domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fair play no futebol, algo relativo.

Meu amigo Grassiotto disse que gosta das coisas que escrevo neste blog, exceto quando falo de futebol, por que de futebol, em sua opinião, eu não entendo nada.
Embora o assunto tenha algo a ver com gramados, vou me concentrar no caráter do ser humano para registrar duas passagens emblemáticas no esporte:

No Campeonato Carioca de 1960, Garrincha e Altair iniciaram um rito que passou a ser considerado muito elegante e apropriado no esporte: o primeiro deixou de fazer um gol certo para que um jogador do Fluminense, Pinheiro, pudesse ser atendido após uma contusão séria. Deixou a bola sair.
O segundo tomou a atitude correta e devolveu a posse de bola ao Botafogo, um ritual que passou a ser usado em todos os jogos de futebol.

Mais recentemente, outra passagem que exemplifica o bom comportamento no esporte foi uma explosão na Internet:
Aconteceu no jogo do Ajax, com um time misto, disputava com o modesto Cambuur, da pequena Leeuwaden, uma partida pela Copa da Holanda de 2.005. O Ajax vencia por dois a zero, é importante que se diga, quando o lateral esquerdo Vertonghen foi repor a bola para o time adversário e deu um balão em direção ao gol e a bola passou fora do alcance do goleiro do Cambuur e aconteceu um golaço.
Entre a lenda e a verdade, uns dizem que o técnico mandou, outros que a atitude partiu dos próprios jogadores, não se sabe ao certo; entretanto, o que se viu foram todos os jogadores do Ajax ficarem parados após a saída e assim permitir que o modesto time da província da Frísia fizesse um gol para contrabalançar o embaraço.
Não dá para se dizer que isso seja uma tônica no esporte europeu ou que todos os holandeses se comportem assim. Basta ver o que aconteceu na Copa do Mundo de 2.006, quando foram batidos por Portugal treinado pelo Felipão, eles esqueceram qualquer cortesia nas partida em que os lusos venceram por um a zero.

Estou relatando isso tudo porque nossa imprensa vê as coisas de uma forma muito relativa e enquanto exercia sua extremada exaltação a alguns jogadores da Seleção Sub 20 -recentemente classificada para as Olimpíadas de 2.012 - transformando os garotos em deuses e, exceto o Globo Esporte, deixou de comentar algo que para mim foi muito importante.

No jogo Brasil e Argentina, nossa estrela máxima estava no seu habitual estado vaga-lume.
Sim, Sua Alteza Sereníssima Neymar I não tem sido tão sereno e brilha com times mais fracos e apaga com times mais fortes.
O Brasil começou o jogo sendo garfado pelo juiz colombiano: uma bobagem inestimável nosso central levantou bastante o braço e atingiu o rosto do adversário e foi expulso.
Duvido que esse juiz safado fosse capaz de tomar a mesma atitude com um argentino se o caso fosse reverso; afinal de contas, o vice-presidente da FIFA que cuida de arbitragens é argentino.
Os castelhanos começaram o jogo na frente, bateram bastante com a anuência do árbitro e ainda assim o Brasil chegou ao empate.
Foi quando aconteceu tudo.
Um brasileiro botou a bola para fora para que alguém caído no chão fosse atendido.
Esperava-se o fair play argentino e, como sói acontecer, o ponta adversário pegou a bola e foi em direção ao gol brasileiro em uma desabalada carreia. Quando nossa defesa se deu conta, a Argentina voltava a vencer o jogo.
Não sei se foi a praga que roguei nessa hora ou se foi mesmo a justiça dos Deuses do Futebol, mas no final do Campeonato os atuais bi-campeões olímpicos estavam de fora dos Jogos de Londres.
Justiça poética, Justiça Divina, a mim não importa: estamos dentro e eles fora.

Quanto ao futebol, se me permite o Oswaldo, espero que nosso técnico consiga colocar na cabeça dos nossos jovens que esse jogo se chama Futebol, mas seu sobrenome é Associação. É um jogo de conjunto e não um espetáculo de vaidades. Se assim não for, nossa sonhada medalha de ouro estará mais próxima de chegar ao Brasil pelos pés delicados de nossas garotas, essas sim, jogadoras brilhantes e solidárias.

Acceptan uno cappuccino?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mel Van Langendonck, um talento.

Domingo passado foi um dia especial; na noite anterior havíamos encontrado vários amigos no ótimo Baile do Hawaii da AABB, com muito assunto e muita conversa.
Ao chegar em casa, só restava tomar um banho frio para tirar o suor dos forrós e sambas dançados, além de aplacar um calor de 29 graus que o termômetro marcava.
Então começaram as surpresas:
Ao voltar para o quarto encontro um enorme vaso de azaléas com tons entre o branco e o vermelho pálido sobre a cama: foi da Elisa a primazia de surpreender no nosso ritual anual de comemoração do nosso casamento.
“Ao meu amor, pelas nossas Bodas de Coral” - dizia o singelo cartão.

