quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sacolinhas Plásticas de Supermercados

Há algum tempo atrás publiquei uma crônica sobre as famigeradas sacolinhas plásticas que os supermercados tanto se esforçam para deixar de fornecer e tem como aliados alguns setores da imprensa que insistem em fazer reportagens que, a mim, parecem encomendadas.
Recebi uma chuva de e-mails – a maioria dos meus amigos não usa o espaço para comentário deste blog – me repreendendo e dizendo que estava errado ao chamar de ECOBOBOS pessoas que se preocupam com a natureza.

Hoje volto à carga sobre o assunto para fazer dois comentários:
Primeiramente para reforçar meu pensamento que os supermercados e lojas, se quiserem, podem incentivar a redução de consumo desse material e todas essas reportagens tem mesmo uma finalidade econômico-financeira: redução de custos de grandes anunciantes.
Exemplo disso:
Os supermercados Wal Mart dão descontos de três centavos a cada cinco produtos passados no caixa, para o consumidor que não utilizar essas sacolas.
O Pão de Açúcar dá dez centavos de desconto, seja uma compra de dois ou cem itens.
Como se pode ver, até a Enfermeira da Jamaica diria que, se os supermercados quiserem, podem fazer algo pelo planeta.
Todavia, é mais fácil pegar carona em algum deputado demagogo ou bobo, capaz de propor um projeto de lei que possa facilitar a vida deles e aí nem esse descontíssimo eles precisarão dar.

Segundo: chamo mesmo de demagogo quem faz um projeto desses porque deixar de fornecer as sacolinhas não vai acabar com o maior mal que as cidades criaram depois de jogarem dejetos nos rios: os aterros sanitários, que atendem pela alcunha de lixões.
São inúmeros os malefícios desses aterros:
- O que produzem a céu aberto, tanto de gazes nocivos quanto de poluição visual;
- O chorume que escorre para dentro do lençol freático extinguindo qualquer possibilidade do uso da água ali existente;
- A contaminação por metais pesados;
- Descarte clandestino – até mesmo involuntário - de material infectante, feito por pessoas que estão ou tem doentes em suas residências;
- E ainda o maior de todos os pecados:
Ser a única possibilidade de diversas famílias ganharem a vida recolhendo produtos recicláveis e disputando com urubus restos de comida descartados como lixo.
Trabalham sem condições dignas, sem um teto sobre suas cabeças para evitar o sol inclemente ou a chuva fria caia sobre seus corpos e saúde frágeis.
Essas pessoas são iguais a mim e a você, e querem um teto, aposentadoria e descanso semanal remunerado e não ser condenado a morrer trabalhando para conseguir comida.
Seus filhos tem direito a possibilidade de frequentar uma escola, sem que seus pés descalços pisem em papéis higiênicos usados, cacos de vidros e latas de sardinhas abertas.

Esse é o pecado de nossos governantes: não entendem ou não ligam para o fato da coleta de recicláveis ser feita separadamente da coleta do lixo e que os aterros precisam ser reduzidos ao máximo porque, enquanto existirem, essas sacolinhas serão o menor de seus problemas.

Dedicado ao Padre José Carlos Spinola, criador do Projeto Reciclázaro, meu nome para o Prêmio Nobel da Paz, por ser uma pessoa que cumpre em plenitude os ensinamentos de Jesus, que viveu junto aos pobres, doentes e segregados.
Transcrevo abaixo o carisma dessa organização, criado por ele:
“A latinha volta a ser latinha, o papel volta a ser papel, o vidro volta a ser vidro, o plástico volta a ser plástico e o Ser Humano volta a ser Ser Humano”.

Aceitam um cappuccino?

5 comentários:

Maria Elisa Mota Onça disse...

Como sempre, nossos governantes só
nos enrolam e não resolvem absolutamente nada.Há 15 anos acompanho todo o trabalho do Padre
José Carlos.Graças a ele tive para
onde mandar os materiais
recicláveis, diminuindo nosso lixo em 99 por cento.
Vamos ajudar., reciclando, e cobrar atitudes dos
que foram eleitos por nós.
Parabéns ao Reciclázaro!
Merecida homenagem no seu blog.

Tum disse...

Olá

Já que há outros protestando,vou me aliar sem ter medo de parecer rabugento. Na Europa há um forte movimento pela diminuição do uso de sacos plásticos e o sucesso alcançado lá mostra que isso seria possível aqui. Muitos brasileiros se engajaram nessa campanha, inclusive o degas aqui; tenho feito supermercado usando o mimimo de sacos plásticos .(só para embalar carne). As pessoas em geral se sentem impotentes diante da destruição do planeta e procuram fazer o que está ao seu alcance; fazendo pequenas coisas juntas acabam fazendo muito. E sentem-se bem com isso!

Um abraço

Tum

Julio Fábio disse...

Olá meu amigo, estou a dias pensado em te telefonar, mas interurbano custa caro e não tive tempo para te escrever.

Em Salvador existe a Igreja de Santa Bárbara, para comprovar convido o meu amigo a assistir ao filme pagador de promessas de Leonardo Villar.

A respeito de reciclagem de lixo, convido-o a se cadastrar no site ”www.portacurtas.com.br “ e assistir ao filme vila das flores; estou cinéfilo; bati com a cabeça na parede e estou intelectual hoje.



Beijos nas mulheres da sua vida.



Julião

Arnaldo Onça disse...

Olá Tum!

Nós, em casa, também evitamos o desperdício e ainda fazemos bom uso dessas sacolinhas. Ganhamos uma caixa plástica dura de nosso mercadinho, para facilitar a colocação das compras sem danificá-las. Além disso, levamos as sacolas feitas com materiais mais duráveis, para trazer nossas compras. E depois disso tudo ainda mandamos para a reciclagem até mesmo aquela lingüeta que tem nas caixas longa-vida de sucos e leite.

Reciclar é o caminho.

Combater o desperdício é o caminho.

Combater o governo omisso é o caminho.

Abraços



Bim

Arnaldo Onça disse...

Olá Julião!



Santa Bárbara tem em Salvador, mas em Pamplona não tem não.

Já assisti o primeiro filme e vou procurar essa segunda indicação.



Beijo na família.