sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Compensação Ambiental uma ova!


Desculpem aspereza do título, mas quero registrar que não vou me deixar enganar por essa propaganda ridícula que está sendo veiculada tanto pelo Estado quanto pela Prefeitura.
Tempos atrás se contava uma piada que a Portuguesa de Desportos tinha um grave problema com estacionamento no Canindé e para resolver a questão a Diretoria já havia comprado um terreno no Morumbi. Para quem não conhece São Paulo, os bairros do Canindé e Morumbi são separados por trinta quilômetros.
Sempre se atribui aos nazistas a máxima: “repetir uma mentira até virar verdade”.
Estou vendo que não é bem assim e governos das mais diferentes matizes políticas, de esquerda e direita, se utilizam de propagandas excusas e esse mal parece sem fim.
O Governo resolveu ampliar as Marginais do Rio Tietê e faz propaganda dizendo “que é verde que não acaba mais”.
Estão me chamando de burro?
Estão destruindo árvores na Freguesia do Ó e no Limão e, pasmem, colocando num parque (?) distante quarenta quilômetros!
Num parque!
Não sei se precisamos mais árvores num parque, mas sei que precisamos mais parques próximos às nossas casas.

Os desmandos da Administração Pública são atemporais:
Antigamente se dizia: “Para frente e para o alto, mão de tinta não é asfalto”, em protesto a péssima qualidade do calçamento colocado em nossas ruas.
Hoje continuam tentando nos enganar com atitudes que podem ser mensuradas na foto abaixo:


Vejam no fundo da foto como eram as árvores no local.
Pois então. O imbecil - ou imbecis - que planejou o “Cebolinha” instalado no começo da Via Anhanguera, quem sabe por residir em um distante bairro arborizado, mandou cortar quase todas as árvores frondosas que existiam no começo da rodovia e, em compensação, mandou plantas esses galhos altos que vocês certamente estão tendo dificuldade de ver a esquerda da foto. Entre uma coisa e outra várias etapas de puro concreto.


A inteligência atinge um limite de competência, mas a imbecilidade sempre pode surpreender.
Além de derrubarem nossa vegetação, ainda aumentaram entre 1,5 a 2 quilômetros o caminho para chegarmos as nossas casas.
E mais, no terreno da Casa da Marquesa de Santos, instalado na confluência da Marginal com a Anhanguera, serão construídas 14 torres de apartamentos. Imaginem todos os residentes tendo que se locomover com seus automóveis – o sistema de transporte público aqui é ridículo e certamente não será usado por quem poderá pagar a fortuna que custará cada um desses apartamentos - despejando pelo menos 100 litros de combustível queimado por ano somente para o trânsito do começo da nova ponte até suas casas através das ruas sinuosas e mal conservadas do Parque São Domingos.
E outros 100 litros para saírem.
O que vai compensar isso? O Imposto Predial?

O Governo do Estado está dizendo que fará grandes compensações ambientais na construção do Rodoanel. Todavia, todos os olhos d’água, pequenos cursos ou nascente a jusante da obra estão sendo ou serão extintos.

O que poderá compensar isso?


Meu pai - um homem sereno e amigo de infância do ex-presidente Janio Quadros – me revelou, com alguma amargura, numa conversa que tivemos pouco mais de um ano da eleição do Fernando I das Alagoas presidente:
"A maioria dos políticos nos decepcionam a curto prazo, poucos a médio prazo e todos a longo prazo".

Dedicado ao casal Jan e Léo, que ainda conseguem arrumar forças para lutar pela qualidade da água que bebemos e pelo ar que respiramos.

Um comentário:

Unknown disse...

Adorei o texto!!
Bjsss