domingo, 7 de janeiro de 2018

DEIXA DE SER BESTA: MULATA NÃO VEM DE MULA!

É certo que nós temos várias expressões na Língua Portuguesa que tem conotação racista, mas não são todas essas que se pede para varrer para fora de nossa linguagem.
Por exemplo: judiar, efetivamente, vem de machucar o judeu, ato que se fazia para transformá-lo em cristão. Com o tempo a palavra perdeu essa conotação e passou a ser usada quando se machucava propositalmente alguém ou algum animal.

Também temos expressões segregacionistas como boçal, imbecil ou idiota, palavras que há pouco mais de um século eram usadas para definir um deficiente (ou débil) mental. Assim como outras expressões malvadas, foram perdendo sua característica original e virando uma corruptela.

Então vamos limpar a área de expressões que algum idiota literário resolveu que seriam originárias com conotação racista.

MULATA: é a campeã da bobagem.
Dizem que é ofensivo por vir da mula, cruzamento de cavalo com besta ou égua com burro.
Pois é, burro foi quem associou a isto, pois na verdade a expressão vem da cor de uma batata portuguesa usada para assar – chamada MULATA – que, assada, adquire um tom que se assemelhava ao da pele de uma criança de alguém da raça negra com a raça branca.
Simples assim.

A COISA ESTÁ PRETA, por exemplo, não vem do racismo e sim da peste negra ou da gangrena.
É uma expressão que vem da Idade Média, quando a peste escurecia a pele das pessoas ou a gangrena produzia aquele grená escuro que resultaria, fatalmente, na extirpação do membro gangrenado. Significava um problema, só isso.

NOITES NEGRAS: Também é uma expressão da Idade Média.
Acredito que tomo mundo já viu um filme ou leu um livro onde alguém do alto de uma torre ou muralha, diz: “Meia-noite e tudo vai bem”.
Pois é, esse vigia conseguia ver os campos e as cercanias do castelo com a luz da lua. A falta de claridade produzia uma noite “escura como o breu”. Era uma noite em que tropas inimigas poderiam avançar sem serem vistas.
Também era usado por vigias do caralho, que avisavam o capitão do navio que a noite escura levava a nave para uma rota que não se podia ver.

É  daí também que vem o verbo DENEGRIR, tornar GRIS, aportuguesamento de CINZA em francês.
O céu se tornava de cinza a cinza escuro até se perder a vista do horizonte.
Todas as demais associações feitas a essas palavras foram posteriores.
Assim, quem tinha a imagem denegrida, a expressão mais usual, significava que tenha uma mancha na sua vida, um pecado público. Era muito aplicada a senhoras que haviam traído seus maridos. E basta.

MERCADO NEGRO também está associado à noite sem lua, pois era quando, em tempos imemoriais, se fazia contrabando. Nada mais que isso.

OVELHA NEGRA produzia uma lã rara, mas sem valor, pois não se usava entre as cortes, lá na Idade Média, lã que não fosse branca. Então essa ovelha tinha que ser apartada, para não cruzar acidentalmente e produzir mais lã recusada pelo mercado.

Mais uma que acho que deve ter alguma consideração, é o famoso lápis bege, ou COR DE PELE. Foi criado numa associação à pele branca. Deveria ter lápis associado à cor de pele de gente ruiva? Sim, é claro, da mesma forma que gente negra, oriental.

Li também em algum lugar que DOMÉSTICA e MEIA TIGELA são expressões racistas.
ERRADO.
Doméstica é uma expressão segregacionista, pois igualava quem trabalha nessa profissão a um animal doméstico.Porém, com o passar do tempo e a aquisição de direitos por essas empregadas, hoje é uma profissão regulamentada e, certamente, perdeu a conotação de origem.

MEIA TIGELA está longe de ser alguma expressão racista; era aplicada a escravos não cumpriam sua meta de produção, recebendo metade da ração.
Mas esses escravos eram desde os hebreus, nos tempos de faraós, àqueles que foram traficados para o Brasil.

Quase terminando vou para a expressão usada no título: BESTA.
As feministas poderiam se queixar dizendo que é ofensivo às mulheres, pois se dizia “deixa de ser burro” para homens, com o passar do tempo, “deixa de ser besta” para as mulheres. Se é para levar tudo à ferro e fogo...

Não quero terminar minhas considerações sobre esse assunto em levar em conta a expressão NEGA ou NEGO.
Essa é uma das riquezas que os negros colocaram na nossa Língua. Minha Nega ou meu Nego é uma expressão de carinho.
Chamo minha mulher de Nega há mais de 40 anos e não vou abrir mão disso porque algum trouxa possa se sentir ofendido.


Aceitam um cappuccino?

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