segunda-feira, 29 de março de 2010

Meu amigo Messias Tavares

No sábado passado, enquanto o mundo comemorava a Hora do Planeta, completava 70 anos meu amigo Messias Tavares.
Nós fomos Conselheiros da APABB e uma das coisas que eu mais ansiava era por nossas Assembléias Gerais onde podia desfrutar do convívio com ele e outros amigos.
Homem de admirável lucidez e ordenamento lógico de idéias, Messias também é uma pessoa sempre dotada de um incrível senso de humor.

Enquanto todos debatiam por uma idéia ou ponto de vista, parecia que ele nos olhava com precisão além das nossas opiniões e com maestria nos despia do manto da vaidade e alcançava com palavras precisas o âmago daquilo que discutíamos.
Era nosso representante no CONADE e , inquieto por natureza, como, alias, são os homens de boa vontade, movimentava-se também por outras associações.


Ajudou a me confortar quando da minha saída da APABB com uma mensagem sábia que imprimi e guardo em minha agenda para ser vista cada vez que acontece alguma coisa de errado nos relacionamentos sociais das Entidades a que me mantenho filiado.

Devo-lhe, além de um pedido de desculpas por não ter uma foto mais legal, uma visita com calma numa próxima passagem por Recife.

Parabéns amigão.
Um abraço para a Marly e toda a família.


Receba o brinde dos felinos ...

terça-feira, 23 de março de 2010

CALA A BOCA LULA!

Minha mãe costumava rechear suas conversas com provérbios, sintetizando numa frase uma alegoria que nos permitia um ilimitado números de conclusões.
Acho que ela dizia mais ditados que o Sancho Pança.
“Para o que não tem remédio, remediado está” era dito para coisas que não se poderia alterar, como, por exemplo, o mandato presidencial que só terminará dia 31 de dezembro e nos obrigará a viver essa agonia de ouvir, dia pós dia, o Presidente da Silva falar uma bobagem atrás da outra.
“Tiziu pensando que é sabiá” se aplicaria para reduzida capacidade verbal de Sua Excelência, que abafa sua boa capacidade de leitura de discursos previamente elaborados, muito bem elaborados, aliás. Pelo menos em termos de discursos tem alguém em Brasília trabalhando muito bem.
O problema é esse: Lula talvez imagine que foram dele as palavras que acabou de ler, se anima e solta seus torpedos que são uma vergonhosa tortura aos brasileiros sadios, moral e literariamente.
Durante anos o mundo ouviu por sua voz o ordenamento lógico e apropriado de palavras escritas para um ator canastrão que, ao improvisar, diz coisas como “a Namíbia nem parece a África” ou, como disse esta semana na Jordânia, “aqui todo mundo tem cara de turco”, algo tão absurdo quanto se o rei jordaniano chegasse a Brasília e dissesse que por lá “só existem cabeças-chatas”.
Ontem o governador do Rio de Janeiro, entre um choro e outro, convidou os participantes do V Fórum Urbano Mundial a visitar as favelas e o Presidente da Silva se apressou em dizer para “não irem a lugares que não conheciam” e sugeriu "que fossem às praias", como se as praias não lhes fossem lugares desconhecidos.
Será que era água que ele bebia naquela mesa?
Ele já reprimiu jornalista que não quiseram beber uísque no avião presidencial. Alguém poderia sugerir que, “assim como Vossa Excelência, estamos a trabalho”.
Como este mundo é feito de puxa-sacos e revanches – e revanchismo parece ser a primeira palavra no dicionário petista - ninguém tem coragem de dizer “CALA A BOCA PRESIDENTE”, ou de lhe pedir que não fale de improviso. Aí entra em cena aquele ditado “passarinho que come pedra sabe o .. que tem.”.
É uma pena, porque sua imagem e boa imagem do Brasil, que é o que nos interessa, vão descendo pelo ralo.
Alguns dirão: “Os cães ladram e a caravana passa”.
Minha resposta está pronta: “a caravana dos 40 ladrões passa”.
Aliás, pena que não são só quarenta.

