiça seja feita

Meu irmão mais velho, que por ser mais velho... deixa para lá, me deu um puxão de orelhas com relação ao meu texto de despedida do Tio Dito.
Efetivamente eu cometi um erro matamático primário: minha lista de filhos do Vovô Sabino já possuia treze nomes. Eu desconhecia a existência do Álvaro e após a mensagem do José Antonio me senti explicado na frase tantas vezes repetida pela Vó Sinhá:
“Quando morreu filho meu agradeci a Deus porque era mais um anjo no Céu e menos uma boca para meu marido sustentar”.
Espero que, além da homenagem ao Tio Dito também entendam esta correção às contas como uma homenagem também ao Tio João, Tio João Tonto, pois "in pectore" eu já o tratava assim.

Abaixo a bronca do mano Tum, cuja correspondência exponho abaixo e já explico que os nomes citados são no começo e no final da mensagem são os filhos da primeira e da segunda esposa:

"Jerônimo, Zéquinha, Osório, Natividade e Roldão, se não esqueci algum!
Mais João, bastardo, com uma deficiência na fala que hoje não seria impeditiva, mas que na época era um fator de marginalização e que por isso não estudou e sempre foi tratado como tonto. João Tonto, era como sua irmãzinha Lourdes o chamava.
Vivia com tio Otavio e era bem tratado, mas jamais alguém admitia que fosse irmão.
Quando recebemos a visita do neto do Jerônimo ficou evidente, olhando para a foto do João que papai tinha na parede, que eram da mesma estirpe.
Papai gostava dele e o tratava bem, sempre levava fumo de corda para ele, trabalharam juntos na lavoura que papai fez.
Mas escondiam a verdade das crianças; só depois que o questionei é que acabou contando que João era fruto de uma relação de Sabino com uma mulher "da vida" - sabe Deus que critérios usaram para qualificar assim a infeliz - e que nosso avô o pegou para criar. Por isso ele era tratado como uma "caridade" da família.
Dizer que eram dez, talvez onze, é perpetuar a injustiça.
Idalina, Dito, Antonio, Otavio, Luiz, Alvaro - morreu criança - José e Lourdes. Portanto, 14 filhos.
Um abraço!
TUM

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O último filho do senhor Sabino

Encerrou-se ontem uma geração: a geração dos filhos do Senhor Sabino Onça.

Foram dez - há quem sustente que foram onze - os filhos de Sabino Onça e suas duas esposas - e o Benedito Nogueira, que recusou o uso do Onça, foi o mais persistente. Viveu 102 anos.

Lamentavelmente não tenho foto dele vivo, mas tenho na lembrança sua última visita ao meu pai, já moribundo.
Entrou no quarto com lágrimas nos olhos e deu a volta na cama para ficar de frente para o irmão.
Os dois disseram a mesma frase quase ao mesmo tempo:
"-Óh! Mano!"
E o abraço de ambos foi muito superior a qualquer palavra.
Não me recordo das poucas palavras que trocaram, mas depois daquele abraço eram completamente desnecessárias.

Era apaixonado por sua mulher que já o deixara no começo dos anos 80 e vivia agora com sua filha Helena em Bragança Paulista.

Apagou sua existencia junto com a primavera deste ano.

A benção tio, espero que o reencontro aí em cima tenha sido feliz.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A parte de cada um


Ouvindo no rádio as lamúrias de uma ouvinte que protestava contra a tradicional inépcia governamental com os habitantes da Zona Leste e os comentários do Renato insistindo para que ela participasse sim das discussões e importunasse os governantes até ser atendida, lembrei das imagens das ruas ainda alagadas, cheias de lixo flutuando, dias após a estiagem.
Certamente o lixo não foi jogado pelo Prefeito, mas também não foi recolhido pela Prefeitura.
Então me veio à lembrança um fato que ocorrera um pouco antes comigo:

Voltava da Dra. Márcia quando fui pego por um engarrafamento monstro na Rua Brás Leme, via larga da Zona Norte de São Paulo, com três pistas separadas por um belo parque mantido pela TOTVS, iniciativa privada, é lógico.

Como podia apreciar a paisagem comecei a ver as pessoas que ali caminhavam.
Foi quando surgiu uma moça, apertada na sua leg azul marinho, dando a tradicional puxada na camiseta que as mulheres com excesso de cintura costumam fazer.
Arrastava pela cordinha um cãozinho que, de repente, parou e largou um monte alegre ali na calçada por onde as pessoas caminham.
A moça seguiu adiante deixando a lembrança do seu cachorro, inanimada.
Protestei em meu nome e das crianças, idosos e cegos que não têm a mesma capacidade dessa incivilizada para evitar esses obstáculos mal cheirosos.
Em resposta ouvi alguns palavrões que há muito esquecera que existiam.

Temos mesmo que protestar contra a ausência dos nossos governantes, mas precisamos também melhorar a educação popular.

Dedicado às minhas educadas amigas Olga e Márcia, pelas saudades dos bailes na União Fraterna.

Aceitam um cappuccino?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A loteria necessária

Em algum momento no passado foi criado o conceito que ser pobre era necessário para o bem da alma.
Imagino que foi pensado por alguém rico que queria algum sossego por parte da população miserável que sempre compôs um sexto – ou mais – da população da Terra.
Ensinamentos de vários profetas passam por essa vertente.
Nós que fomos criados no maior país católico do mundo, ou os americanos que foram criados no maior país cristão do mundo – todo mundo tem que ser melhor ou maior que o outro – aprendemos, sectariamente, a escolher entre a vida na Terra ou a vida na Morte. Era a máxima cristã:
“É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no Reino dos Céus”.
Quando garoto essas parábolas sempre me distraíam do verdadeiro ensinamento a que se propunham. A professora de catecismo falava a citação e prosseguia no desvendar do seu sentido e eu me distraia com a imagem do focinho do camelo sendo empurrado pelo buraco da agulha.
Às vezes acho que teria sido melhor dar o recado diretamente, sem frozôs.
Somente em 1.995 meu tio e parceiro Tarcísio Leite desvendou parte do mistério desse dito: ele me explicou que o camelo do provérbio era, na verdade, aquela corda grossa que prende o navio ao cais. Assim era chamada por ser feita, na antiguidade, com pelos de camelo. Ainda me resta saber qual era a largura da corda e o tamanho da agulha de então.
Uma coisa, entretanto, aprendi: o ensinamento não especificava que rico não entraria no Reino dos Céus. Só dizia ser meio trabalhoso.
Nestes dias tenho acompanhado nos noticiários a propaganda da loteria do final de ano que vai pagar uma grana tão grande que quase dá para comprar um país.
Muitos sonhadores, ao serem questionados pelos repórteres que não sabem fazer outra pergunta senão: “O que você faria com um dinheiro desses?”, dão logo como primeira resposta:
“Ajudar pessoas necessitadas”.
Acredito que a maioria gostaria de se tornar um bom rico ou aproveitam a reportagem para aparar alguma aresta com o Divino; afinal, qualquer argumento é válido para aumentar suas chances.
Depois eles fornecem as mais divertidas opiniões, a maioria delas passando a mensagem de que, na real, na real, cairão na gandaia e o circo que pegue fogo.

Mas nós temos que aprender algo nessa parábola do prêmio de 100 milhões de Reais:
Só nos restam duas alternativas nos dias de hoje num país tão forrado de desmazelos advindos de maus governantes:
Ou se ganha na loteria e se muda para a Singapura, Suécia ou Islândia para podermos nos ver livres da corrupção,
Ou a gente tem mesmo é que tomar uma caninha e xingar o pessoal da cueca.

A Enfermeira da Jamaica, por exemplo, me diria que a chance de ganhar esse prêmio é tanta quanto à possibilidade de um camelo passar pelo fundo de uma agulha.

Então pessoal, com licença, eu vou tomar uma.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A volta da Enfermeira da Jamaica

Pois é, novamente somos surpreendidos com parlamentares colocando dinheiro na cueca e nas meias e depois declarando – com a maior cara de pau – que o dinheiro era para financiamento de campanha e compra de panetones.

Então, quero mandar meu recado aos senhores de Brasília:
Tal qual a Enfermeira da Jamaica, os senhores podem dizer o que quiser, mas eu vou continuar achando que foi só um roubos que vocês fizeram.

Vagabundos!

Síndrome de abstinência

Um dos grandes problemas dos aposentados é preencher seu tempo com atividades para compensar o ócio deslavado a que estamos sujeitos com a parada do compromisso de “levantar, se vestir e sair para o trabalho e ficar torcendo para se aposentar”.
Entre outras coisas, procuro manter contato com os amigos – através do blog, por exemplo – e com o mundo, através de notícias, programas de rádio, filmes, teatro, livros.
Um dos meus programas favoritos era ouvir o programa do meu amigo Renato Albuquerque no final da tarde.
Entre “sapatadas” e “lixadas”, Elisinha e eu mantínhamos nossos comentários sobre notícias e variedades.
Infelizmente a emissora tirou o programa do ar e também ficou sem nossa audiência, pois para ouvirmos música preferimos nós mesmos selecioná-las.
Logicamente que eu tinha que manifestar meu desagrado com a emissora e não os poupei dos meus ácidos comentários.

Felizmente o programa voltou ao ar, com novo patrocinador. Afinal, como disse o poeta Caetano Veloso, em São Paulo “a força da grana ergue e destrói coisas belas”.
Agora, junto com o lanche das cinco (meu cappuccino e o chá da Fofinha), voltamos a ouvir notícias e a vibrar com as “sapatadas”.
Bem vindo de volta amigo Renato.

