sexta-feira, 17 de julho de 2009

As coisas divertidas da nossa gente.

Pois é, fiquei devendo coisas boas do nosso povo e hoje resolvi botar alguma coisa no papel depois de um comentário da Elisa quando avisei que tinham chegado mensagens novas do Cavallaro e do Geraldino: - Dos dois, já vi que lá vem coisa...
Isto é o óbvio: somos alegres e brincalhões.

Olhem nas ruas, olhem nas conduções, principalmente fora dos grandes centros; nossos rostos são tranqüilos, miscigenados e bonitos.
Apesar das mazelas políticas e das balas perdidas, peça informação a um carioca, mesmo aquele mais apressado: ele pára, pensa e “lhe” responde com aquele sotaque específico e, se for uma garota, tenta entabular um chopinho. Se por acaso for uma carioca, em breve tempo você não só terá sua informação como vai saber a história da vida da família dela.
Ande pela praia e olhe para alguém que caminhe do lado contrário e você verá que logo vem de lá um “bom dia”.
É absolutamente incrível quando vemos repórteres entrevistando pessoas que estão sofrendo na seca, com fome e maltrapilho e, no final, o entrevistado dá uma risada, às vezes nervosa, às vezes sem jeito. Seja pela timidez, seja pelo constrangimento, lembro de reportagens parecidas em outros cantos do mundo em circunstâncias análogas e só se vê carrancas.
Nosso povo, mesmo sem formação escolar, tem uma facilidade surpreendente em aprender tarefas e logo vai chamando os amigos para um churrasco e comemora seu primeiro salário como se levantasse a Taça do Mundo.
E é feliz porque somos os melhores no futebol, mesmo sem ganhar as Copas que merecíamos.
Meu amigo Gilberto Bruce rezava durante as partidas do Mundial de 1974 pedindo a Deus que nos favorecesse por imaginar que nenhum povo no mundo adorava mais futebol que o brasileiro. E ria ao final de cada pedido.
Sempre fui muito bem recebido em países no exterior, principalmente após a menção de ser brasileiro.
Somos associados a coisas alegres como futebol e carnaval, esquecendo por hoje as más associações porque isso é um problema de falta de informação deles.
Paramos guerras civis para que o povo visse o Pelé e a Seleção Brasileira ou ouvisse nosso jogo durante a guerra de Sarajevo.

Somos intimistas.
Em pouco tempo, muito pouco mesmo, qualquer um já se torna amigo de infância, já é chamado de você, chamado pelo primeiro nome ou – nem tudo é perfeito - por um apelido.

Nós rimos dos nossos eleitos, que eram nossas esperanças e nos decepcionam, nós rimos dos nossos ídolos e até dos nossos mortos, ainda que eu jamais tenha contado uma piada em velório.

Emprestando o slogan da APABB, o normal por aqui é ser feliz.

Bom fim de semana.

Alguém vai fazer um churrasco?

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