Não que seja grande coisa o que faço para a UNICEF todo ano, mas tenho tido o hábito anual de fazer uma compra de produtos do catálogo natalino dessa organização há alguns anos, além de uma pequena contribuição para o Criança Esperança, com a finalidade de colaborar para o programa de combate a pobreza.
Do Papa Bento XVI à Enfermeira da Jamaica, todos estão cientes que o ralo das necessidades supera em muito o gotejamento do dinheiro caridoso.
Dia desses conversava com um amigo sobre a pobreza e a miséria no mundo e ficamos abismados com a situação que se encontram pessoas de diversos países onde não poderíamos imaginar a existência de indigentes, e a única vantagem desses lugares é uma inexistência de linha de corrupção, ou quando existe tem um resultado esperado para quem a pratica: cadeia.
Como no Brasil a cadeia tem assentos reservados, pessoalmente tenho a firme convicção de só contribuir para entidades sérias e, de preferência, que eu conheça o caminho todo do dinheiro, princípio, meio e fins.
Esse meu comportamento pode passar além da Taprobana do cinismo, mas cansei de ver contribuição dada para uma determinada necessidade virar cerveja em festa de confraternização de funcionários e dirigentes como se fosse algo para lá de natural.
É por aí que passa meu muxoxo com a UNICEF:
Tenho recebido, há pelo menos dois anos, um monte de impressos, uma agendinha e um famigerado “relatório anual”, com uma foto da representante da UNICEF no Brasil, senhora Marie-Pierre Poirier, estampada na primeira página.
Desculpem, mas para mim isso é intolerável.
Acho extremamente errado essa personalização que só pode ter caráter político ou projeção pessoal, ambas as atitudes errada e inadequadas nesse caso.
Estamos em plena era da informática e o tal relatório pode ser conseguido pelo e-mail brasília@unicef.org.
Não preciso ver o rosto da Sra. Marie para saber se as coisas estão andando de acordo com o esperado.
Quem convive em entidades sabe que um dos maiores custos de suas atividades é a postagem de correspondência, e sabe também que muito pouca gente abre essas cartas, principalmente se imaginar que ali vem um pedido de dinheiro e ainda estiver sobrando mês para o salário.
Não é possível que o que aprendi na faculdade há trinta anos atrás, que a mala-direta dá um retorno inferior a três por cento, tenha mudado em alguma coisa.
Assim, vou me recolher na minha rabugice e dirigir minha contribuição para outra entidade este ano, e só volto a contribuir com a UNICEF quando deixar de receber essas bobagens.
Todavia continuo apreciando um cappuccino. Aceitam?
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4 comentários:
Onça,
também colaboro com a UNICEF. Concordo com você sobre o envio dessas mensagens pelos Correios.
Pergunto: você já mandou suas críticas para a UNICEF? Acho que seria proveitoso que
você fizesse isso.
abraço do Pina.
Olá Pina!
Já comentei sim, duas vezes. Não imaginei que somente minha critica fosse suficiente para mudar a atitude. Entretanto não obtive sequer um comentário a respeito.
"Muito legal! Concordo e sim, mala-direta ainda continua com esse retorno baixo!"
Concordo plenamente com suas considerações. Se me permite sugerir, temos a Associação dos pintores com a boca e pés, ( fundada em 1956) que faz cartões belíssimos.E temos a nossa própria: APABB, que admiro demais!!!!
Abraços e parabéns
Graça
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