quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Panetone não é pão do Toni.

Entra ano, sai ano, tudo continua uma baba.
Coisa horrorosa que é assistir nossos noticiários.
As notícias mais irritantes são, sem dúvida, os atrasos nos aeroportos nestes dias.
As companhias aéreas nacionais, na ânsia de aumentarem seus lucros, reduzem ao máximo seu pessoal e, é claro, numa época onde a demanda é maior e de aviões que saem sempre lotados, basta um atraso em Congonhas ou Brasília para comprometer toda a rede.
Nossos aeroportos são um horror e imagino que somente após a Copa de 2014 nós vamos ter alguma melhora nesse campo. Antes não vai dar porque todos sabemos que no Brasil as coisas são sempre resolvidas na última hora.
Mas o que irrita mesmo é o comportamento de alguns cretinos que, assim que vêem uma câmera e um microfone chegando perto do balcão, começam a gritar e tentar bater nos funcionários apavorados.
Às vezes imagino que aquele pessoal gritando “queremos viajar” é alguma gravação já vista de 2007 ou 2009.

Outra coisa são as pessoas indo às compras nas liquidações pós Natal.
As perguntas dos repórteres são sempre tolas – “está gostando de pagar mais barato?” – e as respostas são as mais desconcertantes. Uma senhora fez uma compra porque o produto estava dois Reais mais barato.
“- A senhora estava precisando?”
“- Não, mas eu não podia deixar passar uma oportunidade dessas!”
Fique imaginando o que seria esse produto.

Também aproveito para retransmitir um conhecimento adquirido de uma antiga professora de Italiano sobre a história do Panetone:

Não era usual o apelido Toni nos Séculos XIII a XVI, época estimada do surgimento do panetone. Essa frescura começou no início do Século XX, quando a Itália estava um horror e seus habitantes fugiam para as Américas. Logo alguns Antonios viraram Tonys.

Pão em Italiano é pane e panetto significa certo tipo de pãozinho em alguns dialetos.
Mais ou menos como “sonho” é logo associado àquela delícia com creme no meio e açúcar por cima, o panetto é um pão adocicado no qual se colocam uvas passas.
O Panettone foi criado sem que se saiba onde e por quem, mas é historicamente aceito como um produto feito na época de Natal e era usado em um costume cristão lombardo: partir o pão com as mãos e dividir entre os convivas.
Chamaram-no panettone por associar aquele pãozinho doce a um grande produto, feito por um processo de panificação.
Panificazione, capisce?

Então, daqui a onze meses, quando essa história começar de novo, dê uma grande gargalhada quando algum repórter contar a farsa de um Toni que se apaixonou pela filha de um homem rico, etc.

A propósito: o produto dois reais mais barato era uma bolsa. Acredita?

Aceitam um cappuccino?

3 comentários:

Maria Clementina disse...

Bom dia, querido casal amigo. Acabei de ver o blog e a visita a nossa querida AABB e que surpresa voce falar e prestigiar o meu trabalho. Sou eternamente grata pela amizade, carinho e prestigio que o casal me dedica hoje e sempre, gostaria e quero poder retribuir, abrigada de coração por tudo.
Maria Clementina e familia, aproveito para desejar um otimo ano novo ao querido casal, beijos e todo carinho.

José Augusto disse...

Si non é vero, é bem trovatto...

Tadeu disse...

Caro amigo Onça,

Seu blog é muito bom e sempre nos mostra novidades...parabéns. Que vc tenha um excelente 2011 ao lado de toda a família. Grande abraço

Tadeu