terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Escritor e o Fantasma


Não, não se trata do meu livro e sim de fantasmas que assombram este escritor.

Quando vi um homem declarar na televisão que já teve 8.000 funcionários e que por isso poderia construir um castelo na microscópica São João Nepomuceno, estremeci, assombrado.
E foram alguns fantasmas que me assombraram:
- Quantos funcionários tiveram que viver na pobreza ou próximos à miséria para que esse castelo fosse construído?
- Quanto foi roubado do INSS – Instituto sempre mencionado na Mídia por gastar mais do que arrecada (sic) - para que o megalomaníaco deputado pudesse ter aquela piscina tirada da imaginação futurista de um arquiteto que, este sim, merece os parabéns?
- E a Receita Federal, como vai?
- Como, por favor me expliquem, foi possível que esse senhor que lesou tantas pessoas conseguiu se eleger para a Câmara?
O fantasma me soprou uma resposta para a última pergunta: corrompendo. E corrompendo miseráveis.

Voltei no tempo e lembrei mais uma vez que éramos, a Elisa e eu, os únicos no trabalho que não tínhamos videocassete por que não queríamos ou aceitávamos comprar nada de contrabando.

Muitos de vocês se lembram da forma grotesca que fui tratado pela HP quando tiver problemas com minha impressora pelo cartucho de tinta original que havia comprado e que não funcionou. O cartucho era preto e branco e, depois de dois meses e meio, a HP me mandou um cartucho colorido como reposição. Reclamei de novo e até hoje, um ano e dois meses depois, nada de resposta.

Pois é.

Vocês se lembram da Editora Abril, aquela que diz que os editores de uma de suas revistas não se curvam nem mesmo para o presidente da empresa?
Sim meus amigos, parem de rir e prestem a atenção:
Quantas vezes vocês já os ouviram se pronunciar contra a pirataria de produtos e dos prejuízos que isto traz ao país?
Então.
Eles editam uma revista de nome “Viagem e Turismo”.
Nos primórdios de suas edições, com muitos destinos a tratar, parecia que a coisa ia bem.
Ultimamente só me faz lembrar de um professor de Marketing que tive na faculdade.
Numa das aulas ele foi direto:
“Se os seus produtos não estiverem vendendo bem, não tenham dúvida: propaganda com muitos trapeiros a mostra”.
Um amigo muito bem humorado chegou a perguntar:
“- Vale traseiro de vaca, professor?”
A resposta foi contundente:
“- Principalmente de vacas...”
Na edição de Janeiro deste ano a revista veio bem carregada neste item.
Imaginei que certamente as coisas não devem caminhar bem por lá.

Mas o que me deixou fora do sério foi uma página que certamente me foi trazida a leitura pelo Bartolomeu:
Artigo de Alexandra Forbes, PERSONAL PASSEATOR, Edição FEVEREIRO/2009, Página 28, penúltimo parágrafo:
Dá-lhes camelôs! Compramos(!) uns porquinhos de cerâmicas lindos, e eu ainda levei (!!!) um par de óculos “originalíssimo” (*) de Marc Jacobs por “deis real”(*).
Pois é, podem ficar pasmados e não só pela vírgula após o "e";
Parece que a proposta da Editora agora é a seguinte:
Esqueçam tudo o que já foi publicado sobre os males da pirataria.
Afinal, se jornalista da Abril pode, todo mundo pode.


Aceitam um conhaque legítimo?
* = parênteses da autora.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sobre o publicado no seu blog, o problema é falta de ética, a saber:
ética no trabalho,
ética na venda do produto verdadeiro,
ou a falta de ética do cara que compra produto pirata paga com dinheiro ganho na venda sem nota,
ganho de um patrão que não registra os seus funcionários,
e (depois da virgula) que sonegam imposto de renda,
que votam nos seus amigos,
que quando assumem cargos eletivos estão mais preocupados com as recomendações do partido do que com os interesses do país,
são os mesmos que irão julgar seus pares,
deputado julga deputado,
juiz julga juiz,
promotor julga promotor,
o resto do povinho fica na m...
Comprei televisão a cabo da Telefônica, disseram que só iria pagar a primeira em fevereiro/09, mas a cobrança começou em novembro/08. Reclamei e responderam que para verificar a minha reclamação terei que pagar desde novembro para ter o direito a reclamar, pode?

Beijos


Julião

Anônimo disse...

Amigo Onça

Há muitos anos que não padeço desse mal chamado Editora Abril.
Livre-se dele você também.

Chico Oliveira

Unknown disse...

OLÁ!
Irei fazer bodas de CRIZO, dia 19\02\10, e fiquei triste em saber que não há uma pedra ou nada em crizo.
Queria ganhar algo que representasse essa data.mas....
Desde já!
Obrigada.
Ofelía Grana