quarta-feira, 29 de abril de 2009

O próximo clássico

Sem dúvida a escalação de um juiz em baixa, tecnicamente falando, é um prato cheio para quem imagina os desdobramentos.
Senão vejamos:

1 - Vai acontecer uma falta grave e o juiz dará um cartão amarelo se o jogador for do Corinthians (exceto se for o Ronaldo); vermelho se for do Santos;
2 - Os bandeirinhas vão dar impedimentos existentes e inexistentes do Kléber Pereira:
3 - O bandeirinha não vai dar um impedimento que resultará no gol do título do Corinthians;
4 - Caso não aconteça o gol acima citado, não se preocupe: um pênalti “daqueles” resolverá o assunto;
5 - Algumas faltas a favor do Santos serão ignoradas no começo do jogo para irritar os jogadores santistas;
6 - Pênaltis a favor do Santos só serão marcados caso o Corinthians já tenha marcado um ou dois gols e o Santos nenhum:
7 - Em hipótese alguma será colocado em risco o título invicto corintiano;
Isso tudo irá empanar o brilho de uma campanha ímpar do time da Marginal sem número.
Outras coisas irritantes:
a) Assistir o jogo pela Globo e aguentar qualquer um dos seus narradores fazendo lobby para o Ronaldo volta à Seleção. Pobre Dunga;
b) Aguentar todos os comentaristas nos programas esportivos noite afora fazendo lobby para o Ronaldo volta à Seleção. Pobre Dunga II;
c) Assistir o Globo Esporte com aquele carinha sem sal, na segunda-feira, fazendo lobby para o Ronaldo volta à Seleção. Pobre Dunga III;
d) Ser debochado por sampaulinos ou palmeirenses cujos times ficaram pelo caminho.
Em suma, no domingo assistirei a um torneio de golfe...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ridículos esses Deputados.


Uma das coisas que eu tento não me descuidar é da minha memória e tal qual Federico Fellini, eu me recordo.
Essas cotas para gastar com passagens aéreas, por exemplo, eu me lembro bem.
No princípio era o verbo, ou melhor, a verba destinada à compra de quatro passagens por mês para seu Estado de origem, a fim de que o deputado pudesse retornar às bases que o elegeram e ficar próximos aos seus eleitores e suas necessidades.
Nunca ninguém acreditou nisso, mas...
Também lhes eram destinadas quatro passagens para a cidade do Rio de Janeiro, pois alguns órgãos públicos ainda tinham sede na Cidade Maravilhosa.
Essas passagens permaneceram disponíveis mesmo após todos os órgãos irem para Brasília.
Um amigo carioca costumava qualificar essas passagens como “Vale-Antonio’s” ou “Vale-Macarronada”.
De repente - essas coisas só acontecem assim - as quatro passagens, tanto para um lugar quanto outro, passaram a ser de ida e volta, ou seja, oito para o Estado e oito para o Rio. Havia uma exceção: os deputados do Rio de Janeiro, por razões óbvias.
Um pequeno detalhe que deve ter enriquecido muito a Agência de Viagem vencedora da concorrência para vender as passagens de Suas Excelências: as passagens eram compradas pelos valores cheios, sem descontos, sem promoções. Isso chegou a gerar muita reclamação com os deputados que eram atolados nos puídos aviões da VASP que pagavam comissão de 13%, contra 9 e depois 6% das demais.
Dizem que por causa do muxoxo dos deputados fluminenses levou à alteração dos critérios: foram criadas as cotas. Os deputados passaram a pagar, silenciosamente, as passagens dos assessores que, nós sabemos, eles tem às pencas.
Em função dessas alterações, os aviões lotavam de e para Brasília nas Sextas e Domingos.
Reclamando do excesso de passageiros, pois além dos seus inúmeros assecl..., digo, assessores, ainda tinham que dividir assentos com o povo, alguns passaram a viajar para suas bases as Quintas à noite e voltar a Capital Federal na Segunda de manhã.
Para encurtarmos essa conversa, as sessões na Câmara e no Senado só são para valer a partir da tarde da Terça até Quinta ao final da tarde, isto por que quinta-feira era o dia da semana que se espalhavam os boatos e muitos desses senhores tinha chance de aparecer na TV.