Aceitam uma aspirina?

quarta-feira, 17 de março de 2010

Licença para matar tem padrinhos conhecidos

Já faz algum tempo, nem tanto, mas na nossa cabeça pode nem mesmo haver a lembrança.

Em 23 de outubro de 2005 houve uma consulta ao povo brasileiro, um referendo erroneamente chamado de plebiscito.
Perguntou-se se a população queria que fosse mantido o Artigo 35 da Lei 10.826 de 2003, que proibia “a comercialização de arma de fogo em todo território nacional, salvo...”

Definitivamente nós brasileiros não damos sorte com nossos políticos:

A favor dessa decisão estava a Frente Parlamentar “Brasil sem armas”, capitaneada por ninguém menos - pasmem - que Renan Calheiros. Ah, e pelo deputado Raul Jungmann.

Do outro lado do ringue a Frente “Pelo direito à legítima defesa”, chefiada pelo... ai,ai,ai, Luiz Antonio Fleury Filho e Alberto Fraga, ai, ai, ai também. (*)

Pois bem, o último lado venceu e apadrinhou o direito a todos os tolos se acharem seguros pelo fato de possuírem uma arma em casa.

Agora o país chora o sétimo dia da morte do cartunista Glauco e seu filho Raoni.
Por quê?
Porque um imbecil teve o completo e fácil acesso a uma arma e descarregou sobre os dois e depois sobre agentes da Polícia Federal quando tentava fugir do país.

Interessante que seus advogados querem passar a imagem que ele é louco.
Como diria a Enfermeira da Jamaica: que louco sabidinho, não?
Mata, se esconde, dribla o cerco policial e do quarto poder, rouba um carro e dinheiro, tenta fugir para outro país.

Muito louco!

A todos vocês quero deixar duas perguntas:
A primeira: Se o comércio e porte de armas tivessem sido proibidos lá em 2005, esse idiota teria acesso tão fácil a uma arma?
A segunda: Se todos têm o direito a legitima defesa, quais foram as chances que tiveram Glauco e Raoni de defender quando viram o imbecil armado na frente deles?

Ao ex-governador paulista deixo uma pergunta direta:
Quatro anos após o povo ter endossado sua proposta, o irmão de Vª. Exª, usando seu sacro direito de possuir uma arma em casa, atirou e matou seu próprio filho e, em seguida, se suicidou.
Pergunto: O senhor tem algum remorso?

Com a palavra os pobres deputados.


* - Para quem não se lembra, o deputado Fraga é aquele que pagava sua empregada doméstica com verbas da Câmara Federal e, ao ser pego, despediu a empregada.

terça-feira, 16 de março de 2010

À perdedora, os louros...

Concursos de calouro são atrativos desde tempos imemoriais.
Sempre houve alguém querendo mostrar seus talentos e isto aconteceu, por exemplo, em Viena:
Johann Strauss, o filho, apesar da fama do pai, não conseguia participar das audições em teatros e palácios. Sua alternativa foi seguir o funcionário real do Palácio do Imperador, responsável pelas contratações, pelas ruas da capital austríaca, a bordo de um cabriolé puxado por cavalos velozes, equilibrando-se e tocando seu violino, como forma de convencer que tinha talento e não tinha oportunidade.

Com o advento do rádio, calouro passou a ser um estágio da vida de cantoras e cantores e radioatrizes e radioatores.

Recentemente a Inglaterra promoveu dois calouros, talentos ocultos, todavia brilhantes, ao limbo das estrelas.

