Hoje um
amigo lembrou de uma passagem que teve numa escola de Padres, onde resistiu
bravamente, junto com os colegas, à tentação de delatar um deles. O Padre
reconheceu a atitude deles.
Boa época em
que nossos professores eram nossos educadores e respeitados por isso.
Isto nos
remete, nos dias de hoje, a famigerada Delação Premiada, motivo das lembranças
do meu amigo e desta minha ponderação.
Lembrei-me a
um senhor que morava em nossa rua, de nome Geraldo Oliveira, alto, forte, com
cara de gente amiga, sempre disposto a nos orientar.
Várias vezes
quando o filho dele e eu íamos ao equivalente de hoje “baladas”, ele nos
aconselhava:
“Cuidado, a
malandragem nunca dorme. Vocês estarão se divertindo e eles pensando em como
aprontar para vocês”.
Outra de
suas frases que guardo com carinho é - na essência e não nas palavras literais
- “o bandido é bandido sempre. Ele não conhece o bem ou a amizade. Não faça
amizade com bandido, porque na primeira chance ele ferra você”.
Nós vivíamos
no Chora Menino, então franja da civilização da cidade. Os bairros adiante eram
perigosos, uma época onde sabíamos os nomes das ruas que nos representavam
perigo.
Hoje os
bandidos estão em todos os lugares e tem idiotas a seu serviço dispostos a
ficar o tempo todo nas redes sociais acusando os adversários de podres e disseminando
o conceito que todos os políticos e ricos não prestam.
Faz parte de
sua legítima defesa.
Boa parte
desses bandidos legislam e fizeram a tal da Lei da “delação premiada”, uma
péssima cópia dos países onde existem situações parecidas. Assemelham-se, mas
com uma diferença muito grande: lá fora o bandido devolve todo dinheiro possível que
roubou e CUMPRE uma pena menor numa cadeia melhor.
Aqui o pilantra
faz um acordo e devolve parte do dinheiro que conseguem descobrir que ele
roubou, vai para casa com piscina e whisky contrabandeado e, em dois anos, está
limpo como o bumbum de um bebe banhado.
Por uma
lástima da minha lembrança esqueci o nome de um professor de História do
colégio dos Salesianos que um dia tivemos a infeliz idéia de apelidá-lo de
Chacrinha.
Ele dizia,
em plena Ditadura, que deveríamos “ deixar o Comunismo se instalar no Brasil
que, em dez anos, os brasileiros o desmoralizaríamos”. Ele não estava errado;
nós não só não conseguimos implantar o Comunismo na acepção da palavra como
desmoralizamos um regime de esquerda em menos de um ano e meio.
Aceitam um
cappuccino?
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