O Radar Paulista acontece mais ou menos às 17 horas no 740 AM.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

As flores que encantam nosso dia a dia

O texto sobre jasmim-do-cabo resultou em vários comentários particulares.

Um deles foi da nossa amiga Monica, que tomei a liberdade de transcrever abaixo:

"O jasmin manga, que enfeitou o convite de casamento (saiu na revista Caras Casamento) e tambem o cabelo das minhas netas no casamento da minha filha Nataly, no sabado dia 14. Ela me falou que esta flor é tão especial porque lembra o quintal do vovo (meu pai), pelo perfume e beleza que sempre a encantou".



Vejam que beleza o arranjo nos cabelos da linda Sara.














E já que estamos sendo corujas, vejam só estas garotas:











Tem coisa mais linda que a Cecília e a Isadora juntas?

Aceitam um babador?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ainda temos o que aprender em materia de gentileza

Talvez o mais aborrecido programa de domingo seja assistir a jogos de futebol.
Os jogos são cada vez mais burocráticos e desleais. Uma ou outra coisa se salva.
Mas acaba sendo só o que nos resta numa tarde de chuva sem carro, porque a programação da televisão como um todo está uma droga pior ainda.

Vejam três lances deste domingo, dois péssimos e um, Graças a Deus, genial.

O primeiro lance decadente foi protagonizado pelo jogador Jobson do Botafogo: já tinha um cartão amarelo dispensável e, ao fazer o gol, teve a horripilante idéia de tirar a camisa e comemorar com a galera. Não lembro quem foi o primeiro imbecil que inventou essa situação de tirar a camisa do clube que defende e paga seus salários, mas é uma coisa absolutamente idiota.
Resultado: o seu time que está a dois jogos da segunda divisão (de novo) não poderá contar com seus devidos préstimos profissionais justamente na hora em que mais necessitará deles.
E no Fantástico o narrador ainda falou: “Foi expulso, mas quem está ligando; ele não está; será que a torcida está?”
A diferença entre cabecinha dos dois me parece uma só: o rapaz da Globo talvez tenha curso universitário.

O segundo lance infeliz ficou por conta dos atletas Marquinhos, do Avaí, e Washington, do São Paulo:
Com o goleiro do Santo André caído na grande área, nocauteado, Marquinhos empurrou a bola para dentro das redes e fez o segundo gol do seu time.
Diz a norma da boa educação futebolística que quando alguém se machuca e precisa atendimento a bola de ser posta para fora de campo e o time adversário deve devolver, gentilmente, para aquele que tinha seu domínio. O genial Garrincha foi o primeiro jogador a tomar esse tipo de atitude que acabou virando uma regra obedecida na várzea ou em Botsuana.
Alguns jogadores, entretanto, são maldosos ao fazer essa gentileza:
Foi o que fez o Washington do São Paulo no mesmo jogo com o Botafogo; ele devolveu a bola, mas lá perto da linha de fundo do adversário e depois partiu para o abafa.
Se alguém conhecer esse tal Marquinhos ou esse tal Washington, por favor, mostre o vídeo do link abaixo, sem medo de vírus. Mostra como se portou o time do Ajax da Holanda quando, sem querer, um atleta seu fez um gol ao devolver a bola no fair play:
http://www.youtube.com/watch?v=EvXWXe7jCrA

O domingo só não passou incólume na beleza porque o Santos, qual Fênix, saiu das cinzas e voltou a jogar alguma coisa.
O Madson, inspirado, fez o que qualquer jogador argentino faz e os brasileiros nunca aprendem: cobrou a falta em direção ao gol. Todo mundo se atrapalhou e a bola acabou entrando.
Mas a jogada das jogadas foi feita por “Sua Alteza Sereníssima Neymar I dos Santos” que, no quarto gol, numa incrível intuição, deu um chute falso – pedalada no linguajar futebolês – contando com o reflexo do goleiro que se atirou ao chão para fazer a defesa e aí, coisa de moleque, deu uma cavadinha - pequeno toque sob a bola - para encobrir o goleiro e fazer o gol mais belo do ano, na minha modestíssima e isenta opinião.


Aceitam um cappuccino?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A enfermeira da Jamaica.


Tempos atrás um amigo resolveu conhecer um desses resorts do Caribe que só aceitam casais. Foi com a mulher e o casal de filhos, já mocinho e mocinha.
Por um infortúnio, a filha dele se machucou e ele a levou no atendimento médico.
Lá se apresentou como pai da garota e a enfermeira respondeu um “hã,hã” daqueles bem cheio de cumplicidade. Não bastou sua indignação mineira e a insistência de dizer que era o pai; a enfermeira quando conversava com o médico quase que soletrava a palavra marido.
Certamente ela já vira tantas vezes velhinhos safados vivendo semana inteira de alegrias com jovens que poderiam ser suas filhas ou netas que, para ela, não importava mais a verdade; desempenhava sua função com indiferença e com suas convicções.

Cito o exemplo para justificar a última frase desta crônica, após as três situações abaixo:

A primeira diz respeito a um assalto que vi acontecer em frente à Igreja São Gabriel, no Itaim.
Um garoto de vinte e poucos anos, com uma arma enorme, assaltou o motorista que estava há dois carros à minha frente. Após pegar o que queria, ele colocou a arma na cintura para que todos vissem e saiu caminhando comemorando seu triunfo.
Às pessoas, tão desesperadas quanto eu, só restou passar ao seu lado de cabeça baixa pedindo a Deus que as fizessem invisíveis.
Que sensação horrível!
Que impotência!
Que desesperança!
Então, não adianta o Governo dizer que os crimes baixaram; como aquela enfermeira vou continuar achando que voltar vivo para casa é uma loteria que temos que ganhar todo dia, pois basta errarmos uma vez e pouco mais de vinte, trinta gramas de chumbo, vão encerrar nossa existência.

A segunda situação diz respeito ao Apagão.
Assim que aconteceu, percebi sua extensão e falei para a Fernanda que devia a falta de energia elétrica atingira todo o país.
Imediatamente veio à memória que minha filha mais velha deveria estar no Metrô naquela hora e meu desespero só passou quando a caçula conseguiu falar com a irmã e soube que a menina havia saído dos subterraneos duas estações antes da sua e fora caminhado pelas ruas junto a outras pessoas, à luz de faróis e às buzinas. Subiu os vários andares para seu apartamento conversando com um vizinho que ainda escalaria mais cinco andares.
Comentou que até havia sido divertido, por que a nós brasileiros sempre sobra alegria, até mesmo nas desgraças.
Todas as explicações dadas pelo Governo até agora tiveram o mesmo efeito das palavras do meu amigo acima; podem falar o que quiser que eu, tal qual a enfermeira, não acredito em nada.
Tudo o que se faz é blindar uma candidata de um lado e se jorrar felicidade do outro, pois nada como o tempo para se vingar do “quanto pior, melhor”.
Araruta tem seu dia de mingau, como diria minha mãe.

A terceira situação foi a queda de três vigas do Rodoanel sobre carros na Rodovia Régis Bittencourt.
A primeira providência governamental foi dizer que não houve “falha no projeto” e sim “falha na execução”.
Ah bom!
Então quando acontece um ERRO basta dizer: Foi um erro tal e basta.
Basta?
Basta!
Quis a Providência Divina que a queda se desse à noite, ninguém morreu.
O que teria acontecido se tivesse pego um ônibus e acabado com a vida de trinta pessoas e suas trágicas conseqüências para as famílias? Iriam instalar uma CPI?
Um erro?
Que erro, hein!

Só me resta um aviso:
No ano que vem teremos eleições e não vai adiantar nada a candidata D ou o candidato S jurarem de pé junto que tudo mudou porque eu, como aquela enfermeira, vou continuar acreditando que os postulantes são, na verdade, a mulher do meu amigo.


Aceitam um cappuccino?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Nossas lembranças do Sauípe

Enfim, depois de muito tempo fomos passear pela Costa do Sauípe.
Por já conhecer a Praia do Forte anteriormente, a visita ao conjunto de hotéis foi relegada uma, duas, várias vezes.
Foi um excelente passeio: o hotel que nos hospedamos é muito confortável e os funcionários trabalham bem, sorrindo. Princípio de quem quer que o passageiro volte ou recomende aos seus amigos.
Já na recepção encontramos a nossa “amiga de infância” Valdete, a Val, que já foi capa de “Caras” e “Quem” por sua imensa simpatia, vestida de bahiana, com agá, dividindo o ambiente com uma boliviana perdida de amores pela Bahia, a Suzana.
Chama-se Suítes porque todas siuas acomodações são desse estilo, muito amplas, com varanda voltadas para o mar.




Como não dá tempo de se almoçar nesse tipo de viagem, concentramos nossas avaliações no café da manhã e jantar. São vários restaurantes à disposição do hóspede, inclusive um de comida tailandesa, mas com um toque de comida bahiana, como todos fazem questão de comentar.

Para nosso gosto pessoal elegemos o Casa Grande, alojado no Suítes.
No café da manhã vários pássaros rodeiam os hóspedes que retribuem com migalhas e pedacinhos de frutas.
As tapiocas matinais são divinas.

O chefe Ataíde, com passagem pelo Fasano e equipe atenciosa, está sempre junto aos hóspedes explicando os pratos e incentivando provarmos as delícias. Vejam no centro da foto a decoração que ele fez com açúcar!

No Bar Barcaça do Cacau fomos servidos do melhor Cappuccino que já provamos em viagens.