Na noite do dia 13 resolvemos jantar no Don Carlini em companhia de nossa amada Janu, e partimos cheios de conversa para a Moóca. Mais uma surpresa: estavam fechados.
“Devíamos ter ligado antes”, foi o comentário.

Resolutos em arrumar um lugar para comemorarmos nossas bodas, seguimos a orientação da filhota para visitarmos o restaurante do Terraço Itália.
O restaurante, que não visitávamos desde 2006, mudou em alguns aspectos:
A bela vista da cidade ainda está no 41º andar, os preços do cardápio num hipotético 55º andar e o sabor de pelos menos dois dos três pratos ainda estavam no 15º andar.


Como o que valia mesmo era comemorar, ficamos curtindo nossos assuntos ao som agradável de um piano colocado bem atrás de minha cadeira.
As músicas, tocadas com alegria e um balanço único, chamaram minha atenção para os arranjos: fenomenais.
Confesso que em certos momentos me desconcentrei tentando imaginar aonde já havia ouvido algo parecido.
Após nosso tradicional cappuccino eu me voltei para a pianista, que já estava de saída, e pedi para tirar uma foto com ela.
Mais uma surpresa agradável:

Era a Mel Van Langendonck, talentosa música que já havíamos conhecido no Costa Mágica em março de 2.009.
Na época ela fazia parte de um duo, agora desfeito.

Todas as noites após o jantar nos colocávamos frente a Mel no piano e a Hilda cantando nossas músicas populares e alí passavamos o momento mais agradável da vida social no navio.
Lembro de um comentário do meu amigo Tadeu, presidente do Satélite, sobre as duas: "É um conjunto superior e diferenciado, para um público seleto".
Hoje sei que ela esta fazendo vários trabalhos solos, outros em companhia de nomes de respeito como Egberto Gismonti.
Fiquei muito feliz por ter detectado aquele toque único que só a Mel é capaz de executar.
É um enorme talento e, para quem gosta de música de qualidade, uma indicação.

A noite se encerrava no Terraço e descemos nós três e a Mel pelo trepidante elevador do Edifício Itália e nos despedimos ao pé do prédio.
Foi uma alegria única e um privilégio ouvir aquelas músicas.

Nossa noite ainda continuou com um papo feliz no apê da Janu e sob o ventilador na velocidade máxima em nosso quarto.

Uma comemoração alegre a nossa, que continuou na segunda-feira, mas aí já é uma outra história.

Aceitam um espumante?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

As vitórias sobre os avanços cibernéticos

Às vezes, muitas vezes, me sinto um paspalho frente ao computador.
Tenho um monte de programas instalados que mal sei o que fazem e como fazê-los funcionar.

Acho admirável quando recebo um .PPS com som. Sei como colocar os slides no PPS, mas na hora que coloco a música, o arquivo fica tão pesado que logo ele adormece na minha caixa de quase-realizados.

Também tem o tal do Bluetooth, instrumento que comunica um celular com o computador.
Aprendi que dá para mandar a foto computador para o celular e vice-versa.
Colosso!
Colei uma foto de minha mulher mergulhando nas águas bravias de Torres, encaminhei para o celular e, pasmem, ainda consegui colocá-la como meu papel de parede que, para quem não sabe, acho que é aquela foto que tem no celular quando ele liga.
Saí mostrando para todo mundo a minha vitória e fui reparando, pouco a pouco, que meu grande feito era coisa do passado, que as filhas crianças dos meus amigos já faziam isso quando completaram 4 anos de idade.

Ainda meio deprimido aprendi a colocar fotos no Facebook.
O mundo inteiro está no Facebook.
Tenho um amigo que tem a Xuxa em sua lista de amizades. A Xuxa!
Para quem tem a foto ao lado da Dilma, aviso: você não está sozinho. E como não está!
Dessas fotos a imbatível é a do meu amigo Eliseu, na qual a presidente, não sei se pela companhia dele, está sorrindo com uma expressão serena, sem aquela aparência de: “Dai-me Senhor paciência para mais uma foto”.
Bom, o Eliseu é o Eliseu.

Meu grande trunfo é fazer um calendário no Corel 8 onde coloco as fotos dos aniversariantes no dia do aniversário.
Aí eu abro o computador e aparece um calendário com a mesma idéia no tal do Facebook.
Aviso que eu já faço isso há anos e talvez venha a processá-los por se apropriarem da minha idéia.

Também recebo vários convites para jogos no Facebook.
Então aviso a quem me manda que, infelizmente, minhas filhas estão sem a menor pressa de me dar um neto e a Cecília e o Francisco, filhos da Mariana, minha sobrinha, moram no Vale da Ribeira e só visitam os avós de quando em quando.
Então não tenho ninguém que possa me ensinar a jogar essas coisas.
Fiquem sabendo que não é desfeita; não respondo por que não sei como.

Ainda bem que para fazer um cappuccino não é necessário nenhum programa.

Aceitam um?