O primeiro deles foi um vendedor de celulares que entrou no palco com um terno de trinta e cinco libras, aparentemente um número ou dois menores que ele. Talvez tivesse sido crismado muitos anos antes com aquela roupa.
Todos olharam para Paul Potts e seus dentes tortos com mais desconfiança que o povo olha político.
Cantando “Nessum Dorma” – ninguém durma - de Turandot, última ópera escrita por Puccini, derrubou os preconceitos que existem com pessoas meio destratadas pela beleza.
Assim como Calaf seduziu a princesa chinesa com seu desafio e venceu pela manhã, Potts se tornou figura conhecida e faz turnês pelo mundo e até mesmo apresentações em espetáculos concorridíssimos como o José Carreras Gala, em dezembro de 2009.

O ano seguinte nos trouxe à baila uma senhorita que, como diria meu amigo Fabinho, de tão atrapalhada na beleza, era melhor olhar para o outro lado da rua quando se pudesse divisá-la à frente do caminho.
Ao se apresentar no palco, Susan Boyle, escocesa de 38 anos e portadora de leve debilidade mental, resultante de um parto difícil, que afirmava nunca ter sido beijada, ouviu até mesmo um ensaio de vaias.
Sua música foi “I Dreamed a Dream” - eu sonhei um sonho – do musical Os Miseráveis, composta por Alain Boublil.
Viveu mesmo um sonho a partir de então.
Apesar do massacre psicológico que foi submetida pelo baixo clero da imprensa inglesa, Susan tem se saído bem em sua nova carreira.

E se Paul Ptts não era o favorito e venceu a final, com Susan ocorreu o contrário: assim como aconteceu naquela eleição presidencial norte-americana, houve problemas na contagem de votos e um conjunto de dança venceu o concurso.

A Natureza está se encarregando de consertar a injustiça: enquanto os vencedores – você lembra o nome deles? – fazem um pequeno sucesso no Reino Unido e algum sucesso nos Estados Unidos, Susan parte para mais uma turnê que prevê a possibilidade de sua apresentação no Brasil e outro país da América do Sul.


Aceitam um cappuccino?


Dedicado ao Maestro Umberto Urban e ao Coral da AABB São Paulo, talentos que enobrecem nossos ouvidos a cada audiência.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Rainha da noite, ou HYLOCEREUS UNDATUS.


Minha amiga Mirian Ferrari lembrou que a comemoração do Dia Internacional da Mulher teve como fato gerador uma tragédia.
Ela tem razão.
Talvez seja algo atávico na Humanidade esse gosto pela tragédia. O fato mais lembrado na vida de Jesus Cristo é sua crucificação e não seus milagres.

Voltando à comemoração, mandei no dia 8 de março, com muito gosto, às minhas amigas, uma mensagem com a foto de um MANACÁ florido, numa alusão à beleza feminina em sua magnitude, a luta para seguir e refletir a luz do sol, numa parábola à vida, alegria e rosário das mulheres.
Também coloquei a foto ao lado, uma planta conhecida como Rainha da Noite, que algumas pessoas nomeiam por engano Dama da Noite.
A Rainha da Noite é conhecida pelo nome científico HYLOCEREUS UNDATUS. Trata-se de uma flor que cresce por cerca de uma semana e depois começa a abrir ao cair da noite, tendo seu ápice à meia-noite real, magnética, desprezado o horário no relógio. Após mostrar sua beleza sem pudores, seu perfume delicado tal qual a brancura de suas pétalas e uma mulher que amou e amou bastante, recolhe-se do seu esplendor e descansa serena.

Essa flor é associada, no Oriente Médio, à fartura e prosperidade. Diz-se por lá que, conforme a quantidade de flores que nasce na passagem do ano será farta ou pífia a colheita e a alegria da casa onde está plantada.

Já a Dama da Noite tem o nome científico CESTRUM NOCTURNUM, e é caracterizada por vários cachinhos de flores que abrem como estrelas, como podemos ver nesta foto capturada na internet.

Foi uma Dama da Noite a responsável pela compra da casa onde moramos, mas isto é outra história.

Dedicada ao meu amigo José Alberto de Mello Brandão, grande bailarino, que hoje chegou aos jardins divinos..