Lembro de uma conversa do meu compadre Roberto sobre uma palestra dada aos gerentes do Banco do Brasil no exterior: “O brasileiro tem mania de contar uma piadinha para descontrair o ambiente e os empresários estrangeiros acham isso um horror”.
Realmente existem algumas coisas que são efetivamente horrorosas em alguns dos nossos hábitos; a falta de simancol é uma delas.
O primeiro péssimo hábito em minha opinião é aquele de dar apelidos às pessoas que mal conhecem. Essa mania tem coisas de extremo mau gosto como, por exemplo, o pessoal de Mairinque, onde morei, chamar um rapaz acometido de poliomielite de “Pé de Anjo”.
Outra ocasião bastante comum desses ataques acontece em viagens; não sei se porque o pessoal julga a convivência no passeio algo muito efêmero, um engraçadinho - o “mala” do grupo – está sempre pronto a colocar apelidos: é Bolinha para os obesos, Vovô para gente que tem os cabelos da cor do meu – isto, todavia, ainda não aconteceu comigo - Elebê para a loira do grupo, e por aí segue. E na maioria das vezes esses chatos se apegam a defeitos físicos para azucrinar os próximos. Tinha um desses numa viagem que fiz para Caravelas. Encheu todo mundo até que perdi a paciência e o chamei de “Mãozinha”, numa referência a problemas que ele tinha nos dedos. Não me senti bem, mas pelo menos ele não fez mais passeios conosco.
Outra forma popular de se divertir está ligada a duas deficiências básicas do Brasil:
A cultura elitizada de poucos e a falta de cultura do populacho.
Quando aprendi minhas primeiras palavras em Inglês, comentei com meu pai que seria divertido disparar algumas frases no novo idioma perto de caipiras, para confundi-los.
“ - Não é vantagem nenhuma falar inglês com quem sequer sabe falar português” respondeu papai. Foi tão imediata, mas tão imediata a resposta, que refleti sobre aquilo e mudei meus conceitos logo aos treze anos.
Não existe vantagem sobre outras pessoas em se adquirir conhecimento e sim em compartilhá-lo, essa é a questão.
Agora, a bola da vez é debochar do Joel Santana por suas tentativas de se explicar em inglês em um país onde essa é uma das Línguas Oficiais. Vale lembrar que o mundo todo, menos a França, também fez do inglês sua língua corrente.
Minhas perguntas são:
Será que essas pessoas que riem do técnico têm um inglês assim bom, a ponto de se julgarem superiores?
Será que eles se expressam sem aquele friozinho na barriga?
Quando aprendi minhas primeiras palavras em Inglês, comentei com meu pai que seria divertido disparar algumas frases no novo idioma perto de caipiras, para confundi-los.
“ - Não é vantagem nenhuma falar inglês com quem sequer sabe falar português” respondeu papai. Foi tão imediata, mas tão imediata a resposta, que refleti sobre aquilo e mudei meus conceitos logo aos treze anos.
Não existe vantagem sobre outras pessoas em se adquirir conhecimento e sim em compartilhá-lo, essa é a questão.
Agora, a bola da vez é debochar do Joel Santana por suas tentativas de se explicar em inglês em um país onde essa é uma das Línguas Oficiais. Vale lembrar que o mundo todo, menos a França, também fez do inglês sua língua corrente.
Minhas perguntas são:
Será que essas pessoas que riem do técnico têm um inglês assim bom, a ponto de se julgarem superiores?
Será que eles se expressam sem aquele friozinho na barriga?
Joel Santana falando inglês é uma piada?
Vae lembrar que Joel foi treinador em países árabes e no Japão por vários anos e lá certamente não teve necessidade de aprender qualquer um desses idiomas. Começou, mesmo, a aprender inglês há onze, doze meses, aos 59 anos de idade, num país onde o sotaque é acentuadíssimo, muito diferente do que nossos ouvidos estão acostumados e até mais próximo daquilo que ouvimos na entrevista dele.
E as pessoas esquecem que Joel Santana foi o único treinador a ser campeão carioca pelos quatro times chamados grandes, se ainda podemos chamar o Vasco de grande e achar que vencer o campeonato carioca seja algo tão esplêndido assim. Entretanto, aconteceu com ele.
Fica ainda outra questão:
Vae lembrar que Joel foi treinador em países árabes e no Japão por vários anos e lá certamente não teve necessidade de aprender qualquer um desses idiomas. Começou, mesmo, a aprender inglês há onze, doze meses, aos 59 anos de idade, num país onde o sotaque é acentuadíssimo, muito diferente do que nossos ouvidos estão acostumados e até mais próximo daquilo que ouvimos na entrevista dele.
E as pessoas esquecem que Joel Santana foi o único treinador a ser campeão carioca pelos quatro times chamados grandes, se ainda podemos chamar o Vasco de grande e achar que vencer o campeonato carioca seja algo tão esplêndido assim. Entretanto, aconteceu com ele.
Fica ainda outra questão:
Vocês já ouviram o Rafael Nadal ou o Sérgio Garcia falando inglês? Ou o Tiger Woods falar outra coisa que não sua língua nativa? Por que será que ninguém debocha deles?
Quem entendia o que falava o Tevez?
Tenho só mais uma pergunta:
Tenho só mais uma pergunta:
Por que as audiências brasileiras vibram tanto - sem deboche - quando um desses artistas internacionais vem fazer suas turnês por aqui e conseguem mal e mal dizer: “Obrigada”? Serão eles deuses encarnados?
Ser gaiato também tem seu lado bom, mas isso vai ser contado em outra crônica.
May I offer you a cup of tea?
Ser gaiato também tem seu lado bom, mas isso vai ser contado em outra crônica.
May I offer you a cup of tea?
Oferecido à memória de Neda Soltani e àqueles que lutam e lutaram por Liberdade.
Também ofereço à minha querida Cecília por seu aniversário dia 23.