quarta-feira, 17 de março de 2010

Licença para matar tem padrinhos conhecidos

Já faz algum tempo, nem tanto, mas na nossa cabeça pode nem mesmo haver a lembrança.

Em 23 de outubro de 2005 houve uma consulta ao povo brasileiro, um referendo erroneamente chamado de plebiscito.
Perguntou-se se a população queria que fosse mantido o Artigo 35 da Lei 10.826 de 2003, que proibia “a comercialização de arma de fogo em todo território nacional, salvo...”

Definitivamente nós brasileiros não damos sorte com nossos políticos:

A favor dessa decisão estava a Frente Parlamentar “Brasil sem armas”, capitaneada por ninguém menos - pasmem - que Renan Calheiros. Ah, e pelo deputado Raul Jungmann.

Do outro lado do ringue a Frente “Pelo direito à legítima defesa”, chefiada pelo... ai,ai,ai, Luiz Antonio Fleury Filho e Alberto Fraga, ai, ai, ai também. (*)

Pois bem, o último lado venceu e apadrinhou o direito a todos os tolos se acharem seguros pelo fato de possuírem uma arma em casa.

Agora o país chora o sétimo dia da morte do cartunista Glauco e seu filho Raoni.
Por quê?
Porque um imbecil teve o completo e fácil acesso a uma arma e descarregou sobre os dois e depois sobre agentes da Polícia Federal quando tentava fugir do país.

Interessante que seus advogados querem passar a imagem que ele é louco.
Como diria a Enfermeira da Jamaica: que louco sabidinho, não?
Mata, se esconde, dribla o cerco policial e do quarto poder, rouba um carro e dinheiro, tenta fugir para outro país.

Muito louco!

A todos vocês quero deixar duas perguntas:
A primeira: Se o comércio e porte de armas tivessem sido proibidos lá em 2005, esse idiota teria acesso tão fácil a uma arma?
A segunda: Se todos têm o direito a legitima defesa, quais foram as chances que tiveram Glauco e Raoni de defender quando viram o imbecil armado na frente deles?

Ao ex-governador paulista deixo uma pergunta direta:
Quatro anos após o povo ter endossado sua proposta, o irmão de Vª. Exª, usando seu sacro direito de possuir uma arma em casa, atirou e matou seu próprio filho e, em seguida, se suicidou.
Pergunto: O senhor tem algum remorso?

Com a palavra os pobres deputados.


* - Para quem não se lembra, o deputado Fraga é aquele que pagava sua empregada doméstica com verbas da Câmara Federal e, ao ser pego, despediu a empregada.

Um comentário:

José Antonio disse...

Olá

Leia o Estadão de hoje, 30 de março. Traz uma reportagem sobre os resultados do desarmamento. Estima-se que 13 mil vidas tenham sido poupadas por causa da lei.

Um abraço

Tum