quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Cada povo tem o governo que merece



Hoje meu comentário vai ser rápido.
Confesso que estou muito abalado com as notícias de Santa Catarina e ontem tive até uma crise de choro ao ver o jornal na tevê.

Foi como se o desespero daquelas pessoas - que lutam tanto para ter um lar, arrumam e decoram com gotas e gotas de suor fruto do trabalho e, de repente, sem previsão, não tem mais nada - fosse também o meu desespero.

O que me abalou mais ainda foi minha inércia frente a rápida solidariedade das pessoas que não esperaram campanhas ou organização para tomarem atitudes: as doações foram simplesmente surgindo, a ajuda de vizinhos também.

Não precisou de pedido de artistas ou do governo, o povo foi solidário por si.

Definitivamente, minhas amigas e meus amigos, o maravilhoso povo brasileiro NÃO tem o governo que merece.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sinceramente democrata.


Não, não se trata da eleição americana.
Embora esteja até feliz com a eleição do Obama, pelo aspecto histórico.

Estou me referindo ao Blog do Arnaldão que você lê neste momento.
Pode ver que ai abaixo existe um lugar escrito, provavelmente, 0 comentários.
Este espaço é destinado às pessoas que querem comentar alguma coisa sobre a publicação.
O leitor clica em cima e escreve sua opinião, digita um código antispam, e se identifica na palavra Nome.
A escrita então é submetida ao dono do blog e, no meu caso, sempre publico, à exceção daquelas que são anônimas, completamente anônimas. Mesmo as que vêm com elogios.

A maioria esmagadora dos meus amigos leitores costuma responder o e-mail que envio avisando da postagem, para fazer seu comentário.
Em muitas deferências, copio a escrito e publico no blog.
Na grande maioria dos casos eu guardo in pectore, pois Graças a Deus são elogios e eu, por incrível que possa parecer, sou modesto e tímido com relação a esse tipo de comentário e me alegro de forma muito egoísta somente na minha caixa postal.

Também existe quem critica minhas opiniões. Entretanto, por timidez ou receio vão, evita se identificar, quiçá por medo de me ofender.
Algumas dessas opiniões são boas e equilibradas, fazendo um belo contraponto com as minhas.
Então eu convido você a se identificar. Não receie.
A democracia e o compartilhar de pontos de vista nos levou a sermos um povo evoluído e bem humorado.
Viva o livre falar.

Aceita um cappuccino?

Cuidado com sua escolha ao viajar.

Primeiramente saibam que nossa última viagem foi ótima!

Afinal, NENHUM LUGAR QUE VIVA EXCLUSIVAMENTE DE TURISMO CONSEGUE FAZÊ-LO SE NÃO TIVER SEUS ENCANTOS

Recebemos passagens de cortesia pela Gol, e nossa parte terrestre, conforme nós solicitamos, ficou a cargo da Visual Turismo e nossa adorada Débora, como usualmente fazemos para nossos passageiros também.

Resolvi escrever sobre a parte menos interessante desta feita por dever de ofício, para quem por acaso estiver planejando suas férias considere também esses detalhes, pois como já disse anteriormente: a Internet aceita tudo. Até críticas unilaterais como a minha.

Mas, muito bem, você decidiu viajar!

Como fazem 40% dos brasileiros que acessam a internet, você resolve garimpar o que tem por aí para poder descansar com gosto e curtir um calorzinho, um friozinho ou um simples e deslavado ócio.
Então você digita o endereço de uma grande agência de viagens, folhei revistas especializadas e vai procurando os destinos através das indicações que vai encontrando.

Digamos que você tenha ouvido muitas coisas lindas sobre um local, como aconteceu comigo há 38 anos atrás quando vi uma reportagem sobre uma determinada ilha caribenha, a ilha de San Andrés. Desde então meu imaginário guardou as informações e aguardou a oportunidade.

