terça-feira, 13 de setembro de 2011

Marília Marques da Silva Mota


Quando ele nasceu recebeu um vaticínio de um médico, dito à sua mãe:
“Não tenha esperanças, ela não viverá muito”.
Como esse médico não sabia que estava falando com uma pessoa guerreira e obstinada, errou feio.
Graças a Deus!
E não foi o único.

Alegre, expedita, como se diria na época que nasceu, soube manter suas amizades de infância e juventude por décadas.
No Clube Português encontrou o companheiro de sua vida por 66 anos.
Teve um filho e duas filhas, e sua caçula é o tesouro mais precioso da minha vida.
Com poucas palavras, mas atitudes bem pensadas e firmes, conduziu a casa e educou a família, mantendo-os sempre unidos e próximos a si.
Nunca me senti genro dela; tratava-me com o carinho dado a um filho.
Muito carinhosa com as três netas, sempre tinha uma novidade, particularmente para enfeitar as festas de aniversário, para a Páscoa e para o Natal.
Era criativa.
Minha mãe, sempre que via uma novidade em casa, dizia com admiração:
“Isso é coisa da Marília”.
Venceu suas adversidades físicas, dois AVC, uma angina e dois enfartes.
Não havia limites para sua determinação.
No ano passado um médico avisou a família que a visitava na UTI que a estava mantendo sedada, pois não havia nada a ser feito. Sobreviveu por mais de um ano.
No entardecer do domingo nos deixou, para criar aquela lacuna que a partida de pessoas que amamos muito deixa em nossos corações.
Tenha uma boa caminhada pela Eternidade, Marília e, por favor, prepare nossa chegada por aí com uma festa alegre e colorida como aquelas que você fazia por aqui.

2 comentários:

Maurício Cantagallo disse...

Arnaldo,



Novamente parabéns, a redação para a senhora Marília está impecável e que história verídica linda.



Abraços,

Maurício Lourenço Cantagallo

Antonio Gonçalves disse...

Caro Arnaldo,

Parabéns, mais uma vez, pelo seu blog. Sempre elegante, interessante, muito sensível e, o que é raridade entre nós, bem escrito.

A notícia sobre o passamento de sua sogra dá a exata dimensão do que ela representou e representará sempre para você e sua família. Sei do que falo: meu pai se foi há quase 32 anos e, até hoje, ele está presente cotidianamente em minhas reflexões e lembranças. Pessoas como a sua sogra e meu pai tornam-se seres mágicos, inesquecíveis, imprescindíveis.

Peço que sua família acolha todo o meu carinho nesse período de transição.

Abraço a você, Lisa e aos filhos. E que vocês continuem sempre vivenciando o Amor, na Paz de Deus.

Do amigo de sempre,

Antonio Gonçalves