Nossa sugestão ao visitante: leve uma calça com cintura elástica para usar no vôo da volta.

Ou então saiam para passear de bicicleta com a Ana Amélia; além do passeio vão conhecer uma simpatía de pessoa que vai incentivá-lo a participar das brincadeiras e dançar nas atrações noturnas da Vila Nova da Praia.

O que é a Vila Nova?
É local onde todos passeiam durante o dia ou se reúnem à noite para assistir aulas de malabarismo, por exemplo.

Lá também encontramos a Igrejinha, a bahiana da tapioca, artesanatos, Banco do Brasil, farmácia, lojas de vestimentas - com estampas da Goya Lopes - e uma charutaria e cachaçaria muito boa.
No restaurante Villa vale provar “Penne alla arrabiatta”. Inesquecível.


Em frente ao coreto encontramos o Túlio, terceiro maior artilheiro do futebol brasileiro e o quarto do futebol mundial.*
O craque, que passeava com a família, é bastante gentil, carismático e atencioso.



Tem transporte gratuito entres os hotéis e as atrações e seu motorista noturno, o Cosme, é muito calmo e bom de prosa, quando a prosa é possível.


Também sugerimos uma massagem pelas suaves mãos da Aline, Rosemeire ou Lucimara no SPA. Vale cada centavo.

E a viagem valeu por superamos um receio que tínhamos: ouvíramos várias vezes a frase “a praia de Sauípe é ruim e rochosa”.
Sim, tem rochas, mas a pouco mais de 100 metros do nosso hotel, a esquerda, ou saindo reto na praia do Golf e Spa, se encontra serviço de praia e praias muito anchas e boas. E no caminho é possível você ter um flagrante como este.
Definitivamente para algumas coisas em turismo são necessárias verificações locais.


Aceitam um banho de cheiro?





* (Há quem sustente que Arthur Friedenreich teria feito mais gols que o Pelé. Entretanto, os números são controversos e a maioria deles sem um registro confiável

sábado, 31 de outubro de 2009

O buraco da Curruíra





Tempos atrás, na crônica “Minha Floresta”, contei sobre um rombo que meu pai abriu no muro para que a Curruíra lá construísse seu ninho.

Olha ela aí, se equilibrando para alimentar seus filhotes.

Está aí mais um legado do meu velho – que não gostava de ser chamado de velho – assimilado com carinho.
Ao olhar a dedicada mãe alimentando os seus, eu, sentado a dois metros, fui lembrando algumas situações vividas com papai.
Aqueles dias de casa nova, com um jardim que, ao ser regado, cheirava terra.
Pintar a casa, reformar o que for preciso.
Novos tempos, cabeça voltada para frente, olhos que não enxergavam o infinito.

Acredito que, com a vivência que tenho agora, consigo entender aqueles olhares longínquos do meu velho, sentado na varanda de sua casa, com o ar satisfeito de quem conquistara sua morada.
Imagino que entendo também seus momentos de silêncios e seu apego tardio ao acordeão.

O dever de arrumar o jardim encerrou meus devaneios. Ainda bem, a saudade começava a doer.
Foi uma semana movimentada, mas com muita alegria:
Grandes projetos para o novo ano, amigos de casa nova, aos quais desejo enormes felicidade;
Parabéns Marlene e Paulo, parabéns Afonso e todo o pessoal da Visual.


Aceitam um champagne?

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Jasmim-do-cabo



A flor ao lado, cujo nome científico é Gardenia Jasminoides, assim teria sido batizada em homenagem ao naturalista escocês Alexandre Garden.
No mundo todo é chamada de gardênia, exceto em Portugal onde é nominada jasmim-do-cabo.
A princípio imaginei que portugueses tivessem se deixado levar pelo Jasminoides, mas como isso seria um erro grosseiro, fui fazer minhas pesquisas.

Descobri que todas as outras plantas denominadas jasmim pertencem a família Jasminum, nome derivado do persa Yasmim que significa, pasmem, Flor de Jasmim.
Naturalmente.
Existem mais de seiscentas diferentes plantas chamadas de Jasmim ou Jasmim e um complemento, como por exemplo:
Jasmim oficial ou verdadeiro, Jasmim-amarelo, Jasmim-mangá, -azul, -da-beirada, -da-virgínia, -de-veneza e por ai vai.

Mas jasmim é jasminum e gardênia não é.

Gardênia pertence à família das rubiáceas, ou seja, muito mais próxima do café do que dos jasmins.

Comecei a associar o que se passava com a expressão “Bodas de Crizo”, aquela ninguém sabe explicar o significado, e fiquei com mais uma dúvida na minha cabeça:
Quem terá sido o infeliz que deu o nome de Jasmim-do-Cabo para Gardênia?
“-DO-CABO” por quê?
Se a planta fosse originária da África do Sul, daí Cabo da Boa Esperança, teria alguma lógica.
Entretanto a flor é nativa da África tropical, acima das savanas.

De sopetão me veio à cabeça a música, clássica, composta por Rafael Hernández, “Perfume de Gardênia”, que começa assim:
“Perfume de gardenia, tiene tua boca, bellísimos destellos de luz em tu mirar”.
No meu sofrível Espanhol traduziria:
Perfume de gardênia tem tua boca, belíssimos brilhos de luz em teu olhar.

O romantismo da letra despertou a imaginação e me vi cantando essa música para minha mulher, romântico, de olhos semi-serrados, tentando seduzi-la:
Perfume de jasmim-do-cabo, tem tua boca....

E a Elisa respondendo:
- Que lindo querido...

Aí ela apaga a luz, vira de lado e diz:
- Boa noite.

Vamos combinar, nesse linguajar não dá mesmo para pintar um clima.


Aceitam um cappuccino?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O MAIOR PÉ FRIO DA HISTÓRIA BRASILEIRA.

Antes de entrar no assunto, só quero fazer uma nota:
Disseram que os Equatorianos e Uruguaios tinham pronta uma mala preta com 200.000 dólares para que os peruanos vencessem a Argentina.
Só esqueceram que em matéria de subornar peruanos os argentinos tem know how desde 1.978.

Agora vamos ao tema.

A Globo tem exclusividade nos jogos de futebol da Seleção Brasileira em território nacional:
Então temos que agüentar o Galvão Pé Frio Bueno em todas essas transmissões.
Vocês repararam como o Brasil empatou mediocremente na maioria dos jogos que aqui tivemos.
No último com duas bolas na trave!

Vocês se recordam que ele quis transmitir a final olímpica de basquete feminino no tempo da Hortência e Paula; como resultado o Brasil perdeu a final, assim como a final masculina de vôlei nas últimas Olimpíadas e aquele jogo do feminino que tínhamos 24 a 19 no quarto set e perdemos a partida para a Rússia.

Este ano quando ele não transmitiu a fórmula um, o Rubinho ganhou a corrida!

Agora a seleção sub20 estava indo muito bem, obrigado. Bastou o cara resolver transmitir a final e, mesmo com um jogador a mais por 60 minutos o Brasil não conseguiu fazer um golzinho só e ainda acabou perdendo nos pênaltis.

Se você torce pelo esporte nacional, peça a Deus que de uma rouquidão daquelas no homem antes de cada transmissão; aí talvez a gente volte a ser feliz.

Alguém tem um gelinho?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Como espantar morcegos

Se você estiver se referindo àqueles morcegos frugívoros (que se alimentam de frutas) eis uma dica que me asseguraram que funciona:
Pegue as bexigas (balões de ar para quem é de fora de São Paulo) que sobraram do aniversário das crianças e, cheias de ar, pendure nos lugares por onde esses asquerosos costumam voar. Aqueles que não enxergam muito bem, nesse ambiente seus sonares não conseguem uma boa resposta e, desnorteados, não conseguem se guiar por alí.
A dica foi dada por alguém que já usou o método num sítio e me assegurou que funciona.
Entretanto, caso não funcione, pelo menos tenha a certeza que o lugar vai ficar alegrinho e com cara de festa.

Não serve para os hematófagos do qual se deve manter grande distância.
Afinal, como dizia meu pai, em morcego não se pôe a mão nua nem depois de morto.

Ainda existem aqueles morcegos que vivem de secar os outros:
São aquelas pessoas que são capazes de torcer para um time argentino ganhe de um brasileiro que não seja o seu clube do coração.
Ou aos cronistas esportivos que torceram para a Argentina ficar fora das finais da Copa do Mundo e agora se dizem contentes por que los hermanos estarão lá.
Penso que até seria divertido vê-los de fora, mas não seria bom para o futebol da América do Sul e para o Brasil.
Precisamos de uma boa frente sulamericana para trazermos a vantagem do número de títulos mundias - hoje empatada em 9 a 9 - para nosso continente.
Os Europeus respeitam muito o nome dos selecionados que têm pela frente. Como todos nativos daquelas bandas, vivem do espectro da fama e dos títulos de nobreza.

Talvez por ter sua sede em Zurique, a FIFA tem critérios do Velho Mundo para classificarem seus afiliados:
Seleções da Europa tem peso 100 (valor integral) nos cálculos do ranking e as sul-americanas tem peso 95.
Malta vale mais que o Paraguai, assim como Ilhas Faroe, Andorra e Luxemburgo, o país.
Valem mais que o Brasil também!
Gostaria de ver qual seria o resultado de um jogo da Itália ou Inglaterra jogando com a Bolívia nos 3.660 metros de altitude de La Paz.
Sinceramente, num jogo entre o Cobreloa e o Chelsea no estádio dos chilenos, você fecharia os olhos e apostaria seu dinheiro nos europeus?
LDU e Milan em Quito, quem ganha? Ganha fácil?
Quando começa o Campeonato Espanhol, quem você imagina será o campeão no final do torneio? Tem dois times, Real e Barça. O resto é zebra que de vez em quando, oxigenada por atletas da America do Sul e até da África, podem incomodar um ano ou outro. Depois sucumbem.
É a mesma coisa na Itália, na Alemanha e qualquer outro país da Europa: o título ficará entre dois, no máximo três times.
No Brasil que hoje sobrevive sem os seus melhores jogadores jogando por aqui, temos hoje, há oito rodadas do encerramento do campeonato nacional, seis ou sete times com chances reais de serem campeões, ainda que no final o São Paulo vá levar o título de novo.