Quando tive alternativas de escolha de hotéis, chamou-me a atenção a opção “all inclusive”, pois os preços eram atraentes. Em navios, por exemplo, acho que não compensa, mas fui verificar em um hotel.
Digitei o site DECAMERON.COM, destination: Colômbia, San Andrés, e fui verificando os hotéis.

Logo me chamou a atenção o DECAMERON MARAZUL, no qual acabei me hospedando por três noites e já vou informando:
Se sua opção for San Andrés, na minha modesta opinião só existem duas boas alternativas: este hotel e o Hotel Sunhise, cinco estrelas que tem a seguinte placa sobre a porta de serviço: “por aqui passam os melhores trabalhadores de hotel desta ilha”. Bons funcionários, bons quartos, bom restaurante e duas praias de mais ou menos 24 metros quadrados cada uma.

Os demais hoteis ou são muito apropriados a monges franciscanos - e não os tenho entre meus clientes - ou são mal localizados.

Paga-se 17 dólares de taxa de turismo por passageiro para se entrar na ilha e, caso se vá via Bogotá, mais US$5,00 ao chegar a esta cidade. Ao deixar San Andrés um funcionário fica com todos os papéis referentes a esse pagamento e você sem comprovantes.

Praticamente todos os vôos chegam a San Andrés entre meio-dia e meia e uma e meia da tarde. Forma-se uma fila enorme na Polícia de Fronteira, fria, outra na Alfândega, modorrenta e, depois 25 e 50 minutos você pode pegar sua mala.
Um carregador se ofereceu para levar a bagagem da Elisa e, face sua educada recusa, ele acenou para o funcionário que controlava o tíquete da mala, que acenou para a Polícia anti-drogas e a Elisa foi parada para revista. Eu que estava junto, fui dispensado. Quando parei para abrir o cadeado da mala, fui empurrado por policial, que me mandava embora. Com muito custo consegui explicar o que só eu portava a chave do cadeado, enquanto o que revistaria a dita cuja já portava um estilete na mão. Ele havia aberto uma mala anterior a nossa e o dono coitado, morador da ilha, só protestou pelo dano desnecessário do lado de fora do aeroporto. Sabe como é...

Como estava sem traslado, contratei por 24 dólares junto à funcionária da Decameron Hoteles, no aeroporto.
Tive que dar meus trocadinhos, pois ela não tinha troco para a nota de 50 e, sorrindo, sugeriu que lhe deixasse o troco como gorjeta. Santa inocência!

O traslado “particular” foi compartilhado sem perguntas por um funcionário do hotel e um taxi decrépito.
Peculiar. Ainda bem que nem todos na ilha são assim.
Um senhor bêbado fingiu ajudar o motorista a colocar minha mala no bagageiro e quis pegar dinheiro na minha carteira quando me recusei a dar-lhe um trocado. Gritou várias palavras cujo significado não entendi.

Confesso que minha chegada frustrou um bocado minhas expectativas.

A princípio fui para o Hotel Decameron Aquarium onde nos hospedam em apartamento em torres sem elevadores.
As funcionárias do hotel têm mais ou menos aquela expressão facial pedante das cubanas quando fazem um ponto na seleção brasileira de voleibol, mesmo que perdendo de 23 a 14.
Se acham muito!

E nem são tudo isso!

Nossas malas são colocadas num salão e fomos almoçar, para aguardar a palestra que explicaria o funcionamento do hotel.
No caminho tropeçamos em alguns canadenses bêbados que um brasileiro hospedado no hotel nos revelou, com desencanto, que eles pagavam um valor praticamente 50% mais barato que nós brasileiros.
Esse casal estava com um filho de cinco meses e foi o último a ser encaminhado para o quarto, ainda assim quando já se preparavam para trocar a fralda do garoto ali mesmo na mesa das atendentes. Tiveram que trocar de quarto três vezes e acabaram desistindo da procura por um lugar mais adequado por cansaço.