Muito bem.
Hoje ouvi nos telejornais um desses senhores dizer que estavam querendo separá-lo da família e que só os solteiros seriam candidatos.
Outro desses senhores falou que forneceu passagens “a correligionários que estavam precisando, sim” e que não havia nada de errado com isso.
Pois bem, ou nós somos muito imbecis ao engolir uma história dessas, ou esses senhores estão agindo como imbecis.
Nós não demos cotas para deputados irem à Disneylândia, Europa ou Buenos Aires. Aliás, nós não demos nada, eles se deram!
Quatro a cada cinco brasileiros nascem e morrem no mesmo município. Nos estados desses deputados muitos nascem e morrem sem sequer serem registrados.
Essas pessoas, em algum tempo, não teriam necessidade de viajar para cuidar de sua saúde, por exemplo? Quem quebra o braço com fratura exposta no sertão da Bahia vem de ambulância até o Hospital das Clínicas em São Paulo.
Qual a diferença dessas pessoas comparadas aos correligionários do deputado?
Eu posso apontar duas:
Primeira: a honestidade da maioria;
Segunda: a falta de oportunidade desses brasileiros que já perderam o caráter de tanto ver esses políticos pulhas e aproveitadores se darem bem.
E senhor deputado pela Paraíba saiba que o senhor não é um Coronel que pode enfiar sua verdade garganta abaixo do resto da nação. O senhor deve realmente sair às ruas e visitar CEAGESP, em São Paulo, ou nos canaviais ao longo da Rodovia Anhanguera e ver milhares de pessoas que passam meses longe da família para conseguirem uns caraminguás que vai sustentar suas famílias pouco acima da linha da miséria, quando conseguem.
Se não quiser vir a São Paulo vá até o Pará, lugar na America do Sul onde mais trabalham pessoas em condições de escravidão.
Se o senhor faz questão da sua mulher junto com o senhor, faça como muitos colegas meus faziam e como eu mesmo fiz: ao me mudar de cidade para trabalhar, levei minha mulher junto. Sem precisar de passagens pagas com dinheiro público para conviver com minha amada. Não me separei nem de minha cachorra.
O senhor iria economizar dinheiro público não precisando viajar as Quintas e voltar as Terças, trabalhando sério mesmo só as Quartas, embora eu nem acredite nessa seriedade.
Não coloco todos os políticos no mesmo saco, mas sem dúvida coloco a maioria num saco só e não gosto do cheiro que vem de lá.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Tia Mimi


Vou traçar algumas poucas linhas, o quanto minha emoção permitir, sobre uma pessoa que marcou muito minha vida e a quem devo muita gratidão:
Minha tia Mimi.
Ela, irmã caçula do meu sogro, foi mais um presente que obtive com o casamento com a Elisa.
Além do grande apoio que nos deu ao ceder a casa onde vivemos quando casamos, sempre nos trouxe muita alegria no convívio.
Era conhecida na ocasião do meu casamento por um termo da época, locomotiva, dado a pessoas que impulsionavam a vida social.
Sua casa sempre foi o refúgio do almoço aos domingos que, nas épocas áureas da disposição física e mental, contava com os saborosos e saudosos pastéis da Tia Corina, hoje com 101 anos.
Acredito que o que deixamos nesta vida na memória dos convivas são nossas atitudes.
Então, como esquecer as narrativas das companhias de viagem da Mimi que nos contaram que três anos atrás, numa viagem ao Maranhão, ela tirou alguns rapazes para dançar forró e não é necessário dizer quanto se encantaram com ela.
Sempre dançou o Vira, qualquer lugar que fosse que ouvisse o som que animou sua infância e juventude.
Criou sua família junto de si, bem casada que foi com um tio genial que muito me ajudou na formação de meu caráter; eu, moço, tive boas e instrutivas conversas com o Armando. Pena que o perdemos há tanto tempo para o vício de fumar que o levou desta muito cedo.
Ontem foi o dia de perdermos a Margarida, nome de batismo da Mimi.
Hoje vou recolher minhas alegrias para viver essa perda, uma das maiores que tive.
Vou vivenciar meu Quarup.
Amanhã renegarei essa tristeza para resgatar em minha memória a alegria que foi conhecer, ser vizinho, conviver e gostar imensamente desta pessoa fantástica.
Como creio na Eternidade, sei que um dia nos reencontraremos por lá.


