terça-feira, 10 de agosto de 2010

Não existe meia-liberdade.

Todos sabem que sou o ouvinte número zero do programa Radar Paulista do meu amigo Renato Albuquerque.
Nestes tempos bicudos de proximidade de eleições, quando a mentira está no ar, tenho me amargurado com um comentário constante que, “em função da legislação eleitoral, o radialista não pode fazer comentários sobre o que dizem ou fazem os candidatos”.
A origem desse absurdo está na Legislação Eleitoral, fruto de uma Chavezlização, que diz que concessionárias do poder público, Rádio ou Televisão, só podem reportar o que é feito pelos candidatos, sem poder fazer comentários ou piadas sobre suas ações, discursos e, cá para nós, suas mentiras.
Ou seja, a verdade está engessada.
É por isso que surgem de forma execrável aqueles deputados que não sabem o que sendo votado na Câmara ou assinam petições para colocar aguardente na Cesta Básica “porque é assim que se faz na Casa”.
Como diria a Enfermeira da Jamaica: “se eles não querem ser ridicularizados, deixem de ser ridículos”.

Ontem, ao assistirmos, como de hábito, o CQC, ficamos muito indignados quando ouvimos alguns caciques, de vários partidos da política nacional, dizerem abertamente que eram contrários a lei. Então como a lei passou?
De indignado passei irritado quando ouvi o Deputado Cardoso tentar justificar a mordaça.
Ao final da reportagem, minha mulher sacou uma frase que acho que ilustra isso tudo:
“Censuráveis são as falcatruas que eles fazem”.

Eu já disse uma vez e repito: NÃO EXISTE MEIA LIBERDADE!
Se perdermos um mínimo pedaço de nossa liberdade, DEIXAMOS DE SER LIVRES.
Não quero a tutela do Estado ao meu poder de discernimento.

Acredito que a ABERT, Associação Brasileira de Rádio e Televisão, deveria entrar com uma “ação direta de inconstitucionalidade” contra esse ato abominável ou sugerir uma reação igual ou superior à censura: simplesmente deixar de noticiar qualquer coisa relativa às eleições e candidatos e aí veríamos esses palhaços se mexerem.

Vamos lutar por nossa liberdade de informação
e pelo direito de tomar nosso cappuccino em paz.

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