quarta-feira, 23 de março de 2011

E tome Obama!

Para começar quero garantir que não sou antinorte-americano. Assim como Beauvoir e Sartre um dia fizeram, também me rendo progressos e avanços daquele país aonde conheci pessoas maravilhosas. Entretanto, fico muito irritado com a neura irracional - se me permitem o pleonasmo - com que tratam os assuntos de segurança e fico extremamente irritado a cada visita de um presidente americano ao Brasil. Ainda bem que sua visita, desta vez, caiu em um final de semana e isso contribuiu para que o tumulto provocado pelas medidas de segurança fosse amenizado. Assim como uma pessoa entrevistada por um telejornal, também me pergunto se os americanos interditariam a Estátua da Liberdade por 24 horas para que a presidente Dilma pudesse visitá-la. Não mesmo, e por duas razões: Primeira porque não iriam interditar; Segunda porque isso não seria necessário; não somos odiados mundo afora. Anos atrás, na visita do George Bush, pai, o infeliz presidente do Senado Brasileiro permitiu que um segurança americano portasse uma arma no plenário da casa. Agora o Obama queria interditar a Cinelândia para discursar! Que ele imagina ser, Michel Jackson? E vamos ao que de prático se sucedeu nessa visita: Foram assinados dez acordo bilaterais. Ah, bom! Você soube quais foram esses acordos? Um desses acordos diz respeito a intercâmbios e talvez haja um ganho nessa história, ainda mais agora que o Brasil passa a ser a sétima economia mundial. Pergunto: nossos jovens terão mais facilidades para obter o visto norte-americano, ou vão continuar esperando na chuva, sol, vento e depois disso por quatro a cinco horas em uma varanda, para receber a anuência? Os passaportes ainda serão retidos por 5 dias? O que acontece se nesse meio tempo surgir uma necessidade urgente de tomar um cappuccino em Roma? Outro acordo diz respeito a transferência de tecnologia na produção de combustíveis a partir de matriz renovável, ou seja, álcool, que agora até nós mesmos já chamamos de etanol (!?!). Isto me lembra um conselho que meu pai me deu quando quis fazer um negócio com um amigo que tinha experiência na área que pretendíamos atuar. Com a sabedoria de sempre ele me disse: “Parece que você vai entrar com o dinheiro e ele com a experiência e ele vai ficar com o dinheiro e você com a experiência”. Também não quero deixar passar o início do discurso que Obama fez no Municipal, mostrado em todos nossos telejornais. Você deve lembrar ele dizendo: “Olá ... Cidade... .... Maraviosa.” A oração acima está mesmo sem ponto de exclamação, porque assim foi dita. Alguém cantava no ponto do presidente e ele repetia. Se assim não foi, assim pareceu. Pior ainda, ensaiou mal. E a galera reagiu da mesma forma que o público do Maracanã reagiu quando a Madona entrou com a camisa do Flamengo: “Demais!” Ah, esse povo carioca! Não existe gente mais receptiva! Graças a Deus a família presidencial pegou o tal do “er forse uam” e se mandou para quebrar a rotina dos chilenos. De positivo eu tirei uma coisa: o comportamento de nossa presidente. Agiu discreta e firmemente, inclusive em duas situações de grande embaraço: A primeira quando aquele cara sem-noção do CQC começou a gritar no Palácio do Planalto. Alguém precisa encontrar a pessoa que disse para esse rapaz que ele é engraçado e obrigá-la a consertar isso; A segunda foi o fato de Obama ter mandado bombardear a Líbia já no território brasileiro. Foi uma enorme descortesia por parte de quem pretendia conquistar a todos nós. A nota do Itamarati repudiando a atitude foi dada no tom correto. Vá jogar seu golfe, senhor Obama, e nos deixe tomar nosso cappuccino em paz.

Um comentário:

Graça disse...

parabéns! era tudo que queria dizer!
Abraços
Graça