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Vejam o que minha mulher comprou para decorar a Sala.

Nestes diversos anos de casado nunca tive conflitos com relação a compras de coisas para casa, seja para manutenção, tenha sido para decoração.
Sempre fomos muitos tranqüilos quanto a isso.
Como tenho um gosto meio estragado para algumas coisas, sempre deleguei a decoração à Elisa e depois que minhas filhas puderam opinar, a elas também.
Isso não tira a minha responsabilidade de adornar a casa vez por outra com alguma coisa horrorosa, mas não me preocupo por que o objeto da discórdia logo vai parar em alguma caixa depositada na edícula.

Não significa que não tenha meus pontos positivos como, por exemplo, minhas mulheres de terracota, personagens trazidas em diferentes viagens mundo afora.
São maravilhosas.

Todavia confesso que fiquei muito intrigado com essa última compra que a Elisinha fez. A ponto de colocar aqui no blog para o julgamento de vocês.

Sinceramente respondam: ela não exagerou desta vez?


























Alguém me empresta um cartão de crédito?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Lendas e mitos na internet



Sinceramente estou estupefato com o nível de lendas e mitos que recebo via internet.
A coisa anda tão disseminada que, adivinhem, já surgiram vários sítios de desmentidos e contra provas que desmontam, uma a uma, as lendas que correm por aí.
Eu mesmo me incluo entre aqueles que repassaram mensagens inverídicas.
No meu caso falhei ao repassar para alguns amigos fotos que seriam da casa do Edir Macedo e não eram.
Não importa a brincadeira que fiz.
ERREI MESMO.
As fotos já haviam sido atribuídas à residência de um ditador africano e outras pessoas desafetas.
Fiquei chateado comigo mesmo, por que normalmente investigo tudo.
A recente ameaça do Power Point, por exemplo, é notícia de boa fonte. Veja abaixo, com fonte alterada por mim para harmonia do texto:

April 03, 2009
Hackers seize on zero-day flaw in Microsoft's PowerPoint
Independent security company Secunia has rated the PowerPoint vulnerability 'extremely critical,' its highest-risk ranking

By Jeremy Kirk IDG News Service
Microsoft warned Thursday that hackers are actively exploiting a software vulnerability in PowerPoint, the company's presentation application.
There's no patch yet for the bug, which could allow an attacker to completely control a computer. It affects Office 2000 Service Pack 3, Office XP SP3, Office 2003 SP3, and Office 2004 for Mac, Microsoft said in
an advisory. Office 2007 is unaffected.

Outro e-mail que recebi, sobre a Coca Zero, dava conta de um componente de um refrigerante que está proibido nos Estados Unidos, mas é permitido no Brasil.
Fui ao sitio do fabricante e não me convenci com as explicações ali publicadas. Todavia, não me convenci com o texto do e-mail também.
Meu conforto pessoal é saber que não bebo esse refrigerante. Aliás, nem mesmo meu Guaraná tenho tomado.

Também passei a apagar, sistematicamente e por prazo indeterminado, todos os e-mails recebidos de quem me passa e pede para passar correntes. Não importa a qualidade do pedido. Estão no Purgatório, digamos assim.

Não se preocupe você que passou informação útil, coisa do tipo como reconhecer um AVC e assuntos correlatos. Eu investiguei as mensagens e a procedência pareceu confiável a ponto de repassá-las.

