domingo, 10 de janeiro de 2010

Porcarias “made in China”


Não aconteceu de uma vez; está acontecendo aos poucos.
Quando garoto ouvia dizer que a vingança do Japão aos Estados Unidos pela vitória na Segunda Grande Guerra era fazer tudo o que os americanos faziam, só que menor e mais barato.
Sei lá, só sei que, de mansinho, os produtos japoneses, primeiramente sinônimos de péssima qualidade, foram tomando lugar nas casas dos americanos – e no resto do mundo - que transferiam muitas de suas fábricas para o Japão para aproveitar o baixo custo da mão de obra. Japonês não faltava ao serviço, recebia menos, não cobrava hora-extra e nem mesmo gostava de tirar férias.
Com o tempo foram sumindo as empresas americanas de eletrônicos e, as que sobreviviam, tinham seus produtos fabricados lá do outro lado do mundo.
Com a necessidade de acabarem com o comunismo no mundo de qualquer jeito, para aumentarem seus já vultosos lucros, capitalistas do mundo inteiro financiaram uma revolução esquisita na China, onde tudo mudou e nada mudou e, de repente, estamos vendo China, o Japão 2, a missão.
Vocês se lembram do primeiro apagão nacional?
Pois bem, algumas das lâmpadas que comprei na época, com promessa de durariam dez anos, duraram, no máximo, quatro. Hoje todas as lâmpadas fluorescentes compactas a disposição no mercado brasileiro são feitas na China. Não duram dois anos completos.
Malas de viagem? Até mesmo as Victorinox suíças são feitas usando como mão-de-obra os escravos mal remunerados chineses. Uma vendedora até entendeu meu ponto de vista ao recusar a compra, mas disse que dificilmente encontraria uma mala que não fosse feita lá: “Eles dominaram o mercado e agora vendem como querem” – completou.
Tem um empresário brasileiro que montou uma fábrica de ternos risca-de-giz na China e produz cerca de trezentas mil peças por mês a um custo baixíssimo. Deixou o país dizendo que no Brasil os impostos são muitos e por isso não da para viver aqui.
Ah bom! Viver aqui não dá; só dá para vender os ternos que ele faz e que costumam se descosturar na primeira vez que se usa. Não comprei nenhum, mas sei quem comprou e desaprovou.
“- Dinheiro jogado no lixo; tive que comprar outro”.
Repare nas coisas feitas na China e lembre-se de quantos guarda-chuvas você comprou recentemente que duraram intactos mais que uma chuva. O tecido não encolhe mais, como dizia a piada, mas a armação, quanta diferença.
Os brinquedos e todas as coisas tóxicas que são vendidas na 25 de Março - como por exemplo a imitação das Havaianas que produz queimaduras nos pés - são exemplos de como eles estão se lixando para os consumidores, locais ou estrangeiros.
Então eu pergunto: até quando vamos comprar silenciosamente estas porcarias?
Nós vamos permitindo tudo em nome do combate ao capitalismo selvagem. Com isso a indústria fonográfica vai deixando de existir, a indústria do cinema vive às custas da propaganda americana. Diga sinceramente, tirando uns poucos filmes brasileiros muito bons que tivemos recentemente, quando foi a última vez que você viu um filme que não era norte-americano?
Não se queixe caso você tenha visto um filme pirata sequer em seu DVD “Made in China”.

Não imagine que vai dar certo esse lance de gerenciarmos a coisas de longe porque, uma hora ou outra, os chineses vão dizer que “agora é nossa vez de dizermos como será”.
Aí nós vamos nos lembrar do Antonio Ermírio de Moraes quando reclamou que ninguém queria arriscar seu capital em força produtiva:
“Vamos comer sanduíche de ORTN”.

Abra o olho, pois ao contrário do que você imagina, os chineses já abriram os deles.

Aceitam um cappuccino feito em casa?

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