sábado, 4 de maio de 2019

Suicídio é para sempre

Não posso dizer seu nome, mas conheci essa garota há mais de uma década.
Uma menina bonita, longos cabelos, feliz e esperta.
Sempre a via estudando e tinha uns traços maravilhosos em seu desenho.
Quando atingiu a puberdade, além de todas as novidades que a vida lhe trouxe, veio também uma inquietação com relação ao seu gênero. Como lidar com isso?
Não é difícil imaginar, em nossa sociedade, todas as dificuldades e todo o peso dessa situação caindo sobre a cabeça de uma adolescente.
Criada numa família religiosa para gostar de uma forma e sua cabeça lhe dizendo outra coisa.
Com o passar do tempo encarou seu destino, entretanto a escolha não foi fácil.
Como ser aceita?
Então o inconsciente começa a trabalhar de maneira inquieta e, infelizmente, trás a auto-flagelação e o castigo em suas atitudes cotidianas: sobre-peso, tatuagens e piercings, um tapa em uma droga leve, um litro de uma bebida pesada. É como se tivesse uma vozinha dizendo: Culpa!
Junto com isso tudo, o sentimento que é melhor tentar deixar esta vida e jogar suas fichas numa nova encarnação.

Então, como sei que você está lendo isto agora, vou ser direto: eu aceito você como você é, sem tirar nem por.
Ninguém coloca comida na sua mesa, então deixe as criticas dessas pessoas para lá.
Vá viver sua vida como vivia na sua infância: levante, tome seu banho e café da manhã. Agora você sai para o trabalho, e não mais a escola, mas vá apreciando a paisagem, como seu inseparável fone de ouvido.
Ao voltar, abrace essa pessoa querida que vive contigo. Isto é para sempre, o amor.
Suicídio não é para sempre, como disse acima; é somente um desespero incontrolado.

Aceita um cappuccino?

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