Bom, todavia se você também quer se ver livre desses outros tipos de asquerosos, tenho uma dica:
Mude de canal.


Aceitam um cappuccino?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Minha vigia

Escrevi outro dia que as contas da Copa 2014 e Olimpíadas 2016 precisariam ser vigiadas.
Já escalei minha vigia...



bom final de semana

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Pena Mercedes...

Algumas pessoas famosas me fazem sentir como se fosse um irmãozinho menor, temporão.
Sinto-me como se as olhasse admirado, de baixo para cima, como uma criança que vê uma tia alta ou um tio grandão.

A vida em corpo físico de Mercedes Sosa deixa de existir, mas seu legado inestimável perdurará para sempre, principalmente para minha geração, acostumada a lutar pela liberdade durante nossos anos dourados.
Foi uma luta sem fronteiras e, o que acontecia aqui no Brasil ou no sul do Chile, em Buenos Aires ou Montevidéu, dizia respeito a toda gente.

Saúdo Mercedes Sosa que eternizou ainda mais a música “Gracias a la Vida” de Violeta Parra:
“Grato a vida, que me deu tanto, me deu duas estrelas que quando as abro distingo perfeitamente o preto e o branco”;

Que nos fez
voltar aos dezessete depois de viver um século é como decifrar sinais sem ser sábio competente, voltar a ser de repente tão frágil como um segundo, voltar a senti-se profundo, como um menino frente a Deus”;

Que nos agregou altos ensinamentos ao cantar fabulosa música de León Gieco, “Solo le pido a Dios”, da qual ressalto os versos:

Só peço a Deus que a dor não me seja indiferente, que a morte não me encontre vazio e só, sem ter feito o suficiente;
Só peço a Deus que a injustiça não me seja indiferente, que não me batam, na outra face, depois que uma garra me arranhou a sorte;
Só peço a Deus que a guerra não me seja indiferente, ela é um monstro grande e pisa forte toda a pobre inocência das pessoas;
Só peço a Deus que o engano não me seja indiferente, se um traidor pode mais que muitos, esses muitos não o esqueçam facilmente;
Só peço a Deus que o futuro não me seja indiferente, desesperançado é quem tem que sujeitar a viver uma cultura diferente
.


Você jamais foi indiferente, Mercedes...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ao meu amigo Arnaldo Jordão.

Recebi do meu caro amigo Arnaldo Jordão este texto abaixo, a guisa de comentário sobre a crônica "Agora, para mim, só falta o Nobel".
Achei interessantes suas ponderações e contrapus meus comentários.
Forte abraço ao xará e a todos.

Prezado Onça,

Imagine o que daria pra se fazer com 25 BILHÕES DE REAIS que serão gastos para alguns dias de competição....

Quem ganhará?
Grandes redes de hotéis, intermediários nas negociações das obras, etc.etc.

Acho lindo e patriótico realizar uma competição desse nível em nossa terra, mas e a segurança? e a saúde? e a educação? e o saneamento básico/básico/básico/básico em grandes áreas do nordeste deste país?
Não me venha falar que é demagogia; não é.
É que não adianta pintar minha casa por fora pra ficar bonita, se dentro dela não tem comida!

Grandes potências mundiais (economicamente/socialmente) elegeram prioridades para se firmarem como tal e a maioria delas sofreram com algumas guerrinhas.

Acho que a escolha do Brasil como sede das Olimpíadas em 2016 é mais uma dose de "cala a boca" e vão sambar que "nóis" é "nóis"....

forte abraço
Arnaldo

Minha resposta:

Amigão Bom dia.

Primeiramente você é muito otimista em achar que serão gastos somente 25 bi. Os contratos iniciais no Brasil não são problemáticos; os problemas surgem nos aditivos.

Porém, acho que nós deveremos nos manter biblicamente atentos – orai e vigiai – às contas dessa Copa do Mundo e Olimpíada.

Muita gente não queria esses eventos, não por eles em si, porque sediar esses eventos é esportivamente importante e o aporte de recursos turísticos é monstruoso, mas com receio dos desvios tão costumeiros nas contas públicas brasileiras.

Por que Madri, Tóquio e Chicago queriam essas Olimpíadas? Não foram os únicos inscritos.

Querer esses Jogos e Copas é uma chance de fazer propaganda de sua cidade e atrair a indústria limpa do turismo, embora turistas normalmente sejam mais porcalhões que os locais.

Mas se investe em transporte, moradias, água, saneamento e, principalmente, capacitação dos empregados na área de turismo, do taxista ao recepcionista.

Nós temos que enfrentar esses governantes ladrões.

Temos que nos livrar desses Senadores da Comissão de Ética, desses senadores e governantes de "Comissões" não éticas.

Eles já nos tiram a felicidade e auto-estima de sermos corretos, eles nos roubam a dignidade; não podem nos roubar também as alegrias que os esportes nos trazem.

Aceita uma cachacinha?

domingo, 4 de outubro de 2009

Agora, para mim, só falta o Prêmio Nobel.

A escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas foi uma das maiores alegrias que eu tive na minha vida.
Uma vitória do bom planejamento, capitaneado pelo Presidente do COB Carlos Nuzman.
Parabéns ao Pelé, acima de tudo, por ter investido muito de seu carisma pessoal nessa empreitada.
Parabéns ao João Havelange, que muita gente aqui despreza, mas que tem muita influência nesse meio.
Parabéns ao Lula que trabalhou como não se via há muito e derrotou Obama.
Parabéns ao Rio de Janeiro que ganhou uma propaganda mundial por muitas horas. Certamente já desfrutará dos seus benefícios.
Parabéns aos cariocas que se mostraram solidários à sua cidade.

Uma vitória lançadora do Brasil no Mapa Mundi do COI, dando a impressão que, após todo esse vendaval financeiro que varreu o mundo e o nosso país conseguiu ficar com o nariz por cima da linha d’água, tenha servido de alerta à Humanidade que existe mais que pecado abaixo da linha do Equador.

Agora teremos grandes investimentos no Brasil todo por conta da Copa do Mundo e suas finais em 2.014.
O Rio de Janeiro terá efeitos prolongados por mais dois anos.
Fabuloso.

Nas minhas contas só falta ganharmos um Premio Nobel.
Na verdade já houve uma pessoa nascida no Brasil, Peter Medawar, que ganhou em 1.960 o destinado à Medicina. Por razões de foro íntimo ele resolveu receber como inglês. Tudo o que se fala a respeito não me interessa: ele não nos representava.

Na mesma Suécia onde se definem os vencedores da maioria dos prêmios – o Prêmio da Paz é definido pelo Parlamento da Noruega - criaram uma alternativa ao Nobel chamada "Prêmio da Sustentabilidade" em inglês Right Livelehood Award.
Criado em 1.980, teve vários brasileiros contemplados:
1.988 - José Lutzenberger - por suas atividades em prol do Meio Ambiente -
1.991 - Pastoral da Terra;
2.001 - Leonardo Boff;
2.006 - Chico Whitaker - pela vida dedicada ao trabalho pela Justiça Social e ao fortalecimento da Democracia.

É sempre bom ver brasileiros serem premiados.
Mas seria bom que as Academias e Parlamentos da Escandinávia abrisse seus olhos para o Brasil.
Houve quem dissesse que a Ditadura em 1.970 trabalhou junto ao Parlamento Norueguês para evitar que Dom Hélder Câmara fosse premiado. Não creio, eles desprezaram o Arcebispo de Olinda por quatro vezes. O Povo da Noruega não.
Seria bom que eles vissem que o Pelé, criticado por muitos, talvez seja o ser humano vivo que mais trabalhou pelos pobres do mundo todo e nossas criancinhas em particular.
Já perderam a chance com o Betinho e Jorge Amado, mas talvez ainda tenham tempo de corrigir sua falha com a Viviane Senna ou Zilda e Paulo Evaristo Arns.
Ou Paulo Coelho.


Vamos comemorar com um espumante do Vale do São Francisco?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A FIA perdoou Nelsinho Piquet; eu não!

Curto e grosso:
Sei que o esporte em geral anda comprometido com tudo quanto é tipo de gangues de bandidos e a Fórmula 1 de longe é um dos esportes mais perversos nesse sentido.
Todavia, a frase do Bernie Ecclestone sintetiza meu pensamento:
"Se alguém te mandar roubar um banco..."
O Felipe Massa poderia ter sido Campeão Mundial no ano passado.
Se vocês não se lembram, eu recordo que ele estava em primeiro lugar na corrida após fazer a "pole".
Recordo ainda do meu pensamento na hora da batida do Nelsinho:
"Esse bosta acabou com a corrida perfeita do Massa".
Prejudicado por ter que entrar nos boxes antes da hora, após uma longa volta no circuito, Massa foi vítima de uma lambança enorme no reabastecimento, fruto do nervosismo geral que tomou conta da equipe que tentava colocá-lo na pista à frente do Hamilton e, no final das contas, terminou a corrida em 13º lugar.
Bastaria um oitavo para ele ter sido campeão no final do ano.

