terça-feira, 6 de abril de 2010

Uma lei para não pegar...

Dizem que no Brasil algumas leis pegam outras não.
É verdade.
São coisas feitas por demagogos ou idealistas e tem o mesmo resultado: nada.
Uma das leis recentes implantadas em São Paulo é a vaga para Idoso ou Deficiente na Zona Azul, como é chamado o estacionamento pago nas ruas da cidade.
Aliás, eles só escrevem “deficientes” porque não tiveram a oportunidade de conhecer o Messias, que eu apresentei a vocês duas crônicas atrás. Se conhecessem, além de aprender que todos os humanos são de uma forma ou outra deficientes, passariam a usar a terminologia correta: Portadores de Necessidades Especiais.
Os desenhos no chão não foram acompanhados de uma comunicação pública de como as pessoas podem fazer valer seus direitos ou uma simples informação de regulamentação do uso desses lugares.
Quem vai atrás da informação, desiste de pleitear o benefício ao vislumbrar o desgaste burocrático.
Aí então é normal deficientes mentais ou deficientes de caráter ou ainda deficientes morais usarem esses espaços sem pudores.

E chegam a ser ridículas algumas atitudes de cumprimento da Lei que obriga empresas a pintarem essas vagas nos seus estacionamentos.
No Banco Itaú próximo à minha casa, a vaga em questão era a mais distante da porta do banco. Se algum cadeirante tivesse a ousadia de estacionar lá, teria uma grande decepção: primeiramente não conseguiria descer do carro, pela falta de espaço. Depois teria que passar por uma calçada inclinada o suficiente para tombar a cadeira. Por último teria que passar por um vão definido por duas correntes que foram colocadas em forma de S para impedir que motoqueiros estacionem na porta do Banco.
Após algumas reclamações, o Banco resolveu colocar a vaga para deficientes no lugar correto. Só não exercem nenhum controle sobre quem para por lá e os carros que ali estacionam, nenhum, nenhum mesmo, tem o adesivo de PNE.

Já o Banco Bradesco e todos os outros estabelecimentos do bairro sequer tem o desenho da vaga. É um “salve-se quem puder” mesmo.

No Extra da Anhanguera tem uma Fiorino do próprio supermercado que sempre estaciona numa dessas vagas. É horripilante.


Ainda no capítulo fazer por fazer, veja, por exemplo, estas vagas no Banco Personalité da Rua Brigadeiro Gavião Peixoto. Tem um poste no meio da vaga!






Ou esta de uma farmácia na Rua Carlos Weber, Vila Leopoldina.
Que motorista, PNE ou não, é capaz de colocar seu carro aí?


A falta de civilidade só será corrigida pela multa e multa alta.
Se isso acontecesse, certamente quando se fosse a qualquer grande supermercado ou shopping você não veria aquele monte de paisanos estacionados sobre as faixas irregularmente.



Não me chamem de rabugento; eu só não me conformo com essa indecência.

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