quinta-feira, 24 de maio de 2018

Sem esperanças



Num encontro que tive com o espetacular humorista José Vasconcellos, ele contou uma piada:
Deus construía o mundo e colocava coisas boas e ruins na Terra.
Um vulcão aqui, uma praia de areias finas ali.
De repente o anjo que O ajudava reparou que onde ficaria o Brasil só tinha coisas boas.
Deus respondeu: “Precisa ver o povinho que vou colocar lá!”.

Lendo Dante Alighieri, na Divina Comédia, vemos que na porta do inferno tem uma advertência:
“Lasciate ogni speranza voi ch'entrate”.
Então comecei a pensar como seriam os avisos nas portas dos países, quando entramos nesta dimensão:
Na Suíça: Tem quatro línguas diferentes, quatro estações definidas, mas é o mais próximo do Paraiso na Terra.
No Canadá: Bem-vindo!
Em Portugal: Está bem? Aceita um Porto?
No Japão: Seja obediente.
Na Inglaterra: Deus salve a Rainha!

Como seria no Brasil?
Nossos próximos cinco meses serão muito desgastantes.
Teremos a Copa do Mundo que a maioria do povo – os pobres e alguns ricos – vão torcer desesperadamente pelo Brasil.
Estou nessa.
Alguns intelectualóides - com pouca coordenação motora e muito intelecto, mas, coitadinhos, ganhando pouco dinheiro- com muita inveja dos jogadores - com pouco intelecto, mas muita coordenação motora e estratosféricos salários – vão torcer para o Brasil perder, por motivação política ou por inveja mesmo. Danem-se.

Mais adiante teremos eleições gerais, com pouquíssimas opções de escolha para as Assembleias e Câmara, menores ainda para governadores – pobre Rio – e um quadro tétrico para a presidência.
De um lado a esquerda partida, responsável pelos devastadores últimos 16 anos que levou o Brasil à síndrome de Sísifo: Quando parecia que deixaríamos de ser subdesenvolvidos, rolamos ladeira abaixo para nos tornarmos um país de pobres atrás de óbolos governamentais. Seu Semideus está preso e seus filhos brigando entre si para parecerem uma família unida frente ao eleitor.
A extrema direita com um imbecil que não sabe coordenar duas frases sem uma ofensa, o MDB – segundo partido mais corrupto do país – lançando seu candidato que sabe que não vai emplacar, mas lhe renderá uma meia-dúzia de ministérios futuramente.
No meio, candidatos que minha mãe definiria como “Água morna”, só servem para vomitar.

Então só posso imaginar que na porta do Brasil deve ter a seguinte placa:
"É muito lindo, tem um povo ótimo, são bons de bola, mas deixe aqui todas suas esperanças de ter bons políticos".

Aceitam um cappuccino?