Pessoal, “all inclusive” pode ser uma grande fria na hora das refeições:
São sempre três tipos de saladas de repolhos, duas de cenouras, duas de tomates, uma de cebolas fatiadas, melancias fatiadas e picadas e quatro pratos quentes: arroz, lentilhas, frango e peixe. Pouca coisa muda.
Sobremesa: Bolachas e cookies.
No local das refeições são servidos sucos a base de água local e outras bebidas podem ser solicitadas aos garçons e demoram, em média, 4 a 6 minutos para chegarem à mesa.
Deixei meu prato, no qual havia colocado algumas cenouras e cebolas, sobre a mesa e fui procurar talheres. Quando voltei, meu prato havia sido recolhido.

Bebidas: sem palavras. Não sei o que era aquilo que eles chamavam de vinho, a cerveja não faz espuma no copo, como atestou o grande expert Hugo, um carioca que por lá descansava.


Refrigerantes são locais, sabor toronja, melancia e morango e, estranhamente, mesmo com a embalagem aberta na hora, a Coca-Cola parecia meio sem gás;

Não existem opções de licores e a coisa rola mesmo é com muito álcool, para o pessoal já ficar bebado logo as nove da manhã.

Um canadense começou a requebrar de forma indecente voltado para minha fofinha que, graças a sua boa educação, portou-se melhor do que faria a Rainha da Inglaterra e resistiu durante três ou quatro segundos até que eu chegasse e me postasse entre os dois. Aí a mulher do cara me beliscou no bumbum! Coisa horrorosa!

Nosso apartamento, instalado no quarto andar, tinha uma vista espetacular.
Também tinha um forte cheiro de mofo, pela falta de manutenção do ar condicionado, e um banheiro peculiar: ao abrir a porta, mais ou menos a 40 graus já se batia na bacia da privada. E o chuveiro, claro, mal funcionava.
Separado do quarto ao lado por uma pequena porta – que se deixa aberta no caso de quartos conjugados – recebíamos todos os sons do quarto vizinho que, certamente, também sabia de toda a atividade no nosso quarto.
E os caras ficavam ouvindo música e vendo tevê até as duas da manhã. Chamar a recepção: inútil. No dia seguinte descobri como se ligava diretamente para o apartamento e eu mesmo pedi para “disminuir o sonido”. Fomos prontamente atendidos.

À noite o jantar se encerra às nove e meia. Chegamos as nove no momento que o funcionário dos grelhados recolhia tudo que supostamente era carne de vaca. Quando perguntei se não poderia me servir, ele não respondeu e virou de costas, indo embora. A carne só apareceu depois nos pratos do chefe da cozinha e daquelas garotas da recepção as quais me referi e que continuavam com a mesma expressão facial que se divertiam razoavelmente numa mesa atrás da nossa.
Sobremesa: Pudim de ovos e cookies. Estava com meu prato e o da Elisa na mão e, quando fui colocar a fatia de pudim no segundo prato, o atendente o hotel retirou na cara dura o que sobrava na travessa, me deixando com a espátula na mão, e levou tudo diretamente para a mesa dos funcionários.

Saímos do restaurante e resolvemos dar uma volta por fora do hotel. Tinha uma pequena porta que não sabíamos ser somente para funcionários: o cartaz estava atrás de nós. Um segurança apontou para a entrada do hotel e disse: Lobby!
Acenei concordando com a cabeça e comentei: aqui é só para funcionários.
Mas tínhamos que dar mais dois passos para frente para fazermos uma curva no calçamento.
O guarda colocou a mão sobre a arma, deu um passo à frente e apontou de novo gritando: Lobby!
Meu Deus! Que horror! Que susto!

Em suma, fuja do hotel Decameron Aquarium!