É isso aí Nelsinho, vai com Deus!
Espero que uma grande maldição caia sobre seu destino de piloto, caso insista nele.
O que você fez foi desprezível.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Compensação Ambiental uma ova!


Desculpem aspereza do título, mas quero registrar que não vou me deixar enganar por essa propaganda ridícula que está sendo veiculada tanto pelo Estado quanto pela Prefeitura.
Tempos atrás se contava uma piada que a Portuguesa de Desportos tinha um grave problema com estacionamento no Canindé e para resolver a questão a Diretoria já havia comprado um terreno no Morumbi. Para quem não conhece São Paulo, os bairros do Canindé e Morumbi são separados por trinta quilômetros.
Sempre se atribui aos nazistas a máxima: “repetir uma mentira até virar verdade”.
Estou vendo que não é bem assim e governos das mais diferentes matizes políticas, de esquerda e direita, se utilizam de propagandas excusas e esse mal parece sem fim.
O Governo resolveu ampliar as Marginais do Rio Tietê e faz propaganda dizendo “que é verde que não acaba mais”.
Estão me chamando de burro?
Estão destruindo árvores na Freguesia do Ó e no Limão e, pasmem, colocando num parque (?) distante quarenta quilômetros!
Num parque!
Não sei se precisamos mais árvores num parque, mas sei que precisamos mais parques próximos às nossas casas.

Os desmandos da Administração Pública são atemporais:
Antigamente se dizia: “Para frente e para o alto, mão de tinta não é asfalto”, em protesto a péssima qualidade do calçamento colocado em nossas ruas.
Hoje continuam tentando nos enganar com atitudes que podem ser mensuradas na foto abaixo:


Vejam no fundo da foto como eram as árvores no local.
Pois então. O imbecil - ou imbecis - que planejou o “Cebolinha” instalado no começo da Via Anhanguera, quem sabe por residir em um distante bairro arborizado, mandou cortar quase todas as árvores frondosas que existiam no começo da rodovia e, em compensação, mandou plantas esses galhos altos que vocês certamente estão tendo dificuldade de ver a esquerda da foto. Entre uma coisa e outra várias etapas de puro concreto.


A inteligência atinge um limite de competência, mas a imbecilidade sempre pode surpreender.
Além de derrubarem nossa vegetação, ainda aumentaram entre 1,5 a 2 quilômetros o caminho para chegarmos as nossas casas.
E mais, no terreno da Casa da Marquesa de Santos, instalado na confluência da Marginal com a Anhanguera, serão construídas 14 torres de apartamentos. Imaginem todos os residentes tendo que se locomover com seus automóveis – o sistema de transporte público aqui é ridículo e certamente não será usado por quem poderá pagar a fortuna que custará cada um desses apartamentos - despejando pelo menos 100 litros de combustível queimado por ano somente para o trânsito do começo da nova ponte até suas casas através das ruas sinuosas e mal conservadas do Parque São Domingos.
E outros 100 litros para saírem.
O que vai compensar isso? O Imposto Predial?

O Governo do Estado está dizendo que fará grandes compensações ambientais na construção do Rodoanel. Todavia, todos os olhos d’água, pequenos cursos ou nascente a jusante da obra estão sendo ou serão extintos.

O que poderá compensar isso?


Meu pai - um homem sereno e amigo de infância do ex-presidente Janio Quadros – me revelou, com alguma amargura, numa conversa que tivemos pouco mais de um ano da eleição do Fernando I das Alagoas presidente:
"A maioria dos políticos nos decepcionam a curto prazo, poucos a médio prazo e todos a longo prazo".

Dedicado ao casal Jan e Léo, que ainda conseguem arrumar forças para lutar pela qualidade da água que bebemos e pelo ar que respiramos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Como dizem os argentinos...

Os argentinos contam uma piada e, quem sabe por ser uma piada argentina nós tenhamos que nos esforçar um pouco para rir, “que num museu brasileiro havia um lugar em branco e ali só não havia um ser humano porque o Brasil era o melhor fabricante de preservativo do mundo".

Alegam que os brasileiros querem ser os melhores do mundo em tudo.

Pode ser que não sejamos em tudo, mas atualmente em vôlei e futebol podemos olhá-los por cima.

E nossas piadas costumam ser mais felizes que as deles; eles fizeram muitas piadas duas semanas atrás e levaram a maior sapatada em Rosário.
Aqui no Brasil a repercussão foi deliciosa: todo mundo tinha um sorriso nos lábios comentando o 5 de setembro.
Tentei encaixar uma conversa que minha tia fez 102 anos naquele sábado e nada; a conversa era só futebol.
Lembrei que um deputado tentou mandar para a Câmara um projeto de lei em 1982 limitando os salários de jogadores de futebol por não admitir que pessoas que nem tinham diploma de primário fossem capazes de ganhar o que ele chamava de “tanto dinheiro assim”.
Esse deputado ficou sem mandato e morreu pouco depois do Lula ser eleito presidente; terá sido tristeza?

O Brasil é assim, movido por paixão e por alegrias dos seus maiores astros.
Está certo que muita gente ficou feliz com o Cielo e a Maurren, mas quer ver o povo sorrir basta um três a um na Argentina. Ou quatro a dois no Chile, ou dois a Zero no Azerbaijão.
Não importa, o futebol ainda é o esporte mais simples de ser praticado por um grupo e o mais festejado mundo afora.

Dedicado a minha tia Corina, por seus 102 anos, e meu amigo Kiko Aizemberg, por sua paixão pelo futebol.









Aceitam um alfajore?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Estão voltando as flores.

Adoro a chegada da primavera.

Com essas alterações doidas que o clima de São Paulo vai sofrendo então, as coisas estão ainda mais malucas e as flores começam a brotar antes e depois da estação programada.

Com a primavera vêm os pássaros e seus trinados e as manhãs regadas com a lembrança da marcha-rancho (você sabe que ritmo musical é esse?) de Paulo Soledade, com o mesmo título desta crônica e cujos primeiros versos são um primor:

“Vê, estão voltando as flores,
Vê, nessa manhã tão linda,
Vê, como é bonita a vida,
Vê, há esperança ainda”.

Sim, é quase um hino à esperança, virtude cada vez mais magoada e machucada com notícias que vêm de Brasília.

É voltar nossos sentidos para a alma, regenerar nossa luta e seguir em frente como faz a Natureza, que apesar de vilipendiada, desprezada, cuspida e escarrada, se recompõe com as cores vibrantes do amarelo do camarão...











a exuberância da flor do Jambeiro,











a timidez da flor da cerejeira,











o perfume adocicado da flora de laranjeira



ou do manacá-mimoso que tanto encantava papai.




Aceitam um copo de água pura?

Dedicada aos meus amigos que distribuem Água boa.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Pela Alegria

Muitas vezes vivemos próximos à felicidade e não nos apercebemos disso.
Quantas pessoas trabalham conosco, convivem conosco e, por qualquer motivo, não nos aprofundamos na troca de informações pessoais, seja por pudor, seja pela correria, seja pela discrição.

Dia desses convivíamos a alegre companhia de nossa amiga Lucila quando ela comentou que Silvio, seu marido, por uma necessidade especial de sua filha, havia pesquisado e feito com látex, estudo e suor, um nariz de palhaço que ficou tão bom que vários amigos da menina lhe pediram para fazer outro igual.

Foi assim, simples assim, e de repente ele começou a fazer mais um, outro, um pedido daqui, outro pedido dali e a coisa tomando vulto.

Hoje ele se transformou num grande produtor desse acessório, com uma gama de ofertas e uma incrível qualidade que são usados até mesmo por artistas do Cirque du Soleil, a expressão máxima circense de nossos tempos, e pelos Doutores da Alegria, o máximo do voluntariado feliz.
Encantamo-nos com as narrativas das barreiras que estão vencidas pelo casal, do trabalho cansativo e partilhado e felizes ao notar a alegria de nossa amiga narrando a ajuda ao seu marido na missão de distribuir um princípio da alegria, algo marcante na vida das crianças como as que fomos.
Certamente nos lembramos ter se aproximado um dia de alguém com uma bola vermelha no centro do rosto e maquiagem de traços exagerados e da alegria desse instante.

Coisa fantástica isso que esse casal faz: negociar com a alegria, propiciar elementos para a alegria.

Minha homenagem ao casal.












Lucila e Silvio durante o lançamento do meu livro

A arte da família no rosto da bela Priscila.

Outra alegria pessoal me foi dada por meu amigo Hamilton ao me contar reações de algumas pessoas próximas dele que elogiaram livros que ele me ajudou publicar.
Estou com o ego lá em cima...
Já fechava esta crônica quando toca o celular e minha cara Ana Paula me dá uma fantástica notícia:
Essa alegria, porém, vou precisar esperar um pouco para dividir com vocês.

Aceitam um espumante?

domingo, 16 de agosto de 2009

Para alegrar Dona Hélia.

