quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Melhor não irmos à Espanha.


Notícia veiculada através da UOL no dia 11 passado, tendo como fonte a EFE, agência de notícias espanhola, revela que a polícia de Fronteiras da Espanha barrou em 2008 uma média de 30 pessoas por dia, cerca de 12.000 viajantes, dos quais 2.500 - cerca de 21% brasileiros - os líderes da classificação.
Perdemos a liderança na FIFA e vamos ficar logo com esta, à frente de paraguaios e, com o perdão da palavra, argentinos.

Recentemente tive uma notícia que um padre brasileiro que se dirigia a Roma para uma audiência com o Papa, foi retido no aeroporto de Barajas e só conseguiu seguir viagem com a intercessão divina da Santa Sé.
Ridículo.

Face ao sem número de exigências e a extrema aleatoriedade da polícia fronteiriça espanhola, sugerimos aos nossos amigos e passageiros que evitem os preços tentadores da Cia Aérea Ibéria e avaliem entrar no continente europeu por outro portal, mais decente.

Fiz agora uma comparação simples, simulando o vôo para uma pessoa viajando dia 3 e voltando dia 17 de fevereiro, de Guarulhos a Paris.

Das companhias européias, voando com escalas, os preços são:

O melhor preço é o da Alitália: US$881,00 mais US$200,00 de taxas.
Ou seja, US$1.081,00

O preço final via Ibéria é US$1.009,00, mais US$165,00 taxas.
Ou seja, US$1.174,00

O preço final via TAP é US$950,00, mais US$240,00 taxas.
Ou seja US$1.190,00

O preço final via Air France é US$1.098,00, mais US$185,00 taxas.
Ou seja US$1.283,00, mas o vôo é direto.

O preço final via TAM é US$1.011,00, mais US$128,00 de taxas, ou seja, US$1.139,00, o segundo melhor preço e o vôo é direto.


Como disse o espanhol Garcia Lorca em “Verde que te quiero Verde”: “Yo soy yo, e las cincunstancias” .

Sigamos seu conselho
Arnaldo Onça


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Lenta agonia


Quando nos decidimos morar em uma casa pequena, nossa aposta foi no grande jardim que temos e que nos dá muita alegria.
Mudamos para um bairro classe média, de casas simples e amplas, muito verde e tudo aquilo que se busca para complementar a vida além das posses materiais: pássaros, ar puro, árvores e aquele frescor vespertino que a sombra nos traz.
Na vizinhança muitos eucaliptos, uma grande área verde onde um dia morou a Marquesa de Santos, amante do nosso imperador Dom Pedro I. Sua casa ficava junto à entrada para a Barra Funda, local onde os barcos traziam os frutos das culturas e monoculturas do estado e, ao passarem por ali depositavam os "óbolos" e "róubo-los" que seriam transformados em vestidos de veludo e sedas reais, muita gandaia e filhos bastardos.
Nessa propriedade se instalou, décadas atrás, uma fábrica de fósforos que, de tanto explodir, foi remanejada para fora da área urbana. Os atuais donos da propriedade dão toda aparência que rezam todo dia para a histórica e tombada casa da Marquesa caia de vez, para poderem instalar torres e mais torres de apartamentos, desses que nos dão direito a Spa Fitness, Private Theater, Garage Band, Slim Pool, Barbecue Firebox, Cooper Track e guarita com segurança 24 horas.
Milhares de apartamentos despejando o dobro de milhares de carros em ruas estreitas que estarão ocupadas em suas duas laterais por carros que não caberão nas suas garagens e terão suas calçadas ainda mais sujas com os dejetos despejados pelos cachorrinhos educados de donos mal-educados.

Do outro lado já vi com muita tristeza a concessionária da Via Anhanguera acabar com os eucaliptos que protegiam meu bairro dos indóceis ventos noroeste que de quando em quando arrasam a região e já derrubaram várias árvores em minha casa. Dia desses o vento tombou um vaso com um fícus que, milagrosamente, restou intacto, pousado sobre o telhado da lavanderia.
Agora estão construindo um enorme complexo na ponte Anhanguera, sempre voltado para carros e derivados. O poder público não tem capacidade de pensar em uma extensão do metrô por essa área, por exemplo.
Não, vão construir um “cebolinha” e nessa fúria de cimento e ferro já acabaram com as sibipirunas, com suas copas enormes e florações amarelas na primavera, que escondiam da descida da Rua Monte Pascoal as tristes imagens da Vila Anastácio.

Agora resta no começo da Via Anhanguera uma enorme paineira, linda, majestosa, que está agonizando dia a dia.
Não sou um desses caras que conversa com árvores, como o Príncipe de Gales, por exemplo, mas numa hora dessas fico imaginando se ela já sabe de sua sorte.
Gostaria de saber quando vão aniquilá-la de vez, para nem ficar por perto.
Para onde vai sua história?
Ninguém se interessará em responder.

Nosso bairro vai agonizando também.
E os responsáveis por isso moram em lugares arborizados que, quando uma árvore está condenada, incongruentes, fazem levantes para que não seja derrubada. Que o diga a Wilka e o Natal infeliz que passou com galhos cheios de cupins em sua caixa d’água.
Quem transforma nossas casas de dez metros de frente em dois sobradinhos de cinco, também não mora aqui.

Pretendemos resistir, saibam todos.
Já formamos nosso exército com sabiás, rolinhas, bem-te-vis, pardais, beija-flores e sanhaços, além da nossa Oncinha.
Aqui teremos uma fortaleza que resistirá a esses avanços.
Seremos como a placa colocada no fim da rua, junto à Marginal da Anhanguera:
PARE.

Parem de destruir nosso bairro.

Faço justiça à minha amiga Ana Inês e minha querida irmã Maria Angela, cujas fotos da tarde de autógrafos não haviam sido publicadas.

Ana Inês


Maria Angela.

Na contramão das coisas tristes, nasceu nesta sexta-feira, 9 de janeiro, Mirela, filha da Sandra e do Minelli, a quem dedico esta crônica. Nossas bençãos à menina, e que tenha uma boa e longa vida.

Aceitam um charuto?