Outras coisas que peço encarecidamente não me mandem são os seguintes e-mails:
a) Fim do 13º aprovado na Câmara;
Procurem se informar na Câmara ou no Senado que vocês descobrirão coisas bem piores que estão sendo feitas por lá. Se é para desopilar sua ira, Brasília tem inúmeras maneiras de irritá-lo e você pode passar adiante uma mensagem verdadeira.
b) Rede Globo usa o Dinheiro do Criança Esperança para abater no imposto de Renda;
Este é até mesmo uma crueldade. A própria Globo adverte: “O dinheiro é depositado diretamente na conta da UNICEF e não pode ser abatido no imposto de renda”.
Quem forjou esse e-mail não está prejudicando a Rede Globo. Prejudica crianças necessitadas.
c) Mapa do Brasil adulterado nos Estados Unidos;
Já escrevi sobre este assunto aqui no blog na postagem de 24 de fevereiro de 2008;
Procurem na internet – você já está plugado - a tal de Un introduction of Geography de David Norman e verão que esse livro não existe.
Quem me mandar esta mensagem, além de me dar a triste notícia que não está lendo meu blog, estará passando vergonha.

E como recebo muita coisa boa também, vejam as fotos de autor desconecido que me mandou meu amigo Arnaldo Jordão.
Caso você seja o autor destas fotos, publicarei seus créditos.







































Parabéns ao José Antonio por seu Aniversário.



Aceitam um cappuccino?


quinta-feira, 2 de abril de 2009

Seja Bom


Dia desses estava vendo o final do filme E.T., enquanto zapeava a TV justamente na hora da cena que os garotos voam com suas bicicletas.
Delícia de filme.
Aí veio a frase famosa: “Seja boa!” dita pelo extraterrestre à garotinha vivida pela então pequena Drew Barrimore.
Pensei sobre o assunto.
Ser bom deve servir para alguma coisa, ainda que não imaginemos uma futura recompensa no reinos dos céus.
O mundo é atavicamente Yin e Yang e isso me remeteu à consideração:
O problema está na fila do outro lado.
Imensa, juram os entendidos.
Colossal, pensam os crédulos.
Realmente, se levarmos em conta apenas a fila dos ex-habitantes do Brasil, só os banqueiros, que intercalam seus lugares com os advogados, formarão um cordão sem fim, desenrolado escada a baixo.
Adicione-se ainda os jogadores de futebol que cobram e perdem pênaltis, aí a coisa vai ainda mais longe.
Parei de escrever para atender o telefone e minha mulher leu o que escrevia por sobre o meu ombro e não hesitou em perguntar: E os políticos?
Caramba, agora que a fila não vai mesmo terminar: são vereadores, deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos, governadores, presidentes, vices, assessores diretos que também são políticos enviesados, primeiros irmãos, cunhados, sogros, em suma, não tem fim.
Meu cunhado, ao saber o que eu escrevia também lançou seu palpite: os médicos, não esqueça dos médicos.
Contrapus minha opinião que a maioria esmagadora dos médicos que conheci era boa e estarão, certamente, na fila do outro lado...
a que sobe.
Quando criança me contavam que até as portas do inferno, os infelizes desafurtunados tem que atravessar o caminho descalços, no gelo e na neve, com dores incríveis mercê da falta de circulação.
Com essa fila que chegando à boca do metrô, acho melhor me comportar bem.
Mesmo com a desvantagem de enfrentar uma fila maior; afinal, a maioria dos meus amigos, você inclusive, são muito bons de alma e comportamento e comporão esse caminho.
A vantagem nessa fila por certo será a serenidade da travessia.
E a escada rolante nesse caso funciona.
Quer dizer, eu acho...
Preocupado com minhas considerações e suas conseqüências, por qualquer maldade que eu tenha feito, por favor, me desculpem, inclusive meus advogados.

Dedicada aos meus amigos Waldo, Gisele e Maurício Cantagallo, Ronidei e Ana Paula Botelho, Lauro Rodrigues Oliveira, João Bosco, Nelson Paffi, Ana Rosa Marafuz e Carlos Fernando Valle Lima Filho.
Aceitam um vinho tinto?