terça-feira, 10 de março de 2009

O silêncio da inocente.

Nasci na igreja católica, onde fui batizado e crismado.
Briguei bastante com meu irmão mais velho que, ex-seminarista, me chamava de carola quando meu grande amigo Julião e eu fomos pescados pela Opus Dei.
Aliás, ninguém escapa incólume à Opus Dei.
Daí que, ao desatar meus nós, fui procurar outros caminhos que me levassem ao Divino, até desaguar novamente no meu berço original.
No meu ponto de vista o Catolicismo é uma excelente doutrina que só tem um pecado:
Pequena parte dos seres humanos que a compõe, laicos ou eclesiásticos.
Quer saber: é o problema de todas as religiões.

Se por um lado vejo missionários e missionárias passando fome e risco de vida, como uma irmã que conheço que foi obrigada ficar com dois tiros no braço por mais de cinco dias e a viajar de Angola para o Brasil para aqui poder cuidar dos ferimentos, por outro me lembro da Casa do Bispo de Marília, que toma todo um quarteirão e que algum gaiato sempre picha: “opção preferencial pelos pobres”.
Mas essa conduta do Arcebispo de Olinda e Recife me deixou perplexo!
Excomungar as pessoas que cuidaram da vida daquela menina!
Segundo o religioso a lei de Deus se sobrepõe às leis dos homens – e ao bom senso.
Pergunta inocente:
Permitir a seqüência da gestação e provável morte dos fetos e da menina, não seria também incorrer no pecado de “Não matarás a pequena inocente”.
Essa garota, além de violentada, também deveria morrer?
Deus falou isso pessoalmente ao Arcebispo ou ele como homem assim está interpretando. Nesse caso, a lei que ele segue não seria uma lei humana?

Os Arcebispos da Igreja que são tão criticados por seu silêncio durante a Segunda Grande Guerra deveriam ter mais lucidez ao falar e condenar de forma unilateral, sem chance de defesa, aqueles que Deus permitiu que existissem para SALVAR vidas humanas.

Creio que o senhor Arcebispo estaria fazendo um maior bem aos habitantes de Olinda e Recife se destinasse boa parte das esmolas para combater o turismo sexual de menores de idade que grassa pela Praça da Preguiça e imediações, ou pelos calçadões da Boa Viagem.

Quem sabe assim teremos menos abortos e menos excomunhões no futuro.

E lembre-se senhor Arcebispo do maior dos ensinamentos de Jesus: Perdoai as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores.

Rezam uma Ave-Maria?

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