Logicamente que solicitei a saída do hotel e fomos transferidos ao Decameron Marazul, onde o tratamento foi completamente diferente.
As opções de comida são melhores e as sobremesas têm alguns pudins além de cookies e o restaurante tem o Ernesto, uma simpatia de dois metros de altura que cantarolava o tempo todo e atendia de forma soberba.
Veja a foto dele:

Agora vejamos como a internet nos pode enganar:
Vejam estas fotos do Decameron Aquarium:
Esta é a foto do Site:
Estas são as fotos do local, com a maré baixa. Com a maré alta a água avança até o coqueiro:











Mesmo no caso do Marazul que, repito, é um bom hotel, vejam estas fotos do site:



E agora como é o local:


Se olharmos no site, tem uma foto que não consegui capturar a imagem, onde a praia “ganha” vários metros e esses sacos de areia - destinados a proteger a praia artificial – desaparecem. Uma palavra: Photoshop.

Este artifício é usado também na propaganda do Decameron San Luis.


Vejam o site:









Vejam a realidade:


Mais duas informações sobre o San Luis:
O mais distante do centro dos hotéis tem boa comida, segundo uns amigos que se hospedaram lá, mas seus quartos são decepcionantes e está situado ao lado de um cemitério, que o guia informou não estar incluído no pacote.
Ainda bem.

Por derradeiro saibam que em matéria de praias a ilha é muito decepcionante, pois elas praticamente não existem e, as três existentes não têm mais de cinco, seis metros de largura.
Somente na ilhota de Johnny Key tem uma praia razoável e águas de uma cor inebriante e inesquecível.
Foi nessa ilha que ouvi uma pergunta para a qual não tive resposta:
Uma argentina me perguntou:
“– Brasileiro! Que você esta fazendo aqui nesta droga, com aquelas praias maravilhosas que vocês têm?"

Lembrei de mais um fato curioso: tive muita pena da funcionária de uma loja do aeroporto que me perguntou se as praias no Brasil eram tão lindas como as de San Andrés.
Num átimo avaliei que ela possivelmente passará toda sua existência naquela ilha e jamais poderá ter contato direto com outras praias.
Dei uma piscadela de olho e respondi: "Quase..."

A propósito: se sua intenção é comprar perfumes e eletrônicos, vá para o Panamá.

Aceitam uma Cuba Libre?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Panamá, Oh Panamá!

Fico sempre muito irritado com a nossa cultura completamente submissa ao padrão europeu de tempo e espaço que só não é pior que o padrão americano de tempo e espaço.
Nós nos submetemos a esse padrão educacional que nos inferioriza, e isso não é bom.

Tenho um livro para ser publicado que começa da seguinte forma no seu capítulo 42:


“... Se citar, por exemplo, o Rio Danúbio, a maioria esmagadora das pessoas saberá que ele nasce na Floresta Negra, nos Alpes Bávaros, próximo à cidade alemã de Freiburg, por nós conhecida como Friburgo.
De águas limpas e frias, o Danúbio corre rumo ao leste e atravessa toda a Bavária deixando a Alemanha pela cidade de Passau, entrando pela Áustria junto a cidade de Schärding, rega belos pastos, passa soando música azul por sua bela capital, Viena, segue adiante formando a fronteira da Eslováquia e a Hungria, onde seu curso muda para o sul e por este país corta sua capital, dividindo Budapeste ao meio, separando a cidade velha e alta, Buda, da cidade nova e baixa, Peste.
É um rio que faz fronteiras.
A fronteira da Croácia e a Sérvia é feita por ele, e neste último país recebe um substancial acréscimo de águas pelos afluentes Sava, antes, e Morava, depois de Belgrado.
A Bulgária se separa da Romênia praticamente só pelas águas do Danúbio e no fim desta fronteira, cruza a Romênia de sul ao norte até atingir a cidade de Galati, na Moldávia. Daí, até desaguar no Mar Negro, separa a Romênia da Ucrânia.
Tenho certeza absoluta que você se lembrava disso tudo e esta redação foi desnecessária. Bastaria perguntar algo como
“O que você se recorda a respeito do Rio Danúbio, além dele ser azul?” que tudo isso afloraria de imediato em sua mente. Faz parte de nossa educação que, como já disse, tem raízes européias.”

