sábado, 31 de outubro de 2009

O buraco da Curruíra





Tempos atrás, na crônica “Minha Floresta”, contei sobre um rombo que meu pai abriu no muro para que a Curruíra lá construísse seu ninho.

Olha ela aí, se equilibrando para alimentar seus filhotes.

Está aí mais um legado do meu velho – que não gostava de ser chamado de velho – assimilado com carinho.
Ao olhar a dedicada mãe alimentando os seus, eu, sentado a dois metros, fui lembrando algumas situações vividas com papai.
Aqueles dias de casa nova, com um jardim que, ao ser regado, cheirava terra.
Pintar a casa, reformar o que for preciso.
Novos tempos, cabeça voltada para frente, olhos que não enxergavam o infinito.

Acredito que, com a vivência que tenho agora, consigo entender aqueles olhares longínquos do meu velho, sentado na varanda de sua casa, com o ar satisfeito de quem conquistara sua morada.
Imagino que entendo também seus momentos de silêncios e seu apego tardio ao acordeão.

O dever de arrumar o jardim encerrou meus devaneios. Ainda bem, a saudade começava a doer.
Foi uma semana movimentada, mas com muita alegria:
Grandes projetos para o novo ano, amigos de casa nova, aos quais desejo enormes felicidade;
Parabéns Marlene e Paulo, parabéns Afonso e todo o pessoal da Visual.


Aceitam um champagne?

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