Dia desses fraquejei no meu Quarup.
Não sei e acho que nunca tenha sabido tratar com a perda de meus pais, mas sempre pensei que me restariam duas alternativas:
1) - Chorar pelos cantos, bater com a cabeça na parede e mendigar atenções, coisa que não me parece sensata;
2) - Ou fazer meu Quarup e, caso isso fosse insufuciente, chorar quieto, sentar, pensar e chorar de novo e, - talvez pelo trauma que me colocaram os psiquiatras e psicólogos com quem me tratei ao diagnosticarem sempre situações como essas como “falta de atenção” - fazer isso tudo longe de todo mundo.
Como dizia, essa tentativa de me manter sóbrio desabou dia desses quando peguei umas coisas da minha mãe que, por qualquer motivo, se transformaram em minha herança.
Desembrulhava algumas taças e as coloquei para lavar e, quando dei por mim, chorava sem controle.
Tenho que ser honesto em dizer que doeu muito aquela saudade e a vontade de olhar nos olhos claros da minha mãe e dizer-lhe que a amava.
Santo tempo, calmante exato para algumas aflições.

Minha mãe era uma educadora, professora de muitas pessoas que literalmente aprenderam a escrever com ela: foram mais de 25 anos de primeiro ano primário.
Imagino que hoje, domingo, 16 de agosto de 2009, ela esteja bastante feliz.
Isto porque a Vera e a Tatiana lançaram um livro de história infantil, Dolores Dolorida.
Texto de uma menina que adora contar história, ilustrações lindas e bem feitas de outra com muito talento.

Tatiana e Vera são casadas com netos da Dona Hélia, cujo marido foi autor de livro contanto a saga de sua família, um filho que já escreveu sete e outro neto escritor, o Rafael, que já tem mais de um livro pronto.

Parabéns meninas.
Que venham muitos outros livros, muitas outras histórias a serem contadas e ilustradas.







Vera e Tatiana

Por falar em família, eis Isadora, junto com a irmãzinha Cecília, a mãe Mariana e a prima Fernanda.

Aceitam um cappuccino?

domingo, 2 de agosto de 2009

A nova geração...


Minha família tem algumas divisões claras quando se trata de nascimentos: meus três irmãos mais velhos têm diferenças de menos de dois anos entre suas chegadas.
Depois deles fui eu, mas como sou um pouco mais preguiçoso foram necessários três anos para que eu viesse ao mundo. Eles costumam dizer que foram problemas com o acabamento; minha mulher fala que estavam aperfeiçoando a mercadoria. Enfim, nasci e minha irmãzinha caçula veio dois anos, como programado.

Quando a casa quase se acostumava com a falta de choros, chegaram os agregados, que nasceram com intervalos de seis, sete e sete anos.
Quando nossa querida Priscila – que eu chamo de minha irmãzinha e ela me chama de Tio – nasceu, meu mano mais velho e a Anete já tinham o Fabiano e a Mariana nasceu no mês seguinte, e o ciclo se encerrou com a vinda do Luciano pouco mais de um ano depois.
Foram as crianças de geração dos anos 70.

A nova década ainda começava e nasceu minha preciosa Januária, abrindo caminho para a nova temporada de netos da Dona Hélia e Seu José.
Seguiram o Rodrigo, Alexandre, minha também preciosa Fernanda, Diogo e fechando mais uma temporada de crianças meu afilhado Rafael.

Pararam os choros e começaram as paqueras; rapazes fazendo barba, meninas maquiagem.
Naturalmente se iniciaram os casamentos, já nos anos 90.

Os filhos dessa geração chegaram presumivelmente:
De Luciano e a Vera nasceu o alegre Raul.
Mariana e Eliel tiveram a doce e linda Cecília, o esperto Francisco e aguardam a força da lua nesta semana para nascer a mais bela garotinha do ano.

Dia 25 passado foi dia de chorar de emoção:
Ele já formavam um belo casal e numa bela e singela celebração casaram-se Rodrigo e Isabel;
Nossos augúrios a todos.
















Aceitam um champagne?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Liberdade, ainda que tarde da noite.

Estávamos ouvindo, Elisinha e eu, o programa Radar Paulista do meu amigo Renato Albuquerque, quando ele anuncia a notícia:
“Várias cidades do interior de São Paulo impõem toque de recolher aos jovens”!
Sei que é dever do jornalista comentar estas coisas, mas vou pedir que ele prepare o terreno quando for noticiar coisas desse tipo ou dia desses vou acabar batendo o carro.

Absurdo dos absurdos em um país dito democrático:
Um cidadão com poder de assinar um papel e nenhum bom senso, ao invés de regulamentar o dia a dia das pessoas, nega-se ao seu dever e, por conforto do cargo, simplesmente rompe com uma cláusula pétrea da Constituição Brasileira: a Liberdade.

Ao invés de cuidar dos jovens, esses senhores os castigam indiscriminadamente e, pior, lhes passam a mensagem que TODOS são irresponsáveis e insuficientemente sãos e maduros para julgar seu destino.

Os jovens que cada vez mais são condenados a quatro paredes e um computador, mantidos escondidos do mundo com o qual terão de lidar um dia.

Confesso que quando minhas meninas saem de casa para encontrar com amigas, nossos velhos corações de origem portuguesa e italiana batem apressadamente até a hora que ouvimos o motor do carro ser desligado e os passos alegres da nossa cachorrinha salpicarem na companhia delas até a cozinha.
Não ligo para as batidas de portas e saltos de sapatos.
Enquanto isso passo mal sim, mas, problema meu.

Jamais admitiríamos que uma restrição dessa natureza lhes fosse imposta: iríamos à Justiça para lhes conseguir um verdadeiro "habeas corpus". Esses caras não sabem como minha mulher é quando brava!

Não posso impedir que sigam seus caminhos e saibam que o mundo é, desde tempos imemoriais, um campo onde o mais forte sobrevive: antigamente o mais forte fisicamente; hoje, os que mais formação têm, formação negada e negligenciada aos jovens pela ausência contumaz do Estado.

Se isso persistir, em breve será decretada a prisão de todos os passarinhos em viveiros para que não sujem nossas estátuas ou manchem os jardins.
O mesmo vai valer para nossos cães que igualmente sujam as calçadas. É muito mais fácil decretar uma bobagem dessas que multar os cretinos que deixam as sujeiras dos seus animais nos caminhos de cegos, de idosos, crianças, enfim, nossos caminhos, até mesmo o deles.
Será proibida a reunião de pessoas para um chopinho porque as nossas autoridades são incapazes de evitar que alguns urinem nas ruas.

Desculpem se, de repente, usarem esta crítica como uma sugestão e dêem uma canetada e transformem essas bobagens em Decretos.

Proponho aos jornalistas que dêem a notícia, por dever, mas NÃO ENTREVISTEM ESSES JUÍZES E CONSELHEIROS TUTELARES, NÃO MOSTREM SEUS ROSTOS E SUAS VOZES EM JORNAIS, RÁDIOS E TEVÊS. Vamos reduzí-los à sua insignificância, de pessoas nomeadas para um cargo ao qual não estão aptas a preencher.

Teve razão o Renato quando disse que o "toque de recolher" deveria ser aplicado aos donos de casas noturnas que permitem a bebida alcoólica aos menores de 18 anos, aos exploram o sexo juvenil, aos traficantes.
Essa inversão de valores me lembra o Pastor alemão Martino Neimöller, autor do fabuloso poema abaixo:
Quando os nazistas levaram os comunistas, eu fiquei quieto; eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu permaneci quieto: eu não era social-democrata.
Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei: eu não era sindicalista.
Quando levaram os judeus, eu me mantive calado: eu não era judeu.
Quando eles me levaram, não sobrou ninguém que protestasse por mim.
Aceitam uma caninha após a meia-noite?

As coisas divertidas da nossa gente.

Pois é, fiquei devendo coisas boas do nosso povo e hoje resolvi botar alguma coisa no papel depois de um comentário da Elisa quando avisei que tinham chegado mensagens novas do Cavallaro e do Geraldino: - Dos dois, já vi que lá vem coisa...
Isto é o óbvio: somos alegres e brincalhões.

Olhem nas ruas, olhem nas conduções, principalmente fora dos grandes centros; nossos rostos são tranqüilos, miscigenados e bonitos.
Apesar das mazelas políticas e das balas perdidas, peça informação a um carioca, mesmo aquele mais apressado: ele pára, pensa e “lhe” responde com aquele sotaque específico e, se for uma garota, tenta entabular um chopinho. Se por acaso for uma carioca, em breve tempo você não só terá sua informação como vai saber a história da vida da família dela.
Ande pela praia e olhe para alguém que caminhe do lado contrário e você verá que logo vem de lá um “bom dia”.
É absolutamente incrível quando vemos repórteres entrevistando pessoas que estão sofrendo na seca, com fome e maltrapilho e, no final, o entrevistado dá uma risada, às vezes nervosa, às vezes sem jeito. Seja pela timidez, seja pelo constrangimento, lembro de reportagens parecidas em outros cantos do mundo em circunstâncias análogas e só se vê carrancas.
Nosso povo, mesmo sem formação escolar, tem uma facilidade surpreendente em aprender tarefas e logo vai chamando os amigos para um churrasco e comemora seu primeiro salário como se levantasse a Taça do Mundo.
E é feliz porque somos os melhores no futebol, mesmo sem ganhar as Copas que merecíamos.
Meu amigo Gilberto Bruce rezava durante as partidas do Mundial de 1974 pedindo a Deus que nos favorecesse por imaginar que nenhum povo no mundo adorava mais futebol que o brasileiro. E ria ao final de cada pedido.
Sempre fui muito bem recebido em países no exterior, principalmente após a menção de ser brasileiro.
Somos associados a coisas alegres como futebol e carnaval, esquecendo por hoje as más associações porque isso é um problema de falta de informação deles.
Paramos guerras civis para que o povo visse o Pelé e a Seleção Brasileira ou ouvisse nosso jogo durante a guerra de Sarajevo.

