terça-feira, 6 de outubro de 2009

Pena Mercedes...

Algumas pessoas famosas me fazem sentir como se fosse um irmãozinho menor, temporão.
Sinto-me como se as olhasse admirado, de baixo para cima, como uma criança que vê uma tia alta ou um tio grandão.

A vida em corpo físico de Mercedes Sosa deixa de existir, mas seu legado inestimável perdurará para sempre, principalmente para minha geração, acostumada a lutar pela liberdade durante nossos anos dourados.
Foi uma luta sem fronteiras e, o que acontecia aqui no Brasil ou no sul do Chile, em Buenos Aires ou Montevidéu, dizia respeito a toda gente.

Saúdo Mercedes Sosa que eternizou ainda mais a música “Gracias a la Vida” de Violeta Parra:
“Grato a vida, que me deu tanto, me deu duas estrelas que quando as abro distingo perfeitamente o preto e o branco”;

Que nos fez
voltar aos dezessete depois de viver um século é como decifrar sinais sem ser sábio competente, voltar a ser de repente tão frágil como um segundo, voltar a senti-se profundo, como um menino frente a Deus”;

Que nos agregou altos ensinamentos ao cantar fabulosa música de León Gieco, “Solo le pido a Dios”, da qual ressalto os versos:

Só peço a Deus que a dor não me seja indiferente, que a morte não me encontre vazio e só, sem ter feito o suficiente;
Só peço a Deus que a injustiça não me seja indiferente, que não me batam, na outra face, depois que uma garra me arranhou a sorte;
Só peço a Deus que a guerra não me seja indiferente, ela é um monstro grande e pisa forte toda a pobre inocência das pessoas;
Só peço a Deus que o engano não me seja indiferente, se um traidor pode mais que muitos, esses muitos não o esqueçam facilmente;
Só peço a Deus que o futuro não me seja indiferente, desesperançado é quem tem que sujeitar a viver uma cultura diferente
.


Você jamais foi indiferente, Mercedes...

2 comentários:

Anônimo disse...

Lembrando que Mercedes, mantendo a lucidez até o fim de seus dias, se manteve comunista.
L. Onça

Arnaldo Onça disse...

Eder
Você seguiu todos os passos?
A verificação de palavras?
Abraços
Arnaldo