Fico impressionado quando vejo o amor dedicado pela Humanidade às
andorinhas.
Na China o retorno ainda é combinado com rituais de fertilidade, pois o casal de andorinhas sempre foi o símbolo de fidelidade. Lá, ainda que a poluição esteja atrapalhando muito, é habitual que cheguem junto com o equinócio da primavera, e partam com o mesmo fenômeno no outono.
Na China o retorno ainda é combinado com rituais de fertilidade, pois o casal de andorinhas sempre foi o símbolo de fidelidade. Lá, ainda que a poluição esteja atrapalhando muito, é habitual que cheguem junto com o equinócio da primavera, e partam com o mesmo fenômeno no outono.
O anúncio dessa chagada, vem com os dias mais amplos, as flores, frutos, a
colheita e acima de tudo, o voar; tudo ligado ao ciclo das andorinhas.
Os gregos já tinham a consciência ecológica da presença das andorinhas
combatendo pragas de insetos.
Os valões contavam uma lenda que as andorinhas retiraram, um a um, os espinhos da coroa de Cristo e quem derrubasse seu ninho arderia no fogo do inferno.
Na antiga Pérsia a andorinha era associada aos guerreiros que abandonavam suas casas para lutar longe. Às mulheres ficava a associação com a solidão. Isto até Maomé as chamar de Aves do Paraíso e torna-las símbolo da virtude, renúncia e companhia.
Os valões contavam uma lenda que as andorinhas retiraram, um a um, os espinhos da coroa de Cristo e quem derrubasse seu ninho arderia no fogo do inferno.
Na antiga Pérsia a andorinha era associada aos guerreiros que abandonavam suas casas para lutar longe. Às mulheres ficava a associação com a solidão. Isto até Maomé as chamar de Aves do Paraíso e torna-las símbolo da virtude, renúncia e companhia.
Muitas poesias, como da poetisa francesa Sophie D’Arbouville, no meio
do século XIX:
Ô petite hirondelle
Ô petite hirondelle
Qui bats de l'aile,
Et viens contre mon mur,
Comme
abri sûr,
Bâtir d'un bec agile
Un nid fragile,
Dis-moi, pour vivre ainsi
Sans nul souci,
Comment fait
l'hirondelle
Qui bat de l'aile
que numa tradução livre seria algo como : Ó
pequena andorinha Quem bate a asa, E vem de encontro
ao meu muro, Como um abrigo seguro, Bater de um bico ágil, Um ninho frágil, Diga-me para viver bem, Sem nada preocupar, Como faz a andorinha Quem bate a asa?
Ou minha música favorita, de Ernesto de Curtis, que compôs muitas
músicas fantásticas e um dia teve a felicidade de escrever:
Partirono le rondini dal mio paese freddo E senza sole
Cercando primavere di viole Nidi d'amore e di felicità
La mia piccola rondine partì Senza lasciarmi un bacio Senza un addio
partì
(Foram-se as andorinhas da minha cidade fria e sem sol, atrás da
primavera de violetas, ninhos d’amor e de felicidade. Minha pequena andorinha
se foi sem me deixar um beijo e um adeus.)
É meu caro Armando Valsani, é de fazer chorar.
Abro lembrança também para um dos maiores mestres de nossa língua
portuguesa, Manoel Bandeira: Andorinha
lá fora está dizendo:
“- Passei
o dia à toa, à toa.
Andorinha, andorinha, minha canção é mais triste:
Andorinha, andorinha, minha canção é mais triste:
- Passei a
vida à toa, à toa.”
Enquanto cidades como Rio Claro e São José do Rio Preto tentam se
livrar dessas visitantes, a prefeitura de Araçatuba adotou os pássaros e a
população vai curtir toda a temporada com assiduidade.
Hoje, dois dias após o equinócio da primavera, um grande bando fez a
nossa alegria nesta manhã.
Espero que seja uma boa temporada.
Espero que seja uma boa temporada.
Aceitam um cappuccino?