Somos intimistas.
Em pouco tempo, muito pouco mesmo, qualquer um já se torna amigo de infância, já é chamado de você, chamado pelo primeiro nome ou – nem tudo é perfeito - por um apelido.

Nós rimos dos nossos eleitos, que eram nossas esperanças e nos decepcionam, nós rimos dos nossos ídolos e até dos nossos mortos, ainda que eu jamais tenha contado uma piada em velório.

Emprestando o slogan da APABB, o normal por aqui é ser feliz.

Bom fim de semana.

Alguém vai fazer um churrasco?

terça-feira, 14 de julho de 2009

Nossos heróis pouco conhecidos

Hoje 14 de julho é o dia que se comemora um feito histórico no Brasil:
Por pouco mais de um palmo o paranaense Mauro Ribeiro venceu a nona etapa do Tour de France de 1991 entre as cidades de Alençon e Rennes.
O ciclismo é uma mania na Europa e na América do Norte e os ciclistas são tratados - não no aspecto financeiro, é claro - como são os pilotos de Fórmula Um ou astros do golfe ou tenis:
Seus retratos são colocados em destaque nas lojas de artigos esportivos, ainda que não especificamente ligadas ao ciclismo: eles vendem sapatilhas, maiôs, camisetas e tudo que diz respeito ao esporte.
Nos Estados Unidos está sendo feito um filme sobre a vida de Lance Armstrong.
Durante o mês de julho milhares de pessoas se postam nas ruas, nas estradas, no topo dos castelos e casas para ver, por poucos segundos, passar a caravana com 180 ciclistas e carros de apoio que forma imagens maravilhosas.
O Giro de Itália e Vuelta de Espanha, o primeiro antes e o segundo depois da Volta da França, também são muito concorridos, com a presença do povo se divertindo com o esporte.
Pena que não tenhamos um avanço nesta área e, na America do Sul e Latina vemos nossos hermanos nos darem bailes constantes nessas provas.
Ainda bem que vencemos a última 9 de Julho com o Bruno Fernando e a Débora Cristina.
Fica aqui minha sutil homenagem ao Mauro com a foto da sua chegada vitoriosa.












www.ss.esp.br/cgi-bin/imprensa/ribeiro(5).jpg

Também gostaria de fazer minha homenagem à pesquisadora Dra. Rosana Beatriz Silveira, que coordena o Projeto Hippocampus, quem sabe o centro mais avançado no mundo inteiro de estudos sobre o cavalo marinho.
No dia que visitamos o Projeto a Doutora estava lá sozinha, fazendo vezes de recepcionista, projetista de vídeo, vendedora e orientadora.
A vida de pesquisadores no Brasil é uma luta incrível e essa mulher deve ser homenageada.
Espero que o novo local onde se estabeleceram já esteja arrumadinho.
fica na Rua Saberé com a Praça Sete, no bairro de Ipojuca, em Porto de Galinhas.
Vale a pena ser visitado.

Parabéns Dra Rosana.











Dra. Rosana e Elisa


Aceitam um brinde aos nossos heróis?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Brasileiro é um gozador; isto é bom, isto é mau...


Lembro de uma conversa do meu compadre Roberto sobre uma palestra dada aos gerentes do Banco do Brasil no exterior: “O brasileiro tem mania de contar uma piadinha para descontrair o ambiente e os empresários estrangeiros acham isso um horror”.
Realmente existem algumas coisas que são efetivamente horrorosas em alguns dos nossos hábitos; a falta de simancol é uma delas.
O primeiro péssimo hábito em minha opinião é aquele de dar apelidos às pessoas que mal conhecem. Essa mania tem coisas de extremo mau gosto como, por exemplo, o pessoal de Mairinque, onde morei, chamar um rapaz acometido de poliomielite de “Pé de Anjo”.
Outra ocasião bastante comum desses ataques acontece em viagens; não sei se porque o pessoal julga a convivência no passeio algo muito efêmero, um engraçadinho - o “mala” do grupo – está sempre pronto a colocar apelidos: é Bolinha para os obesos, Vovô para gente que tem os cabelos da cor do meu – isto, todavia, ainda não aconteceu comigo - Elebê para a loira do grupo, e por aí segue. E na maioria das vezes esses chatos se apegam a defeitos físicos para azucrinar os próximos. Tinha um desses numa viagem que fiz para Caravelas. Encheu todo mundo até que perdi a paciência e o chamei de “Mãozinha”, numa referência a problemas que ele tinha nos dedos. Não me senti bem, mas pelo menos ele não fez mais passeios conosco.

Outra forma popular de se divertir está ligada a duas deficiências básicas do Brasil:
A cultura elitizada de poucos e a falta de cultura do populacho.
Quando aprendi minhas primeiras palavras em Inglês, comentei com meu pai que seria divertido disparar algumas frases no novo idioma perto de caipiras, para confundi-los.
“ - Não é vantagem nenhuma falar inglês com quem sequer sabe falar português” respondeu papai. Foi tão imediata, mas tão imediata a resposta, que refleti sobre aquilo e mudei meus conceitos logo aos treze anos.

Não existe vantagem sobre outras pessoas em se adquirir conhecimento e sim em compartilhá-lo, essa é a questão.

Agora, a bola da vez é debochar do Joel Santana por suas tentativas de se explicar em inglês em um país onde essa é uma das Línguas Oficiais. Vale lembrar que o mundo todo, menos a França, também fez do inglês sua língua corrente.
Minhas perguntas são:
Será que essas pessoas que riem do técnico têm um inglês assim bom, a ponto de se julgarem superiores?
Será que eles se expressam sem aquele friozinho na barriga?
Joel Santana falando inglês é uma piada?
Vae lembrar que Joel foi treinador em países árabes e no Japão por vários anos e lá certamente não teve necessidade de aprender qualquer um desses idiomas. Começou, mesmo, a aprender inglês há onze, doze meses, aos 59 anos de idade, num país onde o sotaque é acentuadíssimo, muito diferente do que nossos ouvidos estão acostumados e até mais próximo daquilo que ouvimos na entrevista dele.
E as pessoas esquecem que Joel Santana foi o único treinador a ser campeão carioca pelos quatro times chamados grandes, se ainda podemos chamar o Vasco de grande e achar que vencer o campeonato carioca seja algo tão esplêndido assim. Entretanto, aconteceu com ele.

Fica ainda outra questão:
Vocês já ouviram o Rafael Nadal ou o Sérgio Garcia falando inglês? Ou o Tiger Woods falar outra coisa que não sua língua nativa? Por que será que ninguém debocha deles?
Quem entendia o que falava o Tevez?

Tenho só mais uma pergunta:
Por que as audiências brasileiras vibram tanto - sem deboche - quando um desses artistas internacionais vem fazer suas turnês por aqui e conseguem mal e mal dizer: “Obrigada”? Serão eles deuses encarnados?

Ser gaiato também tem seu lado bom, mas isso vai ser contado em outra crônica.

May I offer you a cup of tea?

Oferecido à memória de Neda Soltani e àqueles que lutam e lutaram por Liberdade.
Também ofereço à minha querida Cecília por seu aniversário dia 23.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Maravilhas da vida moderna

Antes de mais nada devo confessar que adoro compartilhar mensagens que trazem decalcomanias e propagandas como, por exemplo, Drops Dulcora, DKW ou Biotônico Fontoura. São muito alegres e com elas reavivamos nossas lembranças.
Dia desses, porém, recebi uma mensagem mais que saudosista, onde o autor declarava que os velhos tempos é que eram bons e lançava alguns desafios aos jovens, julgando-os incapazes de viver a felicidade tal qual os antigos faziam.
Não gosto nada dessas coisas, pois os jovens, que já tem um monte de problemas com falta de emprego, violência, afetivos, ainda ficam com um magoado lhes buzinando uma mensagem subliminar que diz, literalmente, que são incapazes e infelizes.

Pois bem, eu vou recordar algumas coisas que eu vivi.
Pasmem, mas me recordo plenamente da minha casa e do sítio do Tio Rocha iluminados em diversas ocasiões com lampiões de querosene e lamparinas a óleo que enchiam a casa com uma negra fuligem. Ao acordar, tínhamos uma sujeira negra nas narinas e brincávamos que eram bigodes.

Andei e tomei chuva num bonde que era aberto de um dos lados. Muita gente me garante que esse tipo de bonde não existia, que era aberto dos dois lados e que, na verdade, eu teria andado no bonde camarão, assim chamado porque era vermelho. Minha memória das coisas de infância é extremamente mais solida que minha memória de hoje em dia. Lembro da chuva que caía na antiga e hoje inexistente Praça Clóvis Bevilácqua.
Querem saber, prefiro o metrô, sequinho.
Recordo ainda uma visita que fiz à minha avó, em Candido Mota, quando tinha cinco anos. Para tomar banho foi necessário aquecer a água numa caneca no fogão à lenha, colocá-la no balde com uma pequena corrente que abria e fechava a torneira colocada na parte de baixo e desembocava em um chuveirinho.
Este ritual acontecia porque a grande facilidade da casa estava com problemas. A água descia por gravidade da caixa principal, passava num cano por trás do fogão e, aquecida, subia até a uma pequena caixa d’água com ligações para o balde/chuveiro e uma torneira que havia na cozinha e era usada para ajudar a desengordurar a louça.
No segundo dia da viagem minhas aventuras ao banho terminaram em parte, já que meu pai desentupiu o encanamento e não necessitava mais aquecer a água na caneca.

Querem saber, prefiro os chuveiros de hoje em dia, muito mais práticos e nos proporcionam banhos longos quando a cabeça necessita se recuperar de alguma tristeza.