Por que isso tudo, Onça?
Pela vergonha que passei no Panamá.
Achei que conhecia sua história e sua geografia e vi que meu conhecimento sobre o país era pura perfumaria antiamericana.
Não tinha noção de suas riquezas e do excepcional momento que vive o país.
Chegando de volta ao Brasil perguntei a diversas pessoas, de forma capciosa:
- Qual a taxa atual de crescimento anual do Panamá?
Para outra questão dei até alternativas:
- Há quantos quilômetros a Cidade do Panamá está do Oceano Pacífico?
As possibilidades são: 82, 62, 72, 92.
Enquanto você consulta a internet, vou adiante.

Adorei a Cidade do Panamá.
Ampla, verde, bela, é habitada por panamenhos patriotas que, após a devolução do Canal pelos americanos, se sentem mesmo donos de suas terras e, no mês de novembro comemoram o mês da pátria, sua independência da Gran Colômbia, colocando bandeiras panamenhas nas janelas, nos jardins, nos carros, mais ou menos como acontece de quatro em quatro anos no Brasil, fora da semana da pátria.
Veja só o jardim da Ciudad do Saber. clique sobre a imagem, se não estiver clara.


Sua proximidade aos centros produtores de eletrônicos da Ásia lhes possibilita vender eletrônicos, perfumes, relógios e óculos, roupas de grife, feitas ou não na China, por preços sensivelmente aos praticados por nossos vizinhos da hidroelétrica.
Só como exemplo, um televisor LCD de 32 polegadas, HD, que custa em oferta R$2.999,00 no Brasil, sai no Panamá por US$499,00, com nota.
Um carro zero, Pajero - que não tenho noção do preço no Brasil - custa US$22.000 a US$23.000, dependendo dos apetrechos que carrega.
Os carros dos guias nos quais fizemos nossos tralados e Passeio pelo Cidade – lá não tem City Tour – eram confortabilíssimos e espaçosos.
As vitrines dos Centros de Compras são modernas e têm curiosidades como as manequins das fotos: parece que turbinar por lá é mania.





Também se come bem no Panamá, e suas carnes vêm sempre acompanhadas de forte tempero e patacões, fatias de plátano amassadas e fritas.
Tem boas cervejas locais, como a Balboa.
Foi nessa cidade que conhecemos Feliciano, o melhor guia que já conheci em todas as minhas viagens. Simpático, de sorriso fácil, nos explicou em espanhol suave tudo o que viríamos no Canal do Panamá e nas Cidades nova e antiga. Patriota sem ser ufanista, conhecedor da história e estudante de Direito, foi efetivamente competente no que fazia e com muito gosto gravamos em vídeo a uma pequena parte da história do seu país.





Ele nos mostrou a parte bela da cidade e também a parte pobre e aí me deu mais uma lição: não colocou aquele monte de desculpas que eu sempre dei a visitantes estrangeiros, falando da desigualdade social. Trafegamos com tranqüilidade pela área, vendo crianças correm em brincadeiras e se divertindo como em qualquer parte do mundo.


Que o sonho mais secreto do Feliciano se realize: ele significou muito para o sucesso da nossa passagem pelo Panamá.

Como você ainda não achou a resposta a nossa pergunta, saiba que o Canal permite o trânsito diário de aproximadamente 40 grandes navios a um custo de 80 mil dólares cada, o que gera uma receita - dividida entre seus três milhões e duzentos mil habitantes – de um dólar per capita por dia.
Talvez por isso hoje se construa tanto no Panamá.
Muitas construtoras brasileiras estão lá.

Bom, e vamos à resposta as nossas perguntas:
O Panamá cresce a taxas próximas a 10%, talvez um pouco abaixo este ano por causa da crise mundial e fique aí pelo 8%.
Já a Cidade do Panamá fica no Oceano Pacífico.
É lá que começa o fabuloso canal que deságua no porto livre de Colón, no Atlântico.
Todos nós fazemos confusão com relação a isso, culpa da nossa educação preguiçosa e mapas mal desenhados. E nossas classes voltadas para as minícias européias.

