domingo, 10 de outubro de 2010

Molly Malone

Várias seriam as Mollys Malone que existiram na Irlanda e sobre uma delas se fez uma canção que hoje é o hino informal da cidade de Dublin.
Os primeiros versos de sua canção dizem:
In Dublin’s fair city,
(Na bela cidade de Dublin)
Where the girls are so pretty,
(onde as moças são lindas,)
I first set my eyes on sweet Molly Malone,
(Pela primeira vez vi a doce Molly Molone)
As she wheeled her wheel-barrow,
(como ela empurrava seu carrinho-de-mão)
Trough streets broad and narrow,
(por ruas largas e estreitas)
Crying cockles and mussels, alive, alive, oh!
(Gritando berbigões e mexilhões, vivos, vivos, oh!)

Como lendas tomam vida, a Comissão Organizadora das comemorações do milênio da capital irlandesa estabeleceu que o dia 13 de junho passaria a ser o “Dia de Molly Malone” porque uma Molly teria morrido nesse dia em 1.699 e entronaram na Rua Grafton uma estátua feita pela artista plástica Jeanne Hinhart.
Curioso terem estabelecido a data de sua morte e não haver menção ao seu nascimento.


A Molly dessa Comissão e a da canção teria sido uma mulher pobre e lutadora, como de resto sempre foi a população da ilha da Irlanda.
Ainda jovem faleceu de febre, coisa muito possível em um país gelado onde a pneumonia se esconde em cada esquina e é repelida com grandes doses de remédios a base de álcool: cerveja, gim, uísque, etc.

Uma incongruência me inquietou:

O lugar onde fica essa estátua está há pouco mais de 100 metros da Sede do Banco da Irlanda, um prédio soturno e cinza, que um dia já teve dezenas de janelas. Então o governo resolveu tributar as propriedades justamente pelo número de janelas.
Qual foi a solução?
Os banqueiros mandaram fechar todas as janelas sem se importar com sua própria saúde, a os bancários e clientes passaram a viver dentro daquele ambiente infecto e sem luz natural. Para eles falou mais alto a segunda prioridade na vida de um banqueiro: o lucro.

Daí podemos depreender que os pobres morrem à toa pelas ruas e casebres, ao longo da História.
Quanto aos banqueiros, bom, banqueiros são banqueiros e sempre disputaram com advogados a primazia de entrar primeiro no Inferno.
Até que surgissem juízes de futebol e os políticos brasileiros...

Para matar sua curiosidade, a primeira prioridade do banqueiro é o seu dinheiro, leitor.


Minha homenagem a essa mulher que se tornou símbolo em uma cidade milenar, e minha tristeza registrada pela ida, antes do combinado - como diria Rolando Boldrin - de minha amiga de infância Elisabete.

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