quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O palavrão do Seu Américo

Meu bom e velho sogro, que é português, sempre primou por ser muito educado, particularmente na presença das filhas e parentes.
Mas me recordo bem quando ele disse um palavrão e, se bem me recordo, foi essa a única vez.
Ele havia estaqueado uma roseira no seu jardim com um galho de amoreira. Quatro meses depois essa estaca trazia pendurada na parte superior meia dúzia de folhas e duas amoras, verdinhas e cheias de tentáculos.
E foi aí que meu sogro disse:
"E neste país ainda tem gente que morre de fome! Só pode ser por causa dessas m... desses governantes".
Logo retiramos a mudinha da amoreira que, transplantada, cresceu e enfeitou o quintal de meu irmão.
E o país é mesmo pródigo em produzir frutos e flores em qualquer lugar:
Aqui uma mostra das jacas que se pode ver na calçada da Rua Minerva e também da janela do consultório do Dr. Galves.


Agora apreciem que graça a seqüência de fotos abaixo:
Nelas estão flores, brotos e uma pequena melancia que nasceu no nosso quintal.



Tudo porque eu, preguiçoso, joguei alguns caroços num vaso.
Cada vez que olhava a pequena melancia se desenvolvendo, lembrava da tristeza do Seu Américo, homem benemérito, cuidando do seu jardim.
Hoje, aos 96 anos, ele somente guarda, silente, suas roseiras da varanda da casa. Confesso que tenho muita curiosidade para saber o que pensa esse seu silêncio.

Um grande abraço aos meus amigos Armando, Raimundo e Natalino, que nos servem essas maravilhas que o país produz e são transformadas em delícias lá no restaurante da AABB.




Aceitam um cappuccino?