Se você gosta de um bom lugar para passear, coloque Panamá na sua lista.

Aceitam um patacón?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

As lições que ainda não aprendemos


Se existe uma motivação humana que certamente não desaparecerá é a esperança.
É a nossa aposta diária em algo que temos em mente.

A esperança nos motiva a comer aquele merengue com calda de chocolate, pois é nossa confiança na esperança que nos faz imaginar que a balança não agregará algumas gramas a mais em nosso peso.
Por aí podemos ver que a esperança e a confiança andam juntas.
Não imaginamos que nosso amanhã será melhor se não existir um fiapo de confiança nisso.

Foi assim que o Equador derrotou a seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo de Futebol em 17 de novembro de 2004.
A aliança da falta de ar provocada pela altitude, com a falta de atitude da seleção brasileira levou o público a gritar insistentemente “Si, se puede” repetidamente até que o avante Gomez, aos 31 minutos do segundo tempo, deu um chutão despretensioso em direção ao gol brasileiro e a bola pegou de raspão num beque, se não me engano o Roque Júnior, e desviou do Dida até o fundo do gol.

O grave problema da esperança é sua pouca capacidade de trabalhar com o peso da responsabilidade e, mais difícil ainda, seu próprio peso.

Ainda tenho em minha mente a esperança que me levava a dizer que “o Brasil pelo menos virará o barco de rumo” após as eleições de 2.002. Só não imagina que o rumo seria esse onde a nave raspa toda hora nos cais da canalhice, do desvio de função e dinheiro, do clientelismo barato.
A cada eleição sempre temos em mente que alguma coisa sempre melhora, por inércia. É pena que alguma coisa sempre piore, por atitude.

É por isso que fico extremamente preocupado com o que será feito com o Presidente Obama.
Ao olhar o mapa das eleições norte-americanas pude ver que os estados confederados votaram na parte conservadora, na alegria da guerra e, principalmente, na pele branca do herói de guerra.

De um lado temos aqueles que não agüentam mais a situação de vida que tiveram até hoje, e isso se aplica aos jovens negros e brancos que querem mesmo algo diferente do que lhes é oferecido hoje.
Do outro temos toucas brancas guardadas na gaveta da sala, prontas para serem usadas com cruzes flamejantes tão logo passe da meia-noite do dia 19 de janeiro do ano que vem.
É uma nojenta e difusa idéia, basta ver uma das manchetes na internet de hoje aqui no Brasil repetirem – como de hábito – o que dizem os conservadores americanos: “O desafio de Obama será entregar todos os sonhos que prometeu”.
Você que ainda não tem 30 anos e está lendo estas linhas eu pergunto:
Tudo que seu pai ou sua mãe prometeu para você, eles cumpriram?
Você que tem mais de trinta:
Você conhece algum político que tenha cumprido tudo o que prometeu? Unzinho só?

Assim como Martin Luther King, esta noite eu também tive um sonho:
Sonhei com o dia que toda imprensa do mundo assinará um compromisso de não ser idiota e trabalhar pela melhora da vida no planeta da mesma forma que cobra isso dos políticos e pessoas públicas.
Sonhei com um planeta livre do falso puritanismo e de forma sincera se livrasse do interesse pelas travessuras orais de atrizes americanas.
Sonhei com um mundo sem programas de televisão chamados de espetáculos realísticos, com pessoas vendo outras pessoas fazendo sob lençóis o que eles deveriam estar fazendo com as pessoas que dizem amar.

E como a esperança é mesmo um sentimento maravilhoso, sonhei que o Pelé voltou a sua melhor forma e voltou a jogar no Santos.

Aceitam um cappuccino?

Dedicada aos meus amigos Wilson Shigueo e Umberto Urban.