segunda-feira, 2 de maio de 2011

De mal com a UNICEF

Não que seja grande coisa o que faço para a UNICEF todo ano, mas tenho tido o hábito anual de fazer uma compra de produtos do catálogo natalino dessa organização há alguns anos, além de uma pequena contribuição para o Criança Esperança, com a finalidade de colaborar para o programa de combate a pobreza.
Do Papa Bento XVI à Enfermeira da Jamaica, todos estão cientes que o ralo das necessidades supera em muito o gotejamento do dinheiro caridoso.
Dia desses conversava com um amigo sobre a pobreza e a miséria no mundo e ficamos abismados com a situação que se encontram pessoas de diversos países onde não poderíamos imaginar a existência de indigentes, e a única vantagem desses lugares é uma inexistência de linha de corrupção, ou quando existe tem um resultado esperado para quem a pratica: cadeia.
Como no Brasil a cadeia tem assentos reservados, pessoalmente tenho a firme convicção de só contribuir para entidades sérias e, de preferência, que eu conheça o caminho todo do dinheiro, princípio, meio e fins.
Esse meu comportamento pode passar além da Taprobana do cinismo, mas cansei de ver contribuição dada para uma determinada necessidade virar cerveja em festa de confraternização de funcionários e dirigentes como se fosse algo para lá de natural.
É por aí que passa meu muxoxo com a UNICEF:
Tenho recebido, há pelo menos dois anos, um monte de impressos, uma agendinha e um famigerado “relatório anual”, com uma foto da representante da UNICEF no Brasil, senhora Marie-Pierre Poirier, estampada na primeira página.
Desculpem, mas para mim isso é intolerável.
Acho extremamente errado essa personalização que só pode ter caráter político ou projeção pessoal, ambas as atitudes errada e inadequadas nesse caso.
Estamos em plena era da informática e o tal relatório pode ser conseguido pelo e-mail brasília@unicef.org.
Não preciso ver o rosto da Sra. Marie para saber se as coisas estão andando de acordo com o esperado.
Quem convive em entidades sabe que um dos maiores custos de suas atividades é a postagem de correspondência, e sabe também que muito pouca gente abre essas cartas, principalmente se imaginar que ali vem um pedido de dinheiro e ainda estiver sobrando mês para o salário.
Não é possível que o que aprendi na faculdade há trinta anos atrás, que a mala-direta dá um retorno inferior a três por cento, tenha mudado em alguma coisa.
Assim, vou me recolher na minha rabugice e dirigir minha contribuição para outra entidade este ano, e só volto a contribuir com a UNICEF quando deixar de receber essas bobagens.

Todavia continuo apreciando um cappuccino. Aceitam?

4 comentários:

Wilson Pina disse...

Onça,

também colaboro com a UNICEF. Concordo com você sobre o envio dessas mensagens pelos Correios.
Pergunto: você já mandou suas críticas para a UNICEF? Acho que seria proveitoso que
você fizesse isso.

abraço do Pina.

Arnaldo Onça disse...

Olá Pina!

Já comentei sim, duas vezes. Não imaginei que somente minha critica fosse suficiente para mudar a atitude. Entretanto não obtive sequer um comentário a respeito.

Rodrigo Grecco disse...

"Muito legal! Concordo e sim, mala-direta ainda continua com esse retorno baixo!"

Graça disse...

Concordo plenamente com suas considerações. Se me permite sugerir, temos a Associação dos pintores com a boca e pés, ( fundada em 1956) que faz cartões belíssimos.E temos a nossa própria: APABB, que admiro demais!!!!
Abraços e parabéns
Graça