Era morador do subúrbio do Chora Menino e nossa rua não era pavimentada. A cada chuva - e chovia quase todo dia - necessitava levar os sapatos limpos em um saco plástico – que não era fácil conseguir – para trocá-los quando chegávamos aos paralelepípedos da Alameda e os sapatos cheios de barro, precariamente limpos, eram guardados na sacola até a volta. As pessoas pediam o dono do bar na ponta da rua para lá deixarem os sapatos até a volta dos compromissos. Lá ficavam, às dúzias, sem cobrança, sem queixas; era gentileza mesmo.

Querem saber, não tenho saudades dos bons tempos enlameados da minha rua.

Também o Correio não chegava até nossa casa e nossas cartas eram mandadas para a casa de uma tia que vivia perto do quartel do CPOR. Era essa tia que também recepcionava as mensagens urgentes porque não tínhamos telefones na nossa rua. Quando os correios e as linhas telefônicas chegaram à nossa casa, foi uma festa. A Caixa de Correspondência passou a ser um item de destaque nobremente alojada ao lado dos portões.
Já o aparelho telefônico foi colocado em um ponto nobre, central, acessível e visível a todos, nativos e visitas. Facilitava o acesso, mas era péssimo para se namorar.

Querem saber, também não tenho saudades dos bons tempos em que não podia dizer coisas maliciosas para minhas amigas e obscenas para meus inimigos.

Uma modernidade, entretanto, resolvi aposentar por plena incompatibilidade: meu corretor automático de texto. Fica me enchendo a paciência com coisas do tipo:
“Uma modernidade, entretanto, resolveu aposentar” ou “Umas modernidades, entretanto, resolveram aposentar”;
E também:
“e-mail é neologismo inadequado. Altere a expressão para mensagem ou texto”;

Ou ainda
“esta frase contem 55 palavras. Deveria conter 50.”;
Pergunto quem definiu que uma frase deve conter menos de 51 palavras? Bill Gates?

Propõe correções absurdas ou deixa de fazê-las, como a que aconteceu na minha última crônica, alterada graças à ajuda providencial dos meus amigos Rufino e Lauro, além de outros comentários posteriores: Num determinado parágrafo ao invés de “referirem” apareceu “refirão”. Se fosse “refiram” seria um erro de concordância meu; mas não.
Confesso minha falha ao transferir o texto do Word para o Blog sem corrigi-lo detidamente.
E Rufino, assumo que também errei na grafia da palavra discriminar.

Querem saber, acho que vou ficar sem essa modernidade.
Ah! Que saudade dos bons tempos da correção com o lápis vermelho.



Aceitam uma Cuba Libre?

Dedicada aos amigos Rufino e Lauro, e também ao Maurinho, por seus 20 anos.

fotos da Cambacica, afinal

Hoje resolvi fazer um plantão com a máqina pronta ao lado da árvore onde ela vem tomar seu néctar.

Só não me perguntem se é o macho o a fêmea.
















































segunda-feira, 25 de maio de 2009

Novo "apartheid", agora no Brasil.

Vidas separadas. Esse é o significado da palavra apartheid.
Foi assim que o mundo teve notícias de como chamaria o novo estilo de convivência entre brancos e não brancos na África do Sul em 1948.
Essa idiotice sobreviveu por 42 anos e mantém miseravelmente na memória que quem viveu e sobreviveu essa besteira a tristeza e cicatrizes sociais que, com muito custo, poderão ser apagadas em mais algumas décadas.
Percebe-se o vivo preconceito em olhares e atitudes pelas ruas, bares, restaurantes e qualquer local onde se convivam pessoas de tribos e raças diferentes. Sim, existe um forte preconceito tribal na África do Sul apesar de todo o sacrossanto trabalho de Mandela e sua turma.
Eu, menino, sempre me vangloriei de viver em um país sem preconceitos.
Depois fui me deparando com uma ou outra situação meio turva, digamos. Sempre que havia alguma coisa a respeito era meio velada.
Nessa hora fui me consultar com quem deveria: Meu pai e minha mãe me ensinaram que o racista é uma pessoa inferior, que projeta em outro ser humano, diferente de suas características, as fraquezas e impotências que tem dentro de si e não é capaz de conviver ou superá-las. Coisa de gente ignorante que ficou rica de uma hora para outra. “Tizius metidos a sabiás” nas palavras de mamãe que sempre tinha um ditado à boca.
Nasci em uma casa que tinha uma negra que nela trabalhava e lá teve três filhos com os quais aprendi a conviver como se fossem meus irmãos de sangue. Quando o mais velho dessas crianças pediu a benção do meu pai, no seu leito de morte, a sua resposta do meu velho foi: "Deus te abençoe meu filho".
Quando esse menino morreu senti uma das maiores tristezas da minha vida, e se é possível aos mortos ver a alma dos vivos ele muito bem sabe disso.
Tive na minha juventude – e na minha vida – meus dois melhores amigos, ambos negros.
Um, Percival, infelizmente morreu muito cedo e outro Julião, se mudou para Ribeirão Preto só por que a mulher dele quis ir para lá.
Mulheres...
Foram duas amizades de sentimento. Eu não precisava, precisei ou preciso dizer que sou amigo dessas pessoas por que a energia que viveu e vive entre nós diz isso por si só.
Nunca mencionei a diferença de cores ou raça em qualquer ocasião – a não ser agora - por que isso nunca me passou pela cabeça, em tempo algum.
E olhe que houve muita gente que veio me dar esse recado e soberanamente ignorei.
Na minha rua de garoto tinha um japonês, o Pardal, que era relojoeiro e casado com uma negra maior que ele. O que chamava a atenção da gente não foi a diferença de raças deles e sim o fato da mulher ser mais alta que o homem, coisa incomum então.
Tive uma namorada nissei, uma negra, uma índia e vou mudar de assunto porque minha mulher vai ler esta crônica e eu não quero aborrecimentos.
Há tempos, num hotel de “bandeira americana” no Rio de Janeiro, houve um problema com um segurança negro ao não querer permitir que entrasse no hotel uma mulata, mulher de um executivo estrangeiro que lá estava hospedada, dizendo que não era permitida a entrada de “garotas de programa”. Assim como eu, o país todo se indignou e se revoltou com o fato. Nessa mesma semana fomos a Curitiba, a Elisa, as meninas e eu, para assistir a apresentação de natal daquelas crianças nas janelas do prédio de um Banco e ouvia, atrás de nós, um casal comentar: “amor, que lindo”, “olha benzinho” e por aí vai. Tudo com um forte sotaque sulista. Ao acabar a festa me virei para caminhar até o hotel e reparei que o casal era formado por uma negra, bem negra, muito bonita, de cabelos afro, enormes, e um cara mais branquelo que eu. Adorei ainda mais a minha gente e vi que os idiotas por aqui são poucos, graças a Deus.
Narrei isto tudo por que está tramitando no Congresso uma bobagem que vai institucionalizar diferenças raciais no Brasil. Cotas raciais para tudo quanto é situação: cotas para isso, cotas para aquilo, criando claramente uma cisão em todos os locais de trabalho e até mesmo – pasmem - no atendimento do SUS.
Será a semente da cizânia para que pessoas que trabalham num lugar se referirem aos colegas como “normais” ou “de cotas”.
E também um tapa na cara daqueles que, nascidos pobres e não brancos, que tenham conseguido se formar e arrumar uma boa condição social, bom emprego, passem a ser discriminados pelo resto da vida como “cotistas”.
Além do mais, será uma lei que caducará em breve: o Brasil que hoje tem declarados cinquenta por cento de brancos e o mesmo tanto de não brancos. Ou seja, em breve os brancos serão minoria.
E esse decreto vem para proteger minorias num país que até mesmo associações de proteção a “pessoas com necessidades especiais” não contrata aqueles que deveria proteger com a desculpa de “falta de capacitação” dos PNEs!
Sim, será o primeiro passo para a sociedade de castas que martiriza a Índia até nossos dias.
O passo seguinte será a criação de cotas específicas para setores específicos.
Assim, em breve as empresas terão que criar cotas para “baixinhos”; times de vôlei serão obrigados a ter cinco por cento de pessoas com até um metro e meio.
Outra atitude será a contratação de atores “feios” para papéis de mocinho, ou “gente bonita”.
Por que ao invés de criar cotas em faculdades, o governo não melhora os salários e ensino nas escolas públicas?
Por que ao invés de criar cotas em empregos, não se criam possibilidades de formação e empregos, aqueles dez ou doze milhões que foram prometidos em campanha eleitoral?
Será que nenhum dos meus amigos brancos que estão lendo estas linhas tem filhos desempregados no momento, mesmo aqueles que estudaram em escolas particulares?
Será, em sã consciência, que se espera acabar com a desigualdade social com “bolsa família” e decretos?
Pobres e minorias não querem esmolas, querem condições.
Foi do meu amigo Percival que ouvi pela primeira vez a frase abaixo e a cada dia mais concordo com ele:
“O PROBLEMA DE NOSSOS POLÍTICOS É A INSISTÊNCIA DE FAZER NA VIDA PÚBLICA O QUE FAZEM NA PRIVADA”.
Acho melhor os deputados voltarem a criar homenagens para dia disso, dia daquilo. É menos perigoso para o país.

Só mesmo tomando uma...

Monica, ainda não consegui fotografar a cambacica. Ela é muito ligeira, parece um bem-te-vi, só que do tamanho de uma curruíra.
Mas assim que conseguir, publico.