sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Energia positiva e energia negativa.



É certo que muitas pessoas sempre parecem ser imunes às vibrações em volta de si, mas, infelizmente, não consigo ser assim.
Quando entro em rede social e vejo fotos de viagens, por exemplo, fico feliz, animado, alegre.
Traquinagens de crianças e animais também elevam meu dia tanto quanto boas novas.
É gratificante para mim achar colegas de escola, do trabalho, do Chora Menino de minha infância.
O outro lado, porém, também funciona; é uma lástima ver amigos meus, que eu estimo, postarem bobagens políticas, a maioria delas notícias marotas ou mesmo mentirosas. Não conseguem entender que perderam a eleição.
Também ver sofrimento ou vídeos de assalto são sempre coisas não bem-vindas. Eu não vejo noticiários das 18 horas em função disso: é só baixaria, física, emocional e moral.
Assim, passam os dias e vou deixando de ver essas pessoas que só postam coisas ou contestam minhas postagens com ira ou mágoas.
Parecem não entender que eu tenho minhas convicções, que meu candidato também não venceu e, nem por isso, fico falando mal dos ministros que virão, ou dos secretários do governador de São Paulo.
Para mim, mudanças na política só daqui a dois ou quatro anos! É assim o ciclo da democracia.
Não vai ficar como eu queria? Não vai mesmo.

Então, ficam meus agradecimentos às pessoas que me encantam com boas notícias, boas fotos, boas piadas; muito da minha alegria vem de vocês.

E por falar em alegria, aceitam um cappuccino?

foto de Mirua Mariotti Masetti

domingo, 11 de novembro de 2018

Vamos aprender com a História.


Meu excelente professor de História, Luiz Carlos, lá no meu tempo de ginásio, ensinava que a Humanidade vive ciclos, que criam, extrapolam, censuram e, então, vivem um período amorfo.
Tudo vai depender da memória do povo com relação aos acontecimentos.
Assim, os que conseguiam se recordar do Renascimento, tinham também a lembrança da Inquisição, e assim viviam um período de pouca criação, e retomada dos costumes com poucas concessões, ou quase nenhuma.
No geral a Humanidade é conservadora e sempre olha com reservas os liberais.
A estes sempre reserva adjetivos pouco nobres e um olhar de censura sempre atento.

Quando, recentemente, tivemos a explosão causada nos costumes pelos Beatles, várias sociedades no mundo ocidental – basicamente aquele que tem liberdade de expressão – foram de carona e partiram para coisas como a mini-saia, os cabelos compridos, o “faça amor, não faça a guerra”, e o “amor livre”.
Foi assim até surgir um controle: a AIDS, que muitas teorias da conspiração, acham que foi um vírus desenvolvido pela sociedade conservadora e protestante dos EUA.

Em 1979 acabou a censura a publicações pornográficas no Brasil, e qualquer banca de Revistas era um festival de fotos picantes.
Instado a colocar limites, o então Ministro da Justiça Petrônio Portela se limitou a dizer: “Deixa estar, logo vem a ressaca e isso acaba por conta própria”.
Era um sábio; em dois meses a coisa se ajeitou.

Mais recentemente o país passou por um período no qual foi governado por uma ala progressista, na visão da esquerda, e de despudorados sem-vergonhas, na visão da maioria no país que ainda é muito conservadora e cada vez mais religiosa.
Se por um lado a sociedade, como um todo, estava aprendendo a conviver com pessoas que tinham um comportamento sexual diverso, por outro, aqueles que conquistavam essa vitória expressiva e necessária tomaram atitudes que me lembravam a expressão “foram com sede de mais ao pote”.
É duro aceitar que temos que ter limites – eu não gosto – mas, definitivamente, não podemos ser tão românticos.
A coisa foi de exposições de adultos nus e crianças à tal revistinha que o eleito disse que existia, e existia, e teve negada sua existência e, pior, distribuição.
Aqui, a meu ver, foi o ponto de partida para nossa Inquisição.
E chegamos à pá de cal: dialeto “Pajubá” foi um excesso, pois não se pode formular questões em um exame nacional que favoreçam um lado ou outro.
Vai redundar num controle prévio? É claro que vai, e não adianta bater o pé e chamar de censura. Será uma minoria – que perdeu a eleição, que vai defender isso. Quem venceu a eleição vai querer, tal qual fizeram os inquisidores, recolher os infiéis aos seus guetos, e assim se viverá no Brasil varonil pelos próximos anos.

Então, que quem vai ficar na resistência tome uma lição mínima:
A História não dá saltos!
E, no caso do Brasil, não ser corrupto vai ajudar bastante.
E sem mimimi, por favor: não tem nada pior que mau perdedor.
Aceitam um cappuccino?

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Hoje é o dia do Quarup!



Vou me permitir chorar por meus entes queridos que já se foram e misturar minhas alegrias às lágrimas.

Vou me recordar da mão quente que segurava a minha nas frias manhãs de Santa Terezinha, a caminho da missa.
Vou recordar da bicicleta que trazia um vento veloz ao meu rosto, uma alegria única na falta de fôlego que isso provocava. Ou do trem e seu balançar dengoso, seu barulho ritmado a cada passagem de trilho e as paisagens que encheram meus olhos de menino, rumo a casa da minha avó.
Meus ouvidos ainda tem os assobios confundidos com o barulho do serrote ou o canto suave com o pedalar da máquina de costura.
Meus sentidos ainda sentem o café com bolo de fubá ou a laranja descascada após o almoço.
Vou me recordar do acordeão, do piano, do violino e das músicas que cantamos ou dançamos.
Minhas primeiras letras, disformes, no caderno, com muitas pontas de lápis quebradas e muita paciência no ensino.
Vou lembrar quando fui ao Circo do Arrelia.
Minhas lembranças irão me trazer o gozo de jogar com meu irmãozinho contra a rapa no asfalto recente da Dona Elfrida.
As histórias da família que iria entrar e as broncas por trazer a namorada tarde para casa também estão aqui, junto com os pasteis de domingo e os palavrões a boca pequena na sala de TV.
Meu parceiro na escrita de um livro e o feijão que nunca mais vou comer igual.

Então tenho que parar para chorar.
Hoje é meu Quarup!
Peço licença para chorar! Preciso chorar e tirar essa mágoa que a ausência de todos me traz.

Os dias ainda recentes me levaram vários amigos, alguns tão moços que não consigo entender o que é essa Providência Divina ou vontade de Deus.

Então vou fazer meu quarup!
A benção a todos